'Para cada glória e revelação, tem que haver uma correspondente experiência de impotência. É daí que vem o equilíbrio da nossa salvação, da saúde do nosso caminhar e do nosso andar como discípulos de Jesus'.
"NÃO EXISTE NENHUM LUGAR DE CULTO FORA DO AMOR AO PRÓXIMO"
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domingo, 31 de março de 2013
Eis a Páscoa!
'Aceitando a graça como lei é que somos salvos. Salvos de nós mesmos para sermos graciosos com o outro. Fazendo manutenção da graça em permanente estado de perdão, à medida que a praticamos no cotidiano com o outro. Está conquistado! Em Cristo, a gente sai liberado.
Ele nos tira dos tribunais e nos traz para a consciência que nos diz: quer perdão, perdoa; quer graça, seja gracioso; quer misericórdia, seja misericordioso; quer ser compreendido, entenda. Esse é o SER que está andando debaixo da lei de Deus. Para este há ressurreição. Ainda que morto entre dois ladrões.
Pois a Graça foi conquistada por Jesus na Cruz pra mim para sempre; sou chamada com convicções reforçadas, a aplicar tal manutenção junto ao meu próximo na qual recebendo favor infinitamente imerecido, fazer favor infinitamente imerecido. Esta é a lei do caminho e bem aventurado quem transforma isso, não em compreensão intelectual, mas num estado de ser'.
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quinta-feira, 28 de março de 2013
Jesus e o adultério
(Parte de uma 'troca de figurinhas' feita por e-mail)
Deixo claro logo de início o que continuo
dizendo na intimidade Ah, uma meia dúzia
de caios espalhados nas igrejas por
aí... Mas confesso que tenho visitado menos o site de Caio Fábio. Se bem
que aqui e ali vejo uma pregação dele linkada...
E sempre me é útil! Quem lê meu blog percebe que ele influenciou muito na passagem da minha ‘infância
espiritual’. Vai que já havia uma afinidade de ideias... Porém, convenhamos, nenhum professor é muleta de ninguém. Já teve
gente maliciosa que fez mais de um comentário nesse sentido como se ele fosse meu mestre.
Como se estes mesmos que me criticam não fizessem bem pior em relação à submissão de seus supostos representantes de Deus
aqui na Terra!
Ora, é claro que estamos em eterno aprendizado e consequente amadurecimento
e, no início da jornada, se necessita mesmo de uma proteção segura e confiável. Só que chega uma hora que bora andar com as próprias perninhas senão não cresce. Aliás, como em
tudo na vida. (Lutero, por exemplo, tinha seu mestre quando ainda era verdinho). Assim, sem qualquer pretensão,
mas devido ao meu senso crítico cada vez mais apurado, hoje em dia eu não
consigo ver uma pessoa específica como ‘meu mestre’. Cato daqui e dali o que
leio e ouço dos ditos pastores, retendo aquilo que vejo concordância com o Evangelho da Graça.
Evangelho da GRAÇA. Eis a
palavra-chave.
Deixando ainda claro que também
não posso jamais ser leviana ao analisar uma situação isolada, para, a partir
dela, elaborar o caráter de Cristo. Aí, sim, seria muita pretensão e,
certamente, estaria cometendo erro grave. Aliás, em tudo há de se conhecer o todo, para se entender o específico. Mas
fomos acostumados pela religião a analisar uma passagem ou versículo
isoladamente de um todo que é bem mais amplo e abrangente. E só dá em salada...
E, naquela época, não era
diferente, estando os escribas e fariseus sempre a postos com seus convenientes fragmentos da lei. Testando Jesus de
maneira incansável, estes ansiavam
por pegá-Lo se contradizendo. Afinal, incomodava-os ver um rabino, um mestre judeu, e obviamente
praticante da lei judaica, influenciando a massa na contramão
dos ditames culturais e religiosos.
Observe-se o exemplo em que Jesus
não concordou com o apedrejamento da mulher surpreendida em adultério. Embora fosse a lei sumária! E o que fez
Jesus quando a trouxeram e Lhe fizeram o questionamento em relação ao caso
específico? Devolveu a questão à consciência deles.
Outra passagem emblemática que
aponta a natureza da GRAÇA nesse sentido:
Por que Jesus iria ter um dos
mais belos diálogos curativos (e redentores!) justamente com a mulher do poço
da Samaria? Ele havia dito aos apóstolos para não irem por ali. Ele mesmo
queria curar e libertar aquela mulher. Uma mulher que ia buscar água quando as
ruas estavam desertas porque era discriminada
em todos os sentidos. E Jesus não apenas a curou e libertou como a fez evangelizadora. Quebrando todos os tabus, demonstrando que a
Graça está acima da lei, Ele fala justamente a essa mulher sobre quais os tipos de adoradores, Deus estava à procura.
Para aquele povo, aquela água do poço de Jacó que nunca secava era uma maravilhosa
bênção dos céus. E Jesus, usando suas metáforas e analogias, apresenta-se a
essa mulher dizendo qual é a água abençoada, dando-lhe DE GRAÇA a água viva que
nunca acaba. Essa mulher que já estava no sexto marido e, ainda por cima, adorava
outros deuses. Jesus apresenta-se justamente a essa adúltera samaritana, a cura
e a faz evangelizadora.
‘Muitos samaritanos daquela cidade CRERAM nele, em virtude do
testemunho da mulher’.
Essa, sim, é a loucura do
Evangelho. E, não como me diziam alguns denominacionais, que não são
compreendidos pelo mundo; que são vistos como loucos por ‘se destacarem do
mundo’ usando algumas regras denominacionais que, segundo estes, intrigam os ‘ímpios’
e as ‘criaturas’.
Naquele tempo não era diferente.
Havia os que se achavam ‘os eleitos’ por seguirem meia dúzia de regras
exteriores. Os homens da lei queriam colocar Jesus numa saia justa porque a lei
mosaica permitia dar carta de divórcio. Bem,
na questão do divórcio, observe que, nessa passagem específica, o
pressuposto é em cima da quebra da união
permitida por lei.
E Jesus foi mais uma vez testado com uma pergunta
capciosa:
- É lícito ao marido repudiar a
sua mulher por qualquer motivo?
(Qualquer motivo: motivo torpe,
fútil).
Então, como geralmente fazia, Jesus rebateu com um questionamento. Sim, porque Ele sempre incita a pessoa a
refletir, pensar, raciocinar, enfim, conscientizar-se! Então ele relembra sobre
o que disse Deus lá em Gênesis em relação ao casal ser ‘uma só carne’.
E observe que Jesus diz:
Eu, porém, vos digo: quem
repudiar sua mulher, não sendo por causa
de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério [e o que casar
com a repudiada comete adultério].
Essa é a parte em que muita gente
é inflexível, não por crueldade, mas por ser ensinado a seguir à risca um ‘mandamento’.
E eu sei que não é assimilação fácil para quem foi criado dentro dos moldes
legalistas rigorosos. Eu mesma já fui chamada de relativista pela minha posição
quanto ao aborto por alguns amigos blogueiros e eu tenho certeza que, por mais
que nos identificássemos, ia chegar num ponto em que eles me barrariam. Porque
foi assim que aprenderam. A lei é rígida, inflexível e imutável para os
fundamentalistas. Mas não para Jesus.
Veja que lá no exemplo acima ele
passou por cima de todas as leis:
Como rabino, Ele não poderia jamais
abordar uma mulher ‘na rua’; mas Ele a abordou, conversou com essa mulher na
rua, essa mulher era adúltera, essa mulher era samaritana, essa mulher adorava
deuses estranhos. Ou seja: TUDO contra a lei mosaica! Jesus então, achando pouco, fez serviço completo: curou-a
e a fez evangelizadora. É isso que muitos religiosos não conseguem entender. Isso
é GRAÇA!
