"NÃO EXISTE NENHUM LUGAR DE CULTO FORA DO AMOR AO PRÓXIMO"

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quarta-feira, 14 de maio de 2014

Ainda acerca da Conversão ao Evangelho...

O reino de Deus não é uma igreja nem um grupo de pessoas, é um projeto de vida comunitária de amor, serviço, misericórdia e paciência. Não vive a dinâmica do reino quem se isola, nem quem de modo automático se congrega, mas quem existe em relação simples e verdadeira com seu próximo. (Martorelli Dantas)





O que eu percebo muito por aí, é que as pessoas associam conversão à denominação e suas práticas religiosas visíveis, palpáveis, ‘pegáveis’, 'molháveis'. E isso remonta não apenas a um século de existência, mas desde que o homem habita o mundo. Na ‘igreja primitiva’, então, temos a situação emblemática dos hebreus convertidos que estavam desistindo da fé na Graça de Deus em Cristo e voltando aos velhos ritos, práticas, crenças e legalismos do judaísmo, em paradoxo com o sentido da expressão ‘hebreu’ que determina um estado CONSTANTE de progressão. 

Hoje em dia não é muito diferente, só muda o pano de fundo. Entretanto, o que o Evangelho nos diz, é que fazer a confissão de que Jesus Cristo é Deus, nos torna membros da Igreja de Jesus. Que Jesus Cristo é a encarnação da Graça de Deus; que Jesus é a encarnação da glória de Deus. E o verbo se fez carne e habitou entre nós - disse João no início de sua narrativa. Isso não é apenas uma afirmativa que se deva dizer amém de forma mecânica e sem aplicação útil na própria existência. Isso tudo encerra um novo estilo de vida. 

Daí começa a conversão. Conversão genuína não confunde. Primeiro que a pessoa entende, de imediato, que se trata de uma experiência pessoal e intransferível, totalmente independente de programação e ritual religioso. É, ao mesmo tempo, um ato imediato e inconfundível, como também um processo para a vida toda, visto que a natureza humana tem um terrível hábito de se corromper, de se engessar, de voltar atrás nos velhos e carcomidos hábitos, como enfatizado mais acima. 

Essa conversão traz, em si, o arrependimento. Muitos religiosos, devido a uma forte herança judaico/católica, confundem ‘arrependimento’ com o fato de se deixar certos hábitos que algumas doutrinas religiosas colocam como sendo desagradáveis a Deus e, então, mecanicamente, passam a seguir uma listinha de regrinhas doutrinárias, habituando-se com aquela mesmice e repetição, crentes que aquilo é conversão. E isso é um grande equívoco. Pior: isso é um engessamento, uma cilada, um impedimento. Deus não está interessado em nossas exterioridades. Ele olha para o coração e suas intenções. É lógico que quando nos alinhamos à Sua vontade, passamos a ser mais sensatos e coerentes, refletindo isso no nosso exterior, mas NUNCA como regra de salvação ou virtude

Arrependimento do velho homem engloba toda uma maneira de ser e pensar que passa, não por religiosidade imposta pelo homem, mas pelo crivo de Jesus que nos ensina a nos relacionarmos com Deus, com o semelhante e com nós mesmos. Trata-se de uma mudança completa nos conceitos e nos valores, conforme a mente de Jesus, para exercermos o único ministério por Ele a nós confiado: o da reconciliação. 

Passou disso é religiosidade.

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Comentário feito no grupo de FB 'Consultando a Bíblia', na postagem do Nilton Furlan onde ele pergunta:

"Vocês acham que a conversão é imediata? 
Ou em alguns casos, haverá um processo para essa pessoa passar, para aí, sim, vir a conversão? 
Ou, na verdade, não trata-se de conversão, mas de esclarecimento"?



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