"NÃO EXISTE NENHUM LUGAR DE CULTO FORA DO AMOR AO PRÓXIMO"

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sexta-feira, 16 de maio de 2014

Beleza



A História nos conta que, desde que o mundo é habitado por gente, se tem notícia dos adornos que homens e mulheres colocam em seus corpos para se tornarem mais atraentes. Nos dias atuais, com o avanço da Cosmética contra a natural ação do tempo e da agressiva ação externa, podemos lançar mão de muitos produtos cujo uso nos beneficia não somente em relação à higiene corporal, como no cuidado com os agentes externos agressivos (que podem causar não apenas manchas senis como câncer de pele), havendo ainda os inúmeros produtos que agem de forma saudável no retardamento do avanço do tempo. São cosméticos de todas as marcas e preços que beneficiam nossas unhas, nossa pele e nossos cabelos.

Sou capaz de apostar que não existe uma pessoa que não tenha lançado mão de certos truques para melhorar a aparência de alguma forma. Digo isso, porque muitos que seguem usos e costumes de determinadas doutrinas, repetem mecanicamente a vaidosa, equivocada e paradoxal afirmativa: ‘eu não tenho vaidade’. Ora, pode usar a indumentária exigida pela religiosidade, mas vaidade tem, sim. Abra os armários dos banheiros e observe se não tem uma gama de produtos de beleza, mesmo que sejam singelos xampus sem álcool, sabonetes perfumados, hidratantes, sais de banho, cremes clareadores de dentes, bloqueador solar e vários perfumes com fragrâncias diferentes.

As pessoas, de tão bitoladas na performance doutrinária, se policiam e se punem quanto à beleza exterior, e findam por confundir vaidade com o cuidado com o corpo. Aliás, essa vaidade que apregoam, não passa de mais um ponto doutrinário do kit faça isso, não faça aquilo, pois, afinal, a vaidade que desagrada a Deus está ligada às coisas do coração. Inclusive, o simples fato de inchar o peito e dizer, orgulhosamente, não tenho vaidade já consiste em vaidade, uma vez que a pessoa acredita que essa posição a faz melhor diante de Deus, o que não é verdade. Trata-se de mais um equívoco doutrinário que usa exterioridades como ‘virtudes’.

É óbvio que nenhum tratamento de beleza esconde um coração feio, maldoso e desagradável. Mas, bora combinar que as roupas exigidas pela doutrina, também não conseguem esconder um coração com essas mesmas características. Deus não olha para a exterioridade e, sim, para as intenções e atos advindos do coração. Além disso, não há nenhum mérito em nós, para que Deus nos faça Seus queridinhos. Ele usa de Sua compaixão e Sua misericórdia não pela bondade que, eventualmente, habite em nós, mas pela bondade que habita n’Ele.

Portanto, tratamento de beleza, adereços e roupas de boa qualidade têm seu devido valor, uns apenas como enfeites e não sendo condenáveis por isso. A questão é que algumas mulheres supervalorizam como sendo seu estilo de vida, sua segurança, sua arma. Então, nem tanto ao céu nem tanto ao mar. Usemos tudo com moderação e bom senso e está tudo certo.

Muitos líderes machistas (que usam excelentes loções pós barba!!!), se baseiam em narrativas de cartas do NT (1Pe 3.3 e 1Tm 2.9), para impor suas teses doutrinárias, mas a ideia ali não foi desvalorizar a aparência exterior da mulher, e sim, chamar a atenção para as suas qualidades internas como sendo o que há de mais importante. Pois, as mulheres mais influentes se exibiam com seus adornos, distraindo e desviando o foco. Como acontece ainda nos dias de hoje. Observando o texto dentro do seu devido contexto, entendemos claramente que o que ali é dito não serve, de maneira nenhuma, como regra religiosa. E, menos ainda, como medida de salvação. O bom senso é que deve ser sempre o fiel da balança. Em qualquer lugar, espaço ou situação.

Por outro lado, as narrativas bíblicas nos falam tanto sobre beleza interior, como sobre beleza exterior. Muitas mulheres da Bíblia se destacam. Sara, Rebeca, Raquel, Abigail, Bate-Seba, Rute e Ester usaram seus truques de beleza. A rainha Ester fez um verdadeiro tratamento de beleza. No seu livro podemos encontrar a descrição de um completo concurso de beleza. Esse ‘banho de lua’ que usamos atualmente e que inclui depilação, esfoliação, hidratação, não tem nada de novo. A rainha Ester já fazia uso desse ‘truque’ com os óleos aromáticos e especiarias importados da Pérsia. (Et 2.12). Os exemplos bíblicos são vários, mas ressalto o de Ester porque sua história faz parte da obra salvadora de Deus na História. E nem por isso ela reprimiu seus atributos de beleza exterior.