E, voltando ao assunto do
adultério, vejamos que coisa incrível! Na mesma realidade cultural e religiosa
em que Jesus se revela de maneira ímpar e particular àquela mulher, Ele é
abordado por legalistas ferrenhos que
querem experimentá-Lo. Porque as pessoas estavam se aproveitando da lei
mosaica para se divorciar por qualquer
motivo. Foi então quando Jesus enfatizou que só se admitia que um cônjuge
pedisse divórcio se fosse comprovado que
houve relações sexuais ilícitas por parte do outro cônjuge.
E isso serve, sim, para os dias
atuais, nos quais as pessoas continuam com pretextos
fúteis e egoístas para se
separarem. Daí o rigor de Jesus. Rigor este, utilizado diante de um
questionamento colocado apenas para testá-Lo se Ele iria se contradizer com a lei. E Jesus foi coerente com os
propósitos originais de Deus para com o ser humano. Propósitos estes, que nada
têm a ver com rigidez ou tirania. Ou cumprimento de uma lei pelo mero
cumprimento. Mas propósito de um Deus que é Pai e que, mesmo conhecendo a
natureza caída e pervertida do homem, decide que o homem precisa de uma auxiliadora,
uma ajudadora, uma companheira. A perfeita contraparte do homem. Nem inferior
nem superior. Simplesmente equivalente ao homem em sua pessoalidade enquanto
diferente e única em sua função. Um complementando o outro em uma só carne que não sugere apenas
intimidade física. Ninguém se une só pelo corpo. Somos corpo, mente e espírito.
A união (casamento) se dá por completo. Ligações comportamentais, psíquicas e
emocionais (mente, alma) são tão fortes quanto as físicas.Com o afeto, há um somatório que resulta numa intimidade que
vai se solidificando com o compromisso da fidelidade exclusiva. Daí se dizer
que ‘deixa pai e mãe’, pois a partir dali, começa uma nova etapa de vida. Uma
vida adulta a dois convergindo para um mesmo objetivo.
Ora, todo passo tomado em direção
a esse tipo de intimidade requer fidelidade.
Ninguém que se case com essa consciência
vai querer sair por aí atrás de outra pessoa. Ocorre que, por sermos seres
caídos, cheios de racionalizações próprias e convenientes, fraquezas enganadoras e aliadas aos inesgotáveis fascínios do mundo,
estamos sempre nos colocando à beira desse
tipo de cilada. E não é verdade que aquele que cai nessa cilada esteja fadado ao
fogo do inferno. Quem afirma isso é o religioso pretensioso colocando palavras na boca de Jesus. É disso que falo! Se atentarmos com bastante cuidado, iremos
entender que, de fato, Jesus diz
claramente em que situação não se pode e em que situação se pode pedir divórcio
e onde se está pecando... Mas ele não
bate o martelo! Aliás, Ele diz em outras ocasiões: não vim julgar, vim salvar.
Essa é minha visão de Reino que
começa aqui na Terra com vida saudável em todos os sentidos, onde essas
neuroses religiosas não embaçam jamais o Evangelho da Graça.
E eu vejo Jesus assim! Porque assim Ele se apresentou a mim quando eu O queria desesperadamente na mesma proporção em que repudiava aquele Jesus religioso que me apresentaram. Ele veio a mim fora da opressão dos muros religiosos! Então eu segui buscando conhecer esse Jesus que a mim se apresentou de forma maravilhosa e indescritível. Esse Jesus que parece se contradizer, ao mesmo tempo que é ético, justo e misericordioso.
E eu vejo Jesus assim! Porque assim Ele se apresentou a mim quando eu O queria desesperadamente na mesma proporção em que repudiava aquele Jesus religioso que me apresentaram. Ele veio a mim fora da opressão dos muros religiosos! Então eu segui buscando conhecer esse Jesus que a mim se apresentou de forma maravilhosa e indescritível. Esse Jesus que parece se contradizer, ao mesmo tempo que é ético, justo e misericordioso.
Por isso, jamais vou entender
como discípulos de Jesus, esses religiosos atuais que ‘apedrejam’, massacrando,
desdenhando e ridicularizando, durante anos e anos aqueles que, um dia
cometeram adultério. Não são os ‘outros’ que os massacram. São os próprios ‘irmãos’ e ditos seguidores de
Cristo. E o fazem com requintes de crueldade.
Mas Deus é maravilhoso e está
sempre a postos. Não para nos punir com o fogo do inferno, pois sua
misericórdia é para sempre.
E assim Ele se apresentou a mim:
revelando seu perdão justamente nessa parte específica de adultério. Para fazer em mim Sua
cura completa: me curar da dor que me consumia e, ao mesmo tempo, me fazer perdoar a quem provocou tão imensa dor! Na
Sua mais perfeita tradução do que seja CURA.
Isso pra mim é o ‘recado’ do
Evangelho da Graça.
O resto é religiosidade que
oprime, entristece, adoece e mata.
RF.
quarta-feira, 27 de março de 2013
Sem medo de ser livre, leve e solto.
Deus fez um jardim lindíssimo!
Poético, bucólico, perfeito! Um verdadeiro paraíso
aqui na terra para nós cuidarmos e
usufruirmos. Sem medo de ser felizes. Aí nós o azedamos. Desde o
início. E não, eu não estou falando de
nada relacionado com greenpeace. É em nível de coração mesmo.
A história nos mostra que, ao
longo da vida, o homem manipulou esse lance da 'terra prometida' das formas mais
sórdidas possíveis para extrair do ignorante tudo que ele quis. De várias
maneiras: do roubo descarado de dinheiro ao prosélito roubo de almas. Tudo sempre com o intento puramente humano.
Nos tempos do católico Lutero, o
papa mala Leão X, ARRANCAVA dinheiro dos pobres ignorantes, USURPANDO-OS,
espalhando o terrorismo do fogo do inferno a quem não cumprisse e prometendo um
limbo com ar condicionado (indulgências) aos que se comportassem direitinho
(dando 'esmolas'). Tudo isso no intuito vaidoso e cego de reconstruir a colossal
'Basílica de São Pedro'. Foi então que o católico protestou...
Se já havia essa cultura negociante de 'ser
bonzinho aqui' com o interesse no paraíso, nessa época então, é que era bem
arraigada a ideia de 'prêmio', devido à ignorância ser praticamente geral em
uma realidade religiosa totalmente voltada para os interesses pessoais de um
líder.
Inclusive, diga-se de passagem
que a turba silenciosa e submissa sempre houve. Líder bandido também. Em todos
os tempos e em todas as 'igrejas'. Cego guiando cego. Cego de vaidade humana e
de soberba espiritual guiando cego de submissão ignorante.
Mais atrás no tempo, Paulo e os
do novo movimento que surgia foram terrivelmente perseguidos e massacrados por
'podres poderes' que zombavam da ressurreição que eles pregavam, enfraquecendo
assim os novos crentes. Foi quando Paulo disse: 'se a nossa esperança em Cristo
se limita apenas a essa vida, somos os mais infelizes de todos os homens'.
E embora eu não idolatre Paulo como
um segundo Cristo, eu não consigo ver um Paulo antiético e manipulador,
influenciando as mentes das pessoas,
como fazem os crentes fundamentalistas de hoje,
por meio de suas cartas. Ao contrário,
seu argumento sempre foi o de que, se Cristo não tivesse ressuscitado dos
mortos, todos os cristãos ao longo da história teriam crido em vão e morrido
por nada. Por outro lado, sempre ensinando a ter vida prática cristã, exortando
a não esmorecer, falando de uma alegria genuína instalada no peito,
independente de circunstância. Sim, porque isso é 'reino de Deus' aqui na
terra. Como diria Jesus nos ensinando a oração correta: VENHA A NÓS o teu
reino. Ou seja: paraíso aqui na terra. Pois, afinal, é onde vivemos, ué!!!
