"NÃO EXISTE NENHUM LUGAR DE CULTO FORA DO AMOR AO PRÓXIMO"

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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

O 'cabeça' da mulher



Pessoalmente eu não creio que um homem tenha mais autoridade espiritual do que a mulher pelo simples fato de ele ser homem.

O homem somente tem autoridade espiritual se amar a sua mulher e a sua casa. Se não amar, jamais será o cabeça, e jamais terá qualquer autoridade espiritual. Não é 'o principio de cima para baixo' que realiza a autoridade espiritual. A prática do amor - de baixo para cima - é o poder que estabelece tal realidade no mundo espiritual; e gera a alegria da submissão inexistente como peso.

É por esta razão que Paulo inicia mandando o homem amar a sua mulher com altruísmo, com carinho, com cuidado, com desvelo, com a delicadeza de quem cuida de si mesmo. É acerca desse homem que ama, que se diz que ele é o cabeça da mulher. E ele não é; ele apenas se torna. E mais: apenas se tornará se já for, pois, caso não seja, nunca será por imposiçãoPela imposição tem-se a submissão dos escravos, dos filhos do medo. Mas para que a mulher seja como a igreja amante de Cristo, o homem tem que amar a mulher com o amor de Deus; do contrario, jamais terá autoridade em espírito, e não sobre ela, mas sobre o mundo espiritual que a mulher discerne, mesmo quando não entende.

Como a ênfase de Paulo é no amor como autoridade, não existe a ideia da autoridade sem amor! O homem que ama a quem diz amar - a sua mulher - naturalmente se torna o cabeça espiritual da casa, mesmo que a sua mulher seja mais forte na personalidade, mais culta, mais rica, mais preparada. Pode falar as línguas dos homens e dos anjos, pode conhecer mais que o marido, pode ter fé, pode ter sabedoria, pode ser altruísta, pode dar o corpo, pode dar tudo, mas se ela, a mulher, não tiver amor, nada disso aproveitará de modo profundo à entidade conjugal. O mesmo é com o homem. Sim! Pode ser o rei da fé, do trabalho, da entrega moral e responsável, mas se não tiver amor, jamais será autoridade espiritual natural para a sua mulher.

Tudo começa no amor. O amor não atribui autoridade às capacidades e performances ou preparos humanos. Um homem que ame uma mulher com a qualidade do amor de Cristo — com carinho, cuidado, amparo, sinceridade e sabedoria —, será sempre amado pela mulher que um dia tenha dito amá-lo. É desse amor do marido pela mulher, que o amor dela para com ele se manifestará como alegre submissão, posto que jamais haja nada além da liberdade incentivada pelo amor às melhores escolhas e à entrega confiante da mulher, embora naturalmente consensual.

É verdade que, por atos de entrega a Deus, a mulher santifique o seu marido, porém, é ainda um santificar paliativo. Entretanto, quando o homem ama, mesmo que nele não haja grandes qualificações humanas secundárias, um poder de organização espiritual se estabelece no silêncio e no mundo do espírito.

A autoridade espiritual do homem está no promover a paz pelo amor! Um relacionamento conjugal fundado no genuíno amor do marido e na alegre confiança da esposa no amor real que ela nele veja, gera uma blindagem poderosa sobre eles contra o mal que assola do mundo invisível. Daí a ênfase de Paulo ser apenas no “maridos, ameis as vossas mulheres”. Pois é do amor, e somente dele, que vem a verdadeira autoridade, a qual não se impõe, posto que apenas seja, sem argumentos ou direitos a serem reivindicados, mas tão somente como fato da vida simples e sábia no amor.

E, assim como o é com o marido, é com Cristo! Ele tem autoridade porque ama; se não amasse, nenhuma autoridade teria. Como Deus é amor, toda autoridade que proceda Dele e Nele permaneça, sustentar-se-á somente em razão de permanecer no amor como único cetro de autoridadeÉ assim que é, em relação a tudo o que tenha a ver com Deus! Há muitos poderes e autoridades neste mundo. Mas somente a autoridade do amor é aquela que procede de Deus.

Homens temidos, apavorantes, produtores de dependências, criadores de escravos obedientes, são apenas diabos humanos exercendo poder, mas sobre eles não existe a autoridade de Deus. A autoridade que procede de Deus, em todos os possíveis âmbitos da existência, se manifesta pelo amor. E mais: não aceita nada como submissão, mas apenas como entendimento; posto que não sendo o outro um infante/suicida [contra quem se arbitra algo como imposição da vida, como fazem os pais, por exemplo]; mas, ao invés disso, se for um adulto, ou a própria esposa, nada terá o valor da submissão espiritual, por parte dela, e nada terá o poder da autoridade espiritual, da parte dele, se não for apenas e exclusivamente o natural respeito que nasce do amor; e do amor somente.

Somente uma esposa do tipo “Gômer”, mulher desvairada do pobre profeta Oséias, é que pode repudiar tal ofertar de autoridade mansa e humilde de coração, conforme a de Jesus, e, além disso, conforme todo homem que se conforme com o modo de Jesus exercer autoridade. É assim que vejo autoridade espiritual. E penso que seja esse o ensino do Evangelho.

Nele, que nunca quis conquista que não fosse fruto do amor.

(Adaptado)

Extraído DAQUI


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