A aparência da mulher cristã deve ser complemento de seu espírito interior, e beleza é mais do que um rostinho bonito e atraente ou o hábito de andar na última moda, seguindo as tendências atuais. Boa higiene, pele bem cuidada, saúde dos dentes e dos cabelos como sendo reflexo de uma alimentação equilibrada, trajes adequados à ocasião e modos apropriados, dão elegância e graça, sendo uma forma exterior de exibir um estilo interior.

Portanto, manter uma boa aparência, limpa, bonita e apropriada, é responsabilidade de toda mulher cristã. Afinal, convenhamos, uma mulher desleixada com a própria aparência não pode ser exemplo de cristã. E não se trata de marketing ou algo forçado, mas de coerência. Além do mais, o rosto da mulher é, em geral, o espelho do seu coração. Pois, quando ela confia no amor de Deus, suas feições se suavizam e as rugas se atenuam. Aquela expressão típica de quem está aflita e preocupada não faz parte dessa imagem, já que a paz e a alegria interiores refletem-se naturalmente na expressão facial. Aliado a isso, ações e atitudes indicam claramente onde está a segurança da mulher.

Se o seu coração está firmado na verdadeira paz que excede todo entendimento e na alegria que vem de Deus, independentemente das circunstâncias, sua aparência exterior vai refletir o entusiasmo e uma profunda sensação de bem-estar. E, claro, nenhum truque de maquiagem consegue esse tipo de feição. Pois, a verdadeira beleza - que não desaparece nem com o tempo - vem de dentro e se manifesta pela entrega total a Jesus.


Euzinha e meu cabelito he he


quarta-feira, 14 de maio de 2014

Ainda acerca da Conversão ao Evangelho...

O reino de Deus não é uma igreja nem um grupo de pessoas, é um projeto de vida comunitária de amor, serviço, misericórdia e paciência. Não vive a dinâmica do reino quem se isola, nem quem de modo automático se congrega, mas quem existe em relação simples e verdadeira com seu próximo. (Martorelli Dantas)





O que eu percebo muito por aí, é que as pessoas associam conversão à denominação e suas práticas religiosas visíveis, palpáveis, ‘pegáveis’, 'molháveis'. E isso remonta não apenas a um século de existência, mas desde que o homem habita o mundo. Na ‘igreja primitiva’, então, temos a situação emblemática dos hebreus convertidos que estavam desistindo da fé na Graça de Deus em Cristo e voltando aos velhos ritos, práticas, crenças e legalismos do judaísmo, em paradoxo com o sentido da expressão ‘hebreu’ que determina um estado CONSTANTE de progressão. 

Hoje em dia não é muito diferente, só muda o pano de fundo. Entretanto, o que o Evangelho nos diz, é que fazer a confissão de que Jesus Cristo é Deus, nos torna membros da Igreja de Jesus. Que Jesus Cristo é a encarnação da Graça de Deus; que Jesus é a encarnação da glória de Deus. E o verbo se fez carne e habitou entre nós - disse João no início de sua narrativa. Isso não é apenas uma afirmativa que se deva dizer amém de forma mecânica e sem aplicação útil na própria existência. Isso tudo encerra um novo estilo de vida. 

Daí começa a conversão. Conversão genuína não confunde. Primeiro que a pessoa entende, de imediato, que se trata de uma experiência pessoal e intransferível, totalmente independente de programação e ritual religioso. É, ao mesmo tempo, um ato imediato e inconfundível, como também um processo para a vida toda, visto que a natureza humana tem um terrível hábito de se corromper, de se engessar, de voltar atrás nos velhos e carcomidos hábitos, como enfatizado mais acima. 

Essa conversão traz, em si, o arrependimento. Muitos religiosos, devido a uma forte herança judaico/católica, confundem ‘arrependimento’ com o fato de se deixar certos hábitos que algumas doutrinas religiosas colocam como sendo desagradáveis a Deus e, então, mecanicamente, passam a seguir uma listinha de regrinhas doutrinárias, habituando-se com aquela mesmice e repetição, crentes que aquilo é conversão. E isso é um grande equívoco. Pior: isso é um engessamento, uma cilada, um impedimento. Deus não está interessado em nossas exterioridades. Ele olha para o coração e suas intenções. É lógico que quando nos alinhamos à Sua vontade, passamos a ser mais sensatos e coerentes, refletindo isso no nosso exterior, mas NUNCA como regra de salvação ou virtude

Arrependimento do velho homem engloba toda uma maneira de ser e pensar que passa, não por religiosidade imposta pelo homem, mas pelo crivo de Jesus que nos ensina a nos relacionarmos com Deus, com o semelhante e com nós mesmos. Trata-se de uma mudança completa nos conceitos e nos valores, conforme a mente de Jesus, para exercermos o único ministério por Ele a nós confiado: o da reconciliação. 