É aí onde eu discordo (abomino) da
religiosidade de holocaustos modernos que anula o sacrifício perfeito gerando a
inevitável crise existencial, ou ainda, a angústia de quem vive, como diria o
poeta Vinícius de Moraes. Pois não vejo a existência como um deserto árido e
seco, como colocam alguns. Ele só é assim quando não entendemos o Evangelho na sua forma mais ampla. Pois se a ressurreição é essencial para a fé cristã,
por outro lado ( e do mesmo lado!), Jesus veio ao mundo para, vivendo todas as
nossas experiências, redimir o mundo de uma vez por todas, 'tornando-se em
semelhança de homens'.
Como diria João, 'O Verbo se fez carne e habitou entre
nós'.
Nesse sentido - o das
experiências, da vida prática, da sanidade e da lucidez - gosto particularmente
do reduzido Evangelho de Marcos que enfatiza o ministério de Jesus de forma
dinâmica e vibrante, invertendo os conceitos humanos (religiosos). Mesmo
continuando a cruz e a ressurreição
sendo o centro de suas narrativas, ele
aponta um Jesus dinâmico que quebra todas as cadeias, que derruba os mitos
religiosos que nos pesam e nos enchem de culpas. Mitos que nos impedem de passar
da infância espiritual medrosa e permeada de fantasmas religiosos para uma vida adulta livre, leve e solta.
Solta das amarras religiosas que a tradição teima em querer colocar em nossos
ombros para impedirmos de ser felizes (plenos) aqui mesmo na terra.
Senhor, que venha a nós o teu
reino.
RF.
segunda-feira, 25 de março de 2013
A Igreja que matou Jesus
'A igreja que matou Jesus era
religiosa.
A igreja que matou Jesus convivia com Ele, mas não o conhecia.
A igreja que matou Jesus era hipócrita, suas vestes limpas eram as externas.
Na igreja que matou Jesus havia podres e sujeiras nos bastidores.
Na igreja que matou Jesus a última palavra era dos poderosos, dos santos, do 'sumo- sacerdote'.
Na igreja que matou Jesus a comunhão era fingida.
A igreja que matou Jesus convivia com Ele, mas não o conhecia.
A igreja que matou Jesus era hipócrita, suas vestes limpas eram as externas.
Na igreja que matou Jesus havia podres e sujeiras nos bastidores.
Na igreja que matou Jesus a última palavra era dos poderosos, dos santos, do 'sumo- sacerdote'.
Na igreja que matou Jesus a comunhão era fingida.
Na igreja que matou Jesus a fé era coletiva.
O amor, discursivo.
A piedade, falsa.
O amor, discursivo.
A piedade, falsa.
Os religiosos da igreja que matou
Jesus
- diziam-se santos
- vestiam-se adequadamente
- davam o dízimo e as ofertas
- mas estavam prontos a apedrejar a pecadora.
A igreja que matou Jesus não frutificava, visto que era exclusiva e não
inclusiva.
Na igreja que matou Jesus havia muita reverência a homens e poucos homens-referência.
Na igreja que matou Jesus vivia-se uma verdade inventada, acrescida, dogmática.
A igreja que matou Jesus cumpria a Lei, mas desconhecia a Graça.
A igreja que matou Jesus ignorava Sua voz, mas orava em voz alta.
A igreja que matou Jesus tinha tanta convicção em suas verdades que o mataram.
A igreja que matou Jesus nem chegou a ser chamada de Igreja, mas ainda existe.
Na igreja que matou Jesus havia muita reverência a homens e poucos homens-referência.
Na igreja que matou Jesus vivia-se uma verdade inventada, acrescida, dogmática.
A igreja que matou Jesus cumpria a Lei, mas desconhecia a Graça.
A igreja que matou Jesus ignorava Sua voz, mas orava em voz alta.
A igreja que matou Jesus tinha tanta convicção em suas verdades que o mataram.
A igreja que matou Jesus nem chegou a ser chamada de Igreja, mas ainda existe.
Você a conhece?'
Obs.:
Não sei quem é o autor. Recebi por e-mail. Quem souber, por favor, me avise. E espero que o autor de tão verdadeira e contundente denúncia não se mostre desaforado e desequilibrado vindo me cobrar 'direitos autorais'.
Como já aconteceu...
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domingo, 24 de março de 2013
A Caverna
Era uma vez uma caverna.
Nessa caverna havia muitas pessoas que nasceram, cresceram e permaneceram ali sem nunca ter visto a luz do dia. Aliás, não viam nem sabiam de absolutamente nada do que acontecia lá fora.
Viviam acorrentados e de costas para a entrada. Sem se mover, apenas vislumbravam o mundo por meio de um feixe de luz produzido por uma fogueira externa. Essa tenra luz projetava sombras na parede enquanto eram associadas aos sons que vinham de fora. E, assim, as pessoas aprenderam que aquela 'sombra da realidade' era a realidade do mundo lá fora. Afinal, esse era o único contato permitido com o mundo exterior.
Certo dia, um dos prisioneiros conseguiu se libertar das correntes e, aos poucos, foi se movendo e avançando com dificuldade rumo à saída da caverna, vencendo um a um, cada obstáculo que surgia. Aquela desconstrução gradativa não era nada confortável. As pernas tremiam enquanto os olhos ardiam com todo aquele brilho exterior. Mas algo dentro dele o impelia para fora como em inevitável parto.
Quando, finalmente, esse ousado e destemido homem rompeu definitivamente com aquele casulo, ficou maravilhado com tudo que viu. Um mundo completamente diferente daquele que havia apreendido. Diferente do enganoso e limitado espaço físico e mental que restringira sua visão. E o prazer em desfrutar de tamanha beleza em tão harmonioso caos foi transformando os passos acanhados em um andar livre e sem impedimentos.
A felicidade explodia dentro dele, mas ele queria voltar à caverna... Para contar a novidade! Ele só pensava em compartilhar aquela alegria! E jamais poderia imaginar que recepção era aquela que o aguardava. A rejeição foi imediata. Instintiva. Pela ousadia de expressar o que realmente viu, foi apedrejado e quase morto pelos próprios companheiros. Pelo mesmo grupo com quem experimentou aquela vidinha inexpressiva de sons e imagens difusos durante toda uma existência. Pela turba incrédula, apática e engessada por costumes e hábitos de nascença. O coração destes sentia de repudiar aquela imprudência.
Então, mesmo tomado por louco, o homem não se intimidou e conseguiu fugir de volta, levando outros 'loucos' consigo. E foram. Correndo riscos terríveis juntos; transpondo altos muros; enfrentando os fantasmas do medo e da insegurança gerados por toda aquela liberdade que se descortinava a se perder de vista. E a verdade ia surgindo na cara. Ardendo-lhes os olhos e queimando-lhes o peito. Impulsionando-os a uma nova e definitiva maneira de enxergar o mundo.
Foi quando, libertos, descobriram o quanto estiveram acorrentados. E quanto valeu o desconforto de toda uma desconstrução/reconstrução da antiga 'ordem'.
RF.
Inspirado em 'O Mito da Caverna' (Platão).
Então, mesmo tomado por louco, o homem não se intimidou e conseguiu fugir de volta, levando outros 'loucos' consigo. E foram. Correndo riscos terríveis juntos; transpondo altos muros; enfrentando os fantasmas do medo e da insegurança gerados por toda aquela liberdade que se descortinava a se perder de vista. E a verdade ia surgindo na cara. Ardendo-lhes os olhos e queimando-lhes o peito. Impulsionando-os a uma nova e definitiva maneira de enxergar o mundo.
Foi quando, libertos, descobriram o quanto estiveram acorrentados. E quanto valeu o desconforto de toda uma desconstrução/reconstrução da antiga 'ordem'.
RF.
Inspirado em 'O Mito da Caverna' (Platão).
quinta-feira, 21 de março de 2013
SER SAL E LUZ
"Uma tempestade provocou um blecaute em nosso bairro.
Quando as luzes se apagaram, tateei pela escuridão até o armário onde
guardávamos as velas para noites como essa... Levei fósforo e acendi quatro
velas... Estava me virando para sair com a vela maior em minha mão quando ouvi
uma voz.
— Ei, deixe essa vela ali.
— Quem disse isso?
— Eu.
A voz vinha de perto da minha mão.
— Quem é você? Que é você?
— Eu sou uma vela.
Aí levantei para olhar mais de perto. Você não vai acreditar
no que eu vi. Havia uma pequena face na cera da vela... Um rosto em ação, se
movendo, cheio de expressão e vida.
— Não me tire daqui!
— O quê?
— Eu disse para não me tirar deste armário.
— Como assim? Eu tenho de tirá-la daqui. Você é uma vela.
Seu trabalho é iluminar. Está escuro.
— Mas você não pode me levar para lá. Eu não estou pronta —
explicou a vela com olhos de súplica. — Preciso de mais preparação.
Não conseguia acreditar no que estava ouvindo.
— Mais preparação?
— Sim, decidi que preciso pesquisar esse negócio de iluminar
para que eu não saia por aí fazendo um monte de bobagens. Você ficaria surpreso
se soubesse quão distorcido o brilho de uma vela destreinada pode ser.
— Tudo bem, então — disse. — Você não é a única vela na
prateleira. Vou apagar você e levar as outras!
No momento em que enchi minhas bochechas de ar, porém,
escutei outras vozes:
— Nós também não vamos!
Então me virei e olhei para as três outras velas.
— Vocês são velas e seu trabalho é iluminar lugares escuros!
— Bem, essa pode ser sua opinião — disse a vela na
extremidade esquerda. — Pode ser que, para você, tenhamos de ir, mas estou
ocupada... Estou meditando na importância da luz. É realmente esclarecedor.
— E vocês duas? — perguntei. — Vocês também vão permanecer
aqui?
Respondeu uma vela pequena, roliça, de cor púrpura e com
bochechas rechonchudas que me faziam lembrar o Papai Noel:
— Estou esperando minha vida ficar em ordem. Não sou estável
o suficiente.
A última vela tinha uma voz musical, muito agradável de
ouvir.
— Eu gostaria de ajudar — explicou ela. — Mas iluminar a
escuridão não é meu dom... Sou uma cantora. Eu canto para as outras velas a fim
de encorajá-las a brilhar mais intensamente.
Então ela começou uma versão do hino Brilha no meio do teu
viver. As outras três se juntaram, enchendo o cômodo de música.
Dei um passo para trás e analisei o absurdo daquilo tudo.
Quatro velas perfeitamente saudáveis cantando uma para a outra sobre brilhar
mas se recusando a sair do lugar".
--
Trecho do Livro "Deus chegou mais perto"
O texto acima foi postado no Blog do Irlandês
Excelente reflexão.
Isso me faz lembrar de outra parábola.
A do sal que endurece porque não arrisca sair de dentro do saleiro.
A do sal que acha que salgar é fazer proselitismo e trazer
(aprisionar) almas pra dentro de sua própria religiosidade.
Um falso evangelismo cujos limites estão na segurança do
saleiro/denominação.
Um território devidamente demarcado, uma espécie de colônia
onde todos são (re) conhecidos e identificados por se vestirem iguaizinhos,
repetirem os mesmos dizeres, mesmos mantras religiosos, mesmas saudações.
É assim que se é amado, considerado, respeitado e até
admirado e idolatrado. E apenas nessa colônia se está entre irmãos.
Nessa colônia/saleiro todos são legais, piedosos, amigos e
muito compreensivos com os defeitos e vaciladas de cada um dos outros
irmãozinhos. Desde que dentro das normas exigidas pelo Grande Saleiro.
Então, essa paranoia que os líderes ensinaram a chamar de
'salvação', para reter os irmãos no cabresto, impede-os de salgar lá fora. Livremente, sem amarras doutrinárias.
E os ensinados - e os que ensinaram isso - passam beeeeeem
longe dos ensinamentos Daquele que - irônica e contraditoriamente - eles mesmos chamam, de modo reverente, de SENHOR, de REDENTOR e de MESTRE.(?!)
E, tal como as velas desperdiçando seu brilho, estes também
desperdiçam seu sabor, tornando-se INSÍPIDOS, de tanto que fechados e
formatados dentro de quatro paredes religiosas.
Triste isso...
RF
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quarta-feira, 20 de março de 2013
Figuras de Linguagem
Uma das melhores ferramentas que
há - no sentido de colocar abaixo a ditadura
da língua culta, estática, fria e inexpressiva - é a figura de linguagem.
Figura de linguagem é sempre
enriquecedora. E sempre atualizada.
E isso, porque a língua é dinâmica. E a figura de linguagem – entre suas
inúmeras utilidades - serve ainda de excelente recurso quando se quer lançar
mão de expressões não convencionais.
O fato de não ser erudito, clássico
e formal, não torna um texto menos sério, menos importante, menos comunicativo
nem, tampouco, com menor riqueza literária. Ao contrário! As figuras de
linguagem sugerem criatividade, expansão e liberdade, aumentando assim os
espaços e as possibilidades para enriquecer o texto e para se enriquecer com a
leitura do mesmo.
Usando figuras de linguagem, não
apenas assimilamos melhor os textos literários, como nos desarmamos, tornando-nos mais sensíveis à beleza da linguagem e ao significado simbólico das palavras e dos textos. Observando com um
pouco mais de atenção, percebemos que estamos SEMPRE nos deparando com essas
figuras. Não são poucas as vezes que as identificamos em diversos momentos de
nossos diálogos, seja de forma oral ou escrita.
A propósito, há um equivocado gueto pseudo-intelectual que
classifica de ‘errado’ e pobre o
texto em que se emprega palavrão, gíria e termos mais simples ou populares. Eu,
particularmente, chamo isso de preconceito e pedantismo. Ora, termos e expressões não são estáticos nem donos do pedaço! Eles passam. Caem em
desuso. E os que ficam são excelentes
instrumentos de comunicação conforme o contexto naquela circunstância e naquela
época específica.
Surgem sempre novos termos. Novos
significados são dados a antigos termos, vocábulos antes considerados pesados ganham novo sentido e passam a dar ênfase satisfatória ao que se quer
expressar... Tudo isso, sempre no intuito de transmitir os mais diversos
conhecimentos, onde as pessoas compartilham valores e conceitos de forma
profunda e sincera, aprendendo, ensinando, corrigindo e corrigindo-se, em
constante enriquecimento mútuo.
‘Figuras de linguagem são certos recursos não convencionais que o escritor
cria para dar maior expressividade à sua mensagem’.
Marca de produto é rica ferramenta para exemplificar uma
determinada figura de linguagem. É que, de tanto fazer uso do produto, findamos
por esquecer o nome do produto, substituindo-o pela marca. E quanto mais aquele
produto nos satisfaz, mais nos distanciamos do seu nome real.
Por exemplo:
Todo santo dia eu tomo meu nescau
e meu danone, dou uma lida em Luís Fernando Veríssimo, esfrego a pia com bombril,
faço espuma com dove embaixo do chuveiro, passo nívea no rosto e uso cotonete. Ah,
e evito usar gilete porque tenho alergia e também porque me corto... Aí uso band
aid. Vou ali comer meu McDonalds, mas antes darei uma leve borrifada do meu CK One,
e colocarei sundown no corpo, porque o sol não está de brincadeira.
A tais substituições damos o nome
de METONÍMIA:
'Figura de linguagem baseada no uso de um nome no lugar de outro, pelo
emprego da parte pelo todo, do efeito pela causa, do autor pela obra, do
continente pelo conteúdo'.
Precisamos ter o máximo de cuidado,
entretanto, para não confundir metonímia
com metáfora, pois a primeira só é notada quando atentamos para o contexto
e, a segunda, é de teor comparativo.