Passou disso é religiosidade.

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Comentário feito no grupo de FB 'Consultando a Bíblia', na postagem do Nilton Furlan onde ele pergunta:

"Vocês acham que a conversão é imediata? 
Ou em alguns casos, haverá um processo para essa pessoa passar, para aí, sim, vir a conversão? 
Ou, na verdade, não trata-se de conversão, mas de esclarecimento"?



TEXTO RELACIONADO:


quinta-feira, 1 de maio de 2014

Tua graça me basta





  • Permitam-me fazer umas colocações, à luz da Palavra, em cima de alguns pontos importantes QUE EU LI AQUI
    Primeiro. Deus age na vida de cada um de forma soberana. A Graça é multiforme. O Espírito sopra onde quer. Ponto. Isso é muito claro e evidente desde que o mundo é mundo! Falar das maravilhas de Deus, de suas bênçãos e de curas pessoais é imprescindível e somos indesculpáveis quando não vemos Deus agir, como diz Paulo aos romanos, pois Ele está presente em TUDO, não apenas na História, mas em cada beleza vista na criação desse mundão a se perder de vista.

    Segundo. Não há NENHUMA garantia de que uma pessoa ‘é de Deus’ por ela vir me dar um SUPOSTO recado sobrenatural, ainda que se cumpra aquilo que foi falado. Por outro lado, atentemos para muitos casos que são ENGANOS e que não há qualquer base para afirmar que aquilo vem de Deus. Todo cuidado é pouco com a disseminação maluca da superstição religiosa que assola os átrios dos templos.


    Já foi dito de púlpito de igreja ser o ‘Espírito de Deus’ falando que algo ia acontecer de uma determinada forma, com riqueza de detalhes, e aconteceu justamente o oposto! Isso aconteceu inúmeras vezes e continua acontecendo. Os ‘profetas’ de púlpito continuam com suas falácias, mas seus ouvintes, coitados, não são doidos pra contestar sua santidade e contato direto com o divino. E assim se proliferam os equívocos, as crendices, os doutrinamentos confusos. Principalmente quando as ‘profecias e revelações’ são duras e deprimentes, que já caem matando o cara de susto, medo e depressão, mesmo antes da hora que o profeta determine a sentença (do tipo SACANAGEM MESMO! Pronto falei!), usando de crueldade com jargões do tipo: ‘vou te colocar no fundo de uma cama’, ‘vou te recolher’, ‘vou colocar um câncer’ (Affff detesto essa expressão ‘Deus recolheu’, invenção igrejista bem macabra).


    O que Paulo nos alerta é que somos indesculpáveis por não conhecermos – nós mesmos! - os atributos invisíveis de Deus. Pois, Ele não apenas se manifestou na História, como também na beleza e na criação do mundo.


    Ele diz:


    - Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato.


    Portanto, isso é uma consciência pessoal. Assim como a nossa relação com Deus é pessoal. Quando alguém diz: Deus mandou eu te dizer isso e isso e aquilo... DESCONFIE! Deus não manda recado. Isso é enganação, crendice, superstição religiosa. Veja bem! Não estou dizendo que Deus não usa pessoas para o que Ele bem entende. Ele usa QUEM e O QUE Ele quiser. Até uma mula, DIZ O CLICHÊ BÍBLICO! 


    A natureza – que Ele mesmo criou – está repleta de ferramentas para que Ele utilize da forma como lhe apraz. Principalmente quando estamos no meio de tristezas, angústias, solidão e lágrimas. Ele sempre nos envia alguém para nos CONFORTAR, nunca nos deixa sozinhos. E mesmo quando estamos isolados, fisicamente, pela circunstância, Ele ‘dá um jeito’ de nos confortar. Essa é a terceira questão que eu quero colocar. Pois nem sempre porque alguém me consolou significa que esse alguém seja ‘um homem de Deus’. Mesmo tendo sido ‘enviado por Deus’, não significa exatamente que seja ‘um homem de Deus’. Deus usou Balaão para abençoar seu povo e nem por isso Balaão era um homem de Deus. Caifás profetizou acerca de Jesus e estava longe de ser um ‘servo de Deus’. Cláudia, esposa de Pilatos, o alertou em sonho sobre Jesus e não consta nas narrativas que ela tenha se convertido e muito menos virado uma santa serva do Senhor. E, nos dias de hoje, não é diferente. 