Entendemos melhor essa diferença
com a seguinte definição de METÁFORA:
'Figura de linguagem que consiste em estabelecer uma analogia de
significados entre duas palavras ou expressões, empregando uma pela outra'.
Ou seja:
Não confundir com METÁFORA, cuja
característica é de analogia. Há uma
comparação entre duas coisas essencialmente diferentes, a fim de sugerir uma
semelhança.
A metáfora bíblica empregada nas narrativas do evangelho é excelente instrumento para revelar a
natureza de Deus. Assim como, para que nos seja comunicado a respeito do Seu amor e do Seu cuidado. Por
meio de exemplos simples, e, portanto, facilmente compreendidos por todas as pessoas.
Jesus foi o MESTRE (redundância
rss) das metáforas! Utilizando-se de vocábulos, Ele construía suas metáforas
de modo perfeitamente adequado, posto que pertinente ao contexto em que vivia
nos Seus dias missionários. Todas relacionadas às questões existenciais daquele
cotidiano. E, diga-se de passagem, vinculando-as
todas ao Reino que se inicia aqui na Terra.
Alguns dos vocábulos usados largamente em Suas metáforas:
Água, sal, fermento, luz, grão de
mostarda, joio, trigo, vinhas, vinho, pescador, ovelha, rebanho, pastor.
Mas veja bem. Jamais diga que vai
aproveitar os exemplos acima para ‘levar o Evangelho’. Não cometa esse erro!
Afinal, Evangelho não se leva. Evangelho se vive, se experimenta no chão da
existência. E assim, dele, se dá testemunho.
Como diria Agostinho de Hipona:
'Pregue o Evangelho. Se necessário, use palavras'.
Vou ali tirar uma xerox deste texto...
RF.
RF.
(O texto acima foi inspirado em um diálogo em sala de aula ontem à noite...)
sexta-feira, 15 de março de 2013
A tradição religiosa e a CRUZ.
Muitos de nós conhecemos apenas as
narrativas do Evangelho. Mesmo sabendo Quem é a Verdade, estacionamos lá naquela
parte do acontecimento da crucificação sem realmente crer na Cruz de Cristo.
Seguimos fielmente determinados simbolismos. Rejeitando uns e idolatrando outros. Por exemplo, a emblemática cruz, como simbolismo religioso nas igrejas e nas catacumbas, chega a ser tenebrosa para alguns denominacionais. E isso, porque aprendemos desde a infância, a associar cruz à morte, prosseguindo com esse equívoco durante toda uma vida adulta fortemente induzida pela 'crentice' religiosa. Uns ainda, mais fracos, sugestionáveis e supersticiosos, chegam a acreditar que o tinhoso está por trás de qualquer figura que lembre uma cruz. E não que uma cruz - ou qualquer outro objeto - tenha alguma força em si, boa ou ruim. Mas se for para ser analisada pelo simbolismo, cruz vazada nos remete ao Cristo ressurreto.
Continuamos insistentes com a tradição cultural e religiosa que os judaizantes e os católicos imprimiram fortemente nas nossas vidas. Acrescentando simbolismos convenientes à denominação como componente necessário ao ritual religioso. E, como no passado, continuamos falando de Deus como se Ele estivesse longe, quase ausente. Um ídolo a ser adorado, mas distante. Um ídolo que nos impõe um kit religioso para que estejamos com Ele e Ele conosco.
Nossa confissão é de crendice religiosa
coletiva e nunca da fé individual que nos dá a certeza de que somos aceitos individualmente
pelo Senhor e Redentor que diz ‘o meu justo viverá pela fe’.
Seguimos uma interminável lista de ‘não faça isso’ ou ‘faça aquilo’ quando Jesus nos diz, claramente, que isso tudo é bobagem inútil e vã e que o mal está é no coração.
Seguimos uma interminável lista de ‘não faça isso’ ou ‘faça aquilo’ quando Jesus nos diz, claramente, que isso tudo é bobagem inútil e vã e que o mal está é no coração.
O mais curioso de tudo é que
preferimos abraçar a causa do pacote coletivo, fingindo que está tudo bem
externamente, enquanto intimamente nos falta crer que Jesus pagou o preço dos
nossos pecados. Repetimos, coletivamente, que Ele morreu pelos pecadores, mas
sozinhos, isoladamente com as nossas crises existenciais, não temos a paz que
Ele nos deixou quando morreu e ressuscitou por cada um, individualmente.
Jesus não quer ser apenas o
Salvador do mundo, Aquele que tem misericórdia dos pecadores. O benefício da
nova e eterna aliança terá que ser experimentado individualmente. No cotidiano.
Nas circunstâncias. Nas crises. Nas dificuldades. Nos relacionamentos. Porque
assim fomos lavados e assim vamos sendo curados. Assim nos desarmamos e nos colocamos por inteiro diante da Graça que
já lavou todos os nossos pecados.
Mas preferimos viver um eterno e
cansativo ritual religioso. Uma penitência herdada do catolicismo que nos acusa, nos pune e nos limpa (?) com sacrifícios grupais. Em horários programados e diante
do oráculo. Sacrifícios que remontam a antiga aliança de Deus com os israelitas (e seus acréscimos!).
Pequenos holocaustos forjados pela religiosidade que nunca entendeu o
Evangelho.
Afirmamos como em mantra que Deus
é juiz. Com pavor do dia desse tal juízo, sem percebermos que esse Dia já
aconteceu. Que o julgamento tão temido é daqueles que não quiseram a salvação
oferecida graciosamente em Cristo. Sim, pois o que crê não será julgado e o que
não crê já está julgado. Essa culpa neurótica e o juízo do si-mesmo impostos pela religiosidade, nos impedem de enxergar que Jesus
cumpriu na Cruz todo o juízo. E nada poderá nos separar do amor de Deus.
Estamos tão acostumados com os
rituais e as cerimônias que passamos a acreditar que arrependimento é deixar de
fazer ‘certas coisas’ e, no domingo na igreja, ir à frente e dizer aos irmãos
que agora sim, estamos agradando a Deus. Como vi no filme 'Coração de Pescador' ninguém descobre nada vomitando palavras de catecismo.
Enquanto os demais aplaudem nossa
mudança linda porque não estamos mais indo para as baladas beber até cair, não
percebemos em nós mesmos a mudança pra valer. A mudança que ocorre com o
arrependimento. Arrependimento que nos traz a paz que se instala no peito e promove a confiança Naquele que
nos acolhe e diz: está consumado. Aquele que nos diz que, Nele, o céu começa
aqui. Ele que nos ensinou a orar de maneira correta, ‘venha a nós o Teu Reino’,
indicando que o reino de Deus está dentro de nós.
Quem está em Cristo não teme
julgamento pois já passou da morte para a vida.
O resto é crendice religiosa que
neurotiza.
RF.
'A Crucificação foi um evento histórico.
A Cruz é um poder existencial
apropriado pela fé que descansa confiantemente em Deus'.
terça-feira, 12 de março de 2013
PRECEITOS DE HOMENS
Denominacionais idólatras não
imaginam a tristeza que me vai n’alma sempre que os vejo despejando versículos
de maneira isolada nos comentários de certos blogs.
Tem um anônimo no blog de um amigo meu que tem batido recorde a esse respeito. A cegueira é tanta que ao mesmo tempo
em que ele abusa dessa insensatez, ele critica quem fala acerca do Evangelho,
rotulando de sofismático no sentido
mais pejorativo possível.
Não existe coisa mais
irresponsável e infantilóide do que descontextualizar frases! Ora, se isso já é
um crime em se tratando de qualquer texto o que diremos, então, dos escritos
bíblicos? E o mais grave é que a turba engessada aplaude...
Sinceridade?! Não sei se rio ou se choro quando leio certas coisas. Sim, porque é tragicômico!
É por essas e outras que eu me
solidarizo com alguns que rasgam o coração nesse sentido. Porque eu não apenas
imagino a angústia em seu peito, como sofro a mesma angústia vendo tantos
irmãos de uma denominação advogando a causa de Deus porque
foi assim que eles aprenderam; e eles, teimosos e resistentes, não querem sair
das tradições que afirmam que somente os que rezam sua cartilha são os que
ganham o prêmio celestial.
Sofro particularmente por
'determinada' denominação, porque nela estão pessoas muito próximas e muito
queridas. Pessoas que usam como premissa para suas vidas ditames que absorveram
a vida inteirinha. E que só servem para que elas acreditem que são melhores que
os outros; que estão na frente de todos para ganhar o céu. Porque cem anos
atrás um deus maluco e contraditório resolveu anular a Nova e Eterna Aliança revelando que
apenas quem está em determinada igreja subirá aos céus.
Aliás, essa história de escolhidinho se repete desde que o mundo
é mundo, e só mudam a época, o endereço da igreja e o nome dos grupos e das pessoas.
Os judaizantes se achavam os abençoados, filhos de Deus e herdeiros dos céus. O
Verbo se fez carne e habitou entre eles derrubando essa tese. Jesus disse-lhes
pessoalmente que havia filhos d'Ele fora
daquele aprisco. Mesmo assim, esses mesmos não entenderam e O mataram.
(Como O matam nos dias de hoje).
Depois vieram os discípulos de
Jesus; que, inevitavelmente, foram rotulados pelos de fora como cristãos, por se portarem como Cristo.
Até aí tudo bem, pois tal rótulo até que cabia. ‘Cristão’ era um termo que
combinava com o discípulo que buscava seguir os passos de Cristo, mesmo com
todos os desacertos e a certeza de falhos e dependentes da misericórdia de
Deus. Os escritos de Atos e das cartas do NT falam dessas falhas e desacertos
dos próprios discípulos e apóstolos; FALHOS mesmo andando com Jesus, absorvendo Seus ensinamentos face to face, tête-à-tête, cara a cara! Bem ali, aos pés do Mestre, literalmente!
Pois bem...
Aí inventaram o Cristianismo como
conveniência política e as pessoas começaram a ser cristãs sem ter nada de
Cristo. Não demorou e o Catolicismo tomou
pra si a patente de dono do céu, determinando normas para alcançar as
bonificações aqui mesmo na Terra. Uma maioria incauta e inculta seguia cegamente o que lhe era
determinado, sendo extorquida e saqueada. De todas as formas. As mais cruéis.
Um belo dia, na Idade Média,
surgiu um católico (Lutero) que não compactuava com aquela falta de compaixão
para com a ignorância de um povo que sofria por falta de entendimento
(conhecimento, estudo). Alguém que lhes abriu os olhos ao traduzir as
escrituras, apontando o Evangelho como libertação e dizendo não à escravidão cultural
e religiosa da época. Protestando, dando a cara a tapa, pagando preço altíssimo
ao romper com o sistema. Ajudando o povo a enxergar o quanto estava sendo
explorado não apenas materialmente, mas, acima de tudo, psicologicamente. Que
sua capacidade de pensar por si mesmo estava sendo constantemente engessada
para ser constantemente escravizado.
Surgiram novos doutrinadores e
(re) inventaram novas doutrinas com os acréscimos que Jesus falou em
Marcos 7. Antes de Jesus, depois de Jesus e naquela época da Idade Média já
acontecia isso que vemos hoje. Lamentavelmente, nunca parou de acontecer, pois
afinal trata-se do ‘bicho-homem’. Pretensioso e equivocado em suas famigeradas
interpretações.
Então - devido à natureza humana
- inevitavelmente surgiram novas doutrinas que continuavam a dar ênfase a
terríveis maus hábitos religiosos; doutrinas que não apenas falavam sobre
escolhidos, servos, abençoados, mas que determinavam quem são estes eleitos com base em
limitados parâmetros do homem.
‘E fazem muitas outras coisas
semelhantes’ - diria o próprio Jesus na passagem citada acima, sendo enfático e contundente contra os que se achavam mais abençoados por seguirem meia dúzia de regrinhas religiosas e, no entanto, seus corações estavam longe Dele, adorando-O em vão, ensinando doutrinas que são preceitos de homens.
E o homem segue nessa presunção
anulando o Sacrifício realizado na Cruz e que determina a Nova e Eterna
Aliança...
Enfim:
Crer na ‘expiação apenas pelos
eleitos’ não nos dá o direito de acreditar que os escolhidos são somente os que
estão na linha de frente de uma determinada linha doutrinária. Inclusive se
pode crer nessa limitação, baseado nas inúmeras passagens que estão nas
escrituras. Tudo bem, beleza! Afinal, essa é a ideia! Mas, convenhamos, não se
pode jamais determinar quem são os tais.
Essa presunção de apontar quem é e
quem não é eleito, com base em doutrinas de homens gera arrogância, afastamento,
frieza, indiferença, desamor, boçalidade, inveja, malícia, falta de humildade, dolo ( a velha intenção astuciosa para se atingir um fim) e a tal da pseudopiedade.
Tudo isso Jesus repudiou com todas as Suas forças!
Tudo isso Jesus repudiou com todas as Suas forças!
Os que têm a mente de Cristo
também repudiam.
Eu repudio!
Os que se dizem ‘cristãos’, os
seguidores de Cristo - crentes, católicos, evangélicos, protestantes, servos, discípulos - deveriam fazer o mesmo.
Não importando a reputação pessoal.
'Naquele dia haverá muitas
surpresas'.
RF.
O comentário acima foi feito AQUI:
sexta-feira, 8 de março de 2013
A mulher atrás? Como assim?
Para meu alívio, um belo dia eu descobri que o ‘atrás’ do início da célebre frase, tinha como causa a paralisia que obrigava seu autor- o presidente Roosevelt - a ser guiado pela esposa em cadeira de rodas. Digo 'alívio' porque somos propensos a seguir certas máximas como sendo uma obrigação (quase) religiosa. E, como eu adoro desmistificar coisas, fui pesquisar a respeito dessa frase essencialmente machista.
E hoje, dia dedicado especialmente para homenagear as mulheres, gostaria de abordar o tema à luz da Bíblia.
‘A mulher foi criada para ser a perfeita contraparte do homem, não sendo inferior nem superior, mas equivalente e igual ao homem em sua pessoalidade, enquanto diferente e única em sua função’.
Quando Deus fez o primeiro homem, disse que não era bom que ele ficasse só, da mesma forma que nunca quis que a mulher ficasse em segundo plano em absolutamente nada. No casamento então, nem dois seriam, mas uma só carne, PORÉM, sempre exaltando a individualidade da mulher, dando-lhe valor e responsabilidade ao longo da existência humana. Ou seja, machista não é Deus. O ser humano caído e pretensioso, este sim, tem natureza machista e se põe acima de Deus nas suas próprias convicções e tradições repassadas e adquiridas ao longo do tempo.
Ao observarmos atentamente a esposa virtuosa de Provérbios 31 descobrimos que se trata de um perfil muito atual e que tem todos os elementos que agradam a Deus:
Razoável independência (v16) Confiabilidade (v11) Capacidade de assumir responsabilidade (v13) Bom gosto (v22) E determinação para ser digna de honra e elogios (v 28 a 31) - Bíblia da Mulher, pg 830.
No AT vemos o exemplo de Débora que era profetisa e uma simples dona-de-casa sendo escolhida por Deus para liderar uma nação, tornando-se juíza e líder militar, LIBERTANDO seu povo em tempos de guerra. Tem também Ester, a quem Deus concedeu enorme coragem e grande sabedoria para livrar Israel da destruição; Tem Rute, a moabita, de cuja descendência veio O Salvador! Miriã, que desde criança mostrou-se inteligente ao conduzir e vigiar o irmãozinho, tornando-se mais tarde grande líder; considerada a mais notável mulher hebraica da sua época, foi ainda grande musicista e profetisa. Havia ainda tantas outras mulheres expressivas tais como Ana, mãe de Samuel, e Abigail, que ao usar de grande habilidade mudou o rumo da vida do futuro rei Davi.