  • Isso de santificar pessoas e lugares é muito perigoso! Lembremos que só existe UM Caminho. Não há vários caminhos. Esse negócio de que Deus requer uma coisa diferente de cada um é enganação doutrinária. O que Deus requer de nós é uma coisa só pra TODOS: que O amemos acima de tudo, com todas as nossas forças e ao próximo como a nós mesmos. O resto é invenção religiosa. E o TESTEMUNHO que se dá de Jesus é SOMENTE no chão da existência, no curso da vida, aonde vamos lavando os pés uns dos outros. Isso é viver o Evangelho. Isso é dar bom testemunho de Jesus. Esses ‘testemunhos’ cheios de sinais, e fogo, e labaredas, e tiros, e shows pirotécnicos que o inconsciente coletivo ouve e aplaude, faz parte da crendice popular que só cresce mais e mais... Enquanto Jesus diminui, diminui, diminui... É o anti-Evangelho nas igrejas em nome do Senhor Jesus.

    Quando fariseus e saduceus tentam a Jesus, pedindo um sinal dos céus, Ele é curto e grosso:

    - Quando é chegada a tarde, dizeis: Haverá bom tempo, porque o céu está rubro. E, pela manhã: Hoje haverá tempestade, porque o céu está de um vermelho sombrio. Hipócritas, sabeis discernir a face do céu, e não conheceis os sinais dos tempos? Uma geração má e adúltera pede um sinal, e nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal do profeta Jonas. 


    E, deixando-os, retirou-se. (Ver Mateus 16, cap2, verso4).


    No caso deles, tratava-se de uma provocação, é certo. Mas quantos de nós fazemos isso na Igreja?! Senhor, me dá um sinal. Aí Deus fica silencioso. Muitas vezes ouço pessoas, até lúcidas, dizerem isso. Ou, então, quando vem o tal ‘sinal’ (que a pessoa pediu foi a Deus), obviamente ela vai dizer que foi Deus que lhe deu aquele sinal, afinal foi a Ele que ela pediu! 


    Mas Jesus está ali dizendo, CLARAMENTE, que não se vive de sinais e sim, de discernimento. 

    Então Jesus se refere ao ‘sinal’ de Jonas, analogamente ao que aconteceria a Ele próprio; que Jonas esteve três dias e três noites no ventre de um peixe e Ele estaria três dias e três noites no coração da Terra; que muitos se arrependeram com a pregação de Jonas; que assim como ele havia sido um sinal para Nínive, Jesus seria o sinal para essa geração. (‘Essa geração’ refere-se ao tempo de Jesus terreno em diante)


    (Ler Mateus 12: 38.42)


    Até a rainha do Sul veio dos confins da Terra para OUVIR a sabedoria de Salomão, pois naquele tempo se cria pelo ‘ouvir a palavra’, já que a grande maioria das pessoas era analfabeta. Hoje temos a Bíblia escrita no nosso idioma para aprendermos de Jesus. 


    (Ler1Rs 10:1.10)


    É isso que Jesus lhes diz: foi dado um ‘sinal’ por meio do acontecimento com Jonas para que muitos cressem. Tipo assim: quer que eu desenhe? E Deus desenhou. 

    Da mesma forma que tem pessoas como a rainha citada que percorreu grandes caminhos porque soube que havia um homem muito sábio que sabia acerca do Senhor e ela queria testá-lo e VER COM OS PRÓPRIOS OLHOS. A bíblia diz que não houve pergunta difícil que ela fizesse que não tivesse sido respondida. E não deu outra, ela saiu de lá adorando ao mesmo Deus, pois ela PROVOU e viu que era bom, pois bem aventurado o homem que nEle se refugia, como diria o salmista. (Sl 34.8). Isso inclui confiar, crer, saber e decidir. Sem que seja necessário nenhum sinal! Jesus disse tudo isso aos descrentes e provocadores. E continua dizendo àquele que só crê vendo. Que mesmo diante de tantos sinais de milagres, de curas, de libertações bem visíveis, aqueles ainda queriam outro ‘sinal’. Eles não estavam buscando a Verdade. Estavam duvidando do poder de Jesus. Como ainda hoje...


    E assim fazem muitos hoje em dia. Querem sinais de que Deus é com eles. Querem uma prova que possam VER e PEGAR. 


    Enquanto a fé é a CERTEZA daquilo que não se vê.


    Façamos nossas escolhas!




  • "Fiz uma aliança com Deus: 
    que Ele não me mande visões, nem sonhos, nem mesmo anjos. 
    Estou satisfeito com o dom das Escrituras Sagradas, 
    que me dão instrução abundante 
    e tudo o que preciso conhecer 
    tanto para esta vida quanto para o que há de vir." 
    (Martinho Lutero)