Tempos depois, em Sua perfeita Soberania, Deus não precisaria de uma mulher para realizar Sua obra salvífica, mas escolheu uma menina-mulher- Maria - como instrumento, fazendo triunfar a fé sobre o dogmatismo. Esta, por sua vez, compreendendo que o foco era Jesus, disse: Que se cumpra em mim conforme a Tua Palavra.
Isabel, parenta e mãe espiritual de Maria, destacou-se duplamente: como sua mentora extraordinária e como mãe do pregador que viria a ser o portador da mensagem de arrependimento, preparando o caminho para o Messias.
Quando Jesus nasceu, outra Ana servia no templo e vivia ajudando no serviço religioso oficializado naquele local ( Lc 2:36.38)
Nos tempos do NT, Jesus SEMPRE enfatizou o ministério das mulheres no evangelismo, ficando bem evidente sua atitude revolucionária/restauradora quando apareceu para a mulher no poço de Sicar, já que por razões culturais era considerado impróprio para um rabino abordar uma mulher, principalmente uma mulher com aquele perfil. Enquanto ela era discriminada, Jesus a restaurou fazendo-a evangelizadora, com o dom de exortação, persuadindo e incentivando outras pessoas a conhecerem-NO.
"Muitos samaritanos daquela cidade creram nele EM VIRTUDE DO TESTEMUNHO DA MULHER!" (Cf. Jo 4.39)
Observe-se que no Sermão do Monte, onde Jesus deixou a todos maravilhados com Sua doutrina, não existe nenhuma alusão-proibição no que concerne à atuação da mulher evangelizadora. (Mt caps : 5-6-7)
Jesus exaltou o fato de Maria de Betânia ficar aos seus pés, ouvindo seus ensinamentos e repreendeu Marta, sua irmã, que queria que a mesma a ajudasse nos afazeres domésticos, numa reação típica de uma cultura que achava que uma mulher não devia receber ensino sobre as verdades espirituais. E, rebatendo com o intuito de ensinar-lhe e encorajá-la a aprender, disse: “Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada”.
Ora, se Ele discriminasse mulher – e principalmente naquela cultura judaica à época - eu já imagino o que ele diria:
- Ela tem razão, Maria. Por que você não vai pra cozinha ajudar sua irmã?
A bíblia relata também a passagem da mulher que, em silêncio, estava prestes a ser apedrejada e Jesus dirige a palavra justamente a ela - ignorando questões culturais hipócritas que responsabilizavam a mulher pela luxúria (ora, ela transou sozinha?!) e por isso deveria estar isolada do homem – sendo essa mulher particularmente discriminada não apenas pela sua condição feminina, mas ainda pela sua conduta.
Ressalte-se também a permissão de Jesus para que Maria Madalena fosse a primeira mulher a vê-Lo e a falar com Ele, tendo sido inclusive, a primeira pessoa a contar as Novas aos outros, ainda que nos moldes da época o testemunho de uma mulher fosse considerado inválido.
E muitas outras mulheres cooperaram das mais diversas formas, no ministério de Jesus... (Cf Lc 8:1.2.3).
O Evangelho se propagou e, mais tarde, Paulo começou a enviar cartas específicas para as localidades.
Inclusive há certa confusão em interpretações doutrinárias devido a uma suposta discriminação feita por Paulo às mulheres de Corinto, quando na verdade tratava-se de um meio disciplinador, uma vez que as mulheres da alta sociedade manipulavam grande parte do poder econômico e faziam valer suas vontades. Era comum elas usarem de capricho para com seus maridos, influenciando-os sobre o que deveriam ou não fazer. Esse era um costume feminino quase generalizado permanecendo por muito tempo na igreja primitiva.
Na carta que escreve ao povo de Filipos (4.3), fica claro que Paulo não dispensa a ajuda das mulheres, lembrando ainda de Lídia e Priscila que eram cooperadoras em seu ministério de evangelização.
Aos gálatas (3.28), ele diz que não há distinção de sexos.
Em Tito 2:3.5 as mulheres recebem ordem para ensinar na igreja.
Quando ele diz aos efésios para a mulher ser submissa ao marido, deixa claro que o marido AME a mulher, comparando à relação de Cristo com a Igreja (Ef 5.23), numa alusão ao que Deus requer numa relação conjugal; pois ELE não quer submissão em detrimento da responsabilidade da esposa de andar em santidade e retidão diante dEle. Afinal, o marido não é Salvador, e sim, protetor. Dessa forma, na submissão VOLUNTÁRIA, a esposa serve a seu marido, com liberdade e dignidade, ASSIM COMO a Igreja serve a Cristo.
O objetivo de Paulo era impor uma nova concepção conforme o que Jesus havia pregado sobre a vida espiritual, desfazendo conceitos, erradicando costumes, mudando a visão e o pensamento dos novos convertidos.
E este, continua sendo o nosso objetivo – nós, mulheres cristãs – quando precisamos estar cada vez mais atentas ao papel que nos foi confiado, pois mesmo tendo passado mais de dois mil anos, ainda existe enorme disputa e grandes equívocos em nome de Jesus e onde, ironicamente, nós mulheres, nos tornamos vítimas da nossa própria influência no meio em que vivemos.
Mas existe uma fórmula simples: colocar Deus no comando que sempre foi Dele.
E olha lá, heim! Mulher atrás, apenas em situações específicas.
Como no caso do presidente citado acima.
E olha lá, heim! Mulher atrás, apenas em situações específicas.
Como no caso do presidente citado acima.
E que Deus abençoe a todas nós, mulheres, fazendo-nos enxergar o mandamento de ser LUZ DO MUNDO!
RF.
RF.
Mas o anjo, dirigindo-se às mulheres, disse:
Não temais; porque sei que buscais Jesus, que foi crucificado. (Mt 28.5)
E eis que Jesus veio ao encontro delas e disse:
Salve! E elas, aproximando-se, abraçaram-lhe os pés e o adoraram. (Mt 28.9)
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terça-feira, 5 de março de 2013
Eu também ficaria com a abóbora e as vinhas...
Um homem caminhava pela estrada, levando em uma das mãos um
tijolo e, na outra, uma pedra. Nas costas, carregava um saco de terra e do
pescoço pendiam algumas vinhas. Completando a inusitada carga, equilibrava
sobre a cabeça pesada abóbora. Sua figura chamava a atenção e um transeunte o parou e lhe
perguntou: “Por que você carrega esta pedra tão grande?”
O viajante olhou para a mão e comentou: “Que estranho! Eu
nunca havia notado que a carregava...” Assim dizendo, lançou fora a pedra,
continuando sua marcha, sentindo-se agora bem melhor.
Mais adiante, outro transeunte, lhe indagou: “Você parece
muito cansado. Mas, por que carrega uma abóbora tão pesada na cabeça?”
“Estou contente que tenha me perguntado”, falou o viajante.
“Eu nem havia notado o que estava fazendo comigo mesmo”. Então, jogou para
longe a abóbora, prosseguindo a andar com passos mais leves.
Assim foi pelo caminho todo. Cada pessoa que ele encontrava,
lhe falava de um dos pesos que ele levava consigo. Por sua vez, o viajante os
ia descartando, um a um, até se tornar um homem livre, caminhando como tal.
Seus problemas, acaso, eram a pedra, o tijolo, a abóbora? Naturalmente, não! Era a falta de consciência da existência delas. Quando as viu como cargas desnecessárias, lançou-as longe,
liberando-se.
Esse é o problema de muitos de nós.Carregamos a pedra dos pensamentos negativos, o tijolo das
más impressões, a pesada carga de culpas por coisas que não se poderia ter
evitado. Penduramos ao pescoço a autopiedade, conceitos de punição e de que
tudo está perdido, sem solução.
Não é de nos admirarmos, pois, que nos sintamos tão
cansados, sem energia!
Portanto, hoje, verifiquemos se estamos carregando a carga
da mágoa, o mármore do remorso, a lápide da culpa. Seja um tijolo de recriminações ou uma grande pedra de
queixas, lancemos tudo longe...
Aprendamos a nos libertar e nos sintamos mais leves, seguindo
pela estrada da vida como quem anda ao sol, em plena primavera, aspirando o ar
das manhãs, enchendo pulmões e oxigenando o cérebro.
Desafoguemos o coração dos quilos de mágoa e vivamos
lúcidos, perseguindo objetivos maiores.
Não culpemos os outros pelo nosso desânimo e nosso cansaço. Olhemos para nós mesmos, conscientizemo-nos das cargas
desnecessárias, tomemos as devidas providências.
Sigamos felizes, leves, conscientes, perseguindo metas de
saber, luz, paz, felicidade.
Mantém a tua consciência desperta. Não te deixes consumir
pelo desalento ou por qualquer sentimento de incapacidade.
Aprimora-te sempre. Ilumina-te sempre e trabalha para
alcançares a felicidade, que tanto anseias.
(bem, eu, pessoalmente, ficaria com a abóbora e as
vinhas...)
Recebi por e-mail a parábola acima.
Meu comentário, abaixo:
Bonita parábola, mas discordo que
o homem consiga tirar todo o peso das costas sozinho. Discordo que ele não tenha a
consciência e basta que alguém do lado dê
um toque. Ele tem a consciência disso. Ele sabe que carrega o peso. E ele sofre demais com tudo isso
e, mesmo assim, segue teimoso e sofrendo com sua carga. E ainda encontra forças para cantar
na sua árdua caminhada ‘eu nasci assim,
eu cresci assim, e sou mesmo assim, vou ser sempre assim...’
Nosso orgulho, nossa vaidade, nossa resistência e nossa teimosia em carregar tudo isso sozinho são bem maiores do que
todos os ressentimentos que culminam numa série de pressuposições que nos escravizam a alma, nos oprimindo e nos minando as forças físicas e emocionais.
Ora, carregar sozinho ou livrar-se
sozinho constituem-se em arrogância desde que o mundo é mundo. E há relatos
bíblicos que nos apontam que, nessa teimosia, neguinho bate com a cara na
parede. Pois que tudo isso só se neutraliza quando
nos submetemos ao amor. Somente o amor. Aquele
amor incondicional, sem barganha, aquele amor desinteressado e despretensioso que nem a outra mão viu! Somente
esse amor é capaz de ir tirando todas as marcas dos inevitáveis espinhos que nos atingiram
ao longo da vida.
E só quem tem a capacidade de
neutralizar isso é Jesus ao nos
revelar o Seu Amor. E esse processo é algo realizado durante a vida inteira. Por causa da natureza humana e do fato de vivermos em relacionamentos, é inevitável o constante lidar com as próprias cargas. É um eterno descarregar. É diário. É no
cotidiano. É no chão da existência.
Paulo (o apóstolo) resumiu em
poucas palavras a natureza humana: ‘O querer bem está em mim; não,
porém, o efetuá-lo’. Ao mesmo tempo ele explica aos
coríntios como se deve amar de forma perfeitamente alcançável. Pois não sendo daquela forma não tem proveito
algum. Mas, para isso, Jesus ensina que é necessário sair-se do ‘si mesmo’. Porque nosso maior
adversário é o nosso próprio coração. É ele que nos contamina por inteiro. É dele
que procedem todos os males que assolam o planeta.
O mesmo Paulo nos diz na mesma
passagem que a fé e a esperança são necessárias mas temporais e que apenas o amor
é para sempre, é eterno. E eu fico pensando sobre o que disse certa vez um
pregador sobre a fé e a esperança estarem atrelados às ânsias pessoais, enquanto o amor está relacionado ao próximo. Aí eu me lembro da resposta de
Jesus ao letrado escriba sobre os
herdeiros da vida eterna: aquele que ama a Deus com todo coração, toda alma,
todas as forças, todo entendimento... E ao próximo como a si mesmo. Ou seja:
uma vida constante de adoração/doação. Quando nos doamos abrimos mão daquela velha
natureza que nos puxa para dentro de nós mesmos, nossas próprias razões, nosso
resistente peso desnecessário e vão.
Esse é o pensamento de Jesus para
nós. Por isso que eu só vejo lucidez em Sua proposta. Em sua proposta não há
nada de ritos e cerimônias complementares. É simplesmente no chão da existência que se pratica o que Jesus
requer de cada um de nós.
O resto é crendice religiosa que
não diz absolutamente nada da proposta de Jesus para uma vida leve e saudável.
Essa vida ‘em abundância’ que Ele tanto quer pra nós e que nós reinventamos com
nossa carga de acréscimos culturais/religiosos que só nos enchem de culpa e vícios do coração.
Lamentavelmente, muitos entendem o ‘vinde a mim’ de Jesus como mero tratamento aos que estão com a auto-estima em baixa (do tipo: não fique triste, Jesus te ama) ou como sinônimo de render-se a um pacote doutrinário de uma suposta nova Jerusalém aqui na Terra. As igrejas lotadas que nos digam de ambos...
Lamentavelmente, muitos entendem o ‘vinde a mim’ de Jesus como mero tratamento aos que estão com a auto-estima em baixa (do tipo: não fique triste, Jesus te ama) ou como sinônimo de render-se a um pacote doutrinário de uma suposta nova Jerusalém aqui na Terra. As igrejas lotadas que nos digam de ambos...
O texto acima diz: ‘Sigamos
felizes, leves, conscientes, perseguindo metas de saber, luz, paz, felicidade’.
Ora, essa é a ideia! Duvido que não seja a vontade de cada ser pensante que
existe na face da terra. Todo mundo quer ser feliz! Desde o que mora numa casinha
de sapê lá nos confins do sertão até o que mora no castelo medieval irlandês. Entretanto, são poucos os que se desarmam e abrem mão das inutilidades pesadas! Precisamos nos desconstruir continuamente,
a fim de recolocar o que serve e lançar fora o que não serve mais.
Eu também ficaria com a abóbora e
as vinhas.
(As abobrinhas também são imprescindíveis!)
(As abobrinhas também são imprescindíveis!)
A abóbora, por estar pesada, eu
repartiria. Não precisaria ir muito longe nem fazer um treinamento de
ministério ou um curso de teologia. Repartiria com aqueles que estivessem ao
meu redor. Simples assim. Sem oba oba, sem auê, sem consultas ao oráculo a respeito de algo que já me foi revelado.
As vinhas me seriam bem mais
leves se eu as tirasse das minhas próprias costas e as repartisse também.
Apenas ficaria na liderança em relação ao cuidado por elas, pois delas tiraria
o meu sustento, dos meus e do meu próximo necessitado. Pois de muito pouco
necessitamos apesar do apelo gritante da mídia sobre parâmetros de felicidade.
Repartir. Eis a cura. Não uma cura completa, posto que é um processo para a vida inteira. E não, necessariamente, um
repartir de bens materiais. E não, necessariamente, com ‘o irmão da minha
igreja’. É um contínuo olhar-se para dentro e uma constante busca daquilo que opera pelo amor. Então
fluirá o perdão, a compaixão, a bondade e a simplicidade da alegria genuína. E - como diria o pregador - se tudo isso não estiver enraizado em nós, só tem um jeito: pedir misericórdia a Deus. Todos os
dias da nossa existência. Não sendo assim, continuaremos nos impregnando pelo
mal que seca a umidade do amor no chão da nossa alma.
RF.
.
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