"NÃO EXISTE NENHUM LUGAR DE CULTO FORA DO AMOR AO PRÓXIMO"

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segunda-feira, 30 de abril de 2012

sábado, 28 de abril de 2012

Nem ela (a Barbie rss) escapa...

Barbie aos 50.


A vida é curta...
Quebre regras
Perdoe rapidamente
Não reclame
Não critique
Seja amável

Agradeça sempre
Beije lentamente...
Ame de verdade!
Ria descontrolavelmente!

E nunca pare de sorrir, por mais estranho que seja o motivo.
E lembre-se que não há prazer sem riscos.
A vida pode não ser a festa que esperávamos,
mas uma vez que estamos aqui, temos que comemorar cada dia...
E agradecer!
Aprecie sem moderação.
RF

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Pedaços da memória

José Gomes Farias (meu pai, de branco) ladeado pelo governador do distrito
e do presidente do Rotary Internacional - Regina Farias.
Nos anos mais antigos do passado, tempo de minha infância, não havia Dia dos Pais. A data só seria festejada mais tarde, para corresponder ao Dia das Mães, que sempre existiu de uma forma ou de outra. Não havia um Dia dos Pais, mas todos os dias eram dele.
Sozinho, ele enchia a casa. Quando saía para trabalhar, tudo parecia vazio, pior, tudo parecia abandonado. Se entrasse um ladrão, se nos dias de tempestade caísse um raio no telhado, se tudo pegasse fogo - que seria de nós sem ele?
Mas ele voltava todos os dias, trazia sempre uma novidade, um doce, um pão especial que comprara na cidade. E mesmo que nada trouxesse, quando chegava, a casa se enchia com a presença dele, a voz, o cheiro dele.
Acendia todas as luzes, deixava a gente ficar acordado até tarde, pois queria plateia, que nós víssemos como ele era grande e majestoso quando fazia qualquer coisa, e mesmo quando nada fazia, ficando na rede, olhando o teto e buscando as notícias num rádio de ondas curtas e médias. Durante a Segunda Guerra, fazia questão de ouvir todas as noites o Big Ben, o sino que a BBC transmitia para o mundo, mostrando que Londres resistia.
O pai também era um mundo. O mundo parecia que obedecia a ele. Eu o considerava a coisa mais poderosa do Universo. Quando alguém me provocava ou me aborrecia, eu reagia e ameaçava: "Vou contar para o meu pai!". Sem ele, ando por aí meio desorientado, se me acontece alguma coisa, nem tenho o consolo de contar para o meu pai.
Poderia ter sido eu, mas quem escreveu foi o CARLOS HEITOR CONY
Com algumas pequenas diferenças como a de que, na minha infância, eu comemorei o Dia dos Pais- RF
TEXTOS RELACIONADOS:

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Jorge de Capadócia



Reza a lenda que Jorge teria nascido em berço de ouro na antiga Capadócia, região que, atualmente, pertence à Turquia. Ainda criança, com o pai morto em campo de batalha, mudou-se para a Palestina com a mãe, onde foi muito bem educado.

Com o falecimento da mãe, mudou-se para a corte do Imperador para exercer sua missão de combatente, antes distribuindo toda sua riqueza com as pessoas mais necessitadas e perseguidas pelo poder da época, devido ao seu caráter cristão e sua fé pessoal em Jesus Cristo.

Aos 23 anos passou a residir na corte imperial em Nicomédia, assumindo a função de Tribuno Militar. Dedicado, justo e habilidoso, muito jovem ainda foi promovido a capitão do exército. Tais qualidades levaram o imperador a lhe conferir o título de Conde da Capadócia.

Como membro da suprema corte romana, ele enfrentou o senado (composto pela nata eclesiástica) no momento em que se reuniram com planos de matar os cristãos. Defendendo com grande coragem a fé em Jesus Cristo, Jorge causou espanto geral ao afirmar que os romanos ali presentes deveriam se converter ao cristianismo.

Indagado por um cônsul sobre a origem dessa ousadia, Jorge prontamente respondeu-lhe que era por causa da Verdade. O cônsul - a exemplo de inúmeros Nicodemos espalhados pelo planeta – faz a clássica pergunta:

- O que é a Verdade?

Jorge responde-lhe:
- A Verdade é meu Senhor Jesus Cristo, a quem vós perseguis, e eu sou servo do meu Redentor Jesus Cristo; e, Nele confiando, me pus no meio de vós para dar testemunho da Verdade.

Colocando-o sob tortura cruel, o imperador Diocleciano acreditava que ele iria desistir daquela fé professada com tamanha ousadia. E, a cada tortura monstruosa, era levado à presença do Imperador que lhe fazia a mesma pergunta. Se ele renegaria Jesus para adorar os ídolos. Porém, Jorge só reafirmava cada vez mais a sua fé, impressionando a muitos que se converteram, inclusive a mulher do próprio imperador.

Como não consegue dobrá-lo, o imperador manda degolá-lo no dia 23 de abril de 303, em Nicomédia (Ásia Menor)

Mais tarde, o imperador Constantino (sim, aquele mesmo imperador pagão, que ‘legalizou’ o cristianismo) manda erguer suntuoso oratório aberto aos fiéis para que a devoção ao santo seja espalhada por todo o Oriente. Pelo século V, já havia cinco igrejas em Constantinopla dedicadas a São Jorge. Só no Egito, nos primeiros séculos após sua morte, construíram-se quatro igrejas e quarenta conventos dedicados ao mártir. Na Armênia, em Bizâncio, no Estreito de Bósforo na Grécia, São Jorge era inscrito entre os maiores santos da Igreja Católica. (Consulta básica a dona Wiki e seu Google)

O que muitos religiosos  - e até poetas e cantores - não conseguem alcançar (ver, enxergar) é que as armas que Jorge empunhou não eram dele nem tampouco eram visíveis ou palpáveis. (Diferentemente das que ele tanto usou para defender os domínios do rei). Então, equivocadamente - e em pleno século vinte e um! -  as pessoas seguem orando e entoando canções que atribuem tais armas a ele.
E a maior ironia da sua história é que o idolatrado Jorge foi morto justamente porque repudiava a adoração aos ídolos, declarando aos quatro cantos do planeta sua adoração (ou devoção, como queiram) à ÚNICA VERDADE.
A VERDADE que não aceita nem necessita de mediadores... Por ser SOBERANA!

RF.


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As armas de Deus


Aos efésios, Paulo faz uma analogia da figura da armadura de Deus com a armadura do soldado romano, mostrando que não é com nossos próprios esforços que iremos abater o inimigo que destrói relações, e sim, confiando na proteção e amparo de Deus que nos capacita a vencer suas investidas.

'Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes'. (Efésios 6.12)

Cingindo-vos com a verdade – a cintura ou abdômen era vista como a área das emoções que normalmente nos enganam fazendo acreditar em uma mentira; quando temos compromisso com a verdade, independentemente das repercussões, nossas emoções não nos deixam cair nessa cilada, não importam as circunstâncias.

Vestindo-vos da couraça da justiça – o peito é visto como o lugar onde se encontra a alma. Quando o coração é limpo e justo, através de constante confissão e perdão, não há espaço para o inimigo fazer seu inferninho.

Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz Se estamos com o sapato adequado, pisamos de forma correta em qualquer ambiente a serviço do Senhor levando o Evangelho da paz e da reconciliação.

Embraçando sempre o escudo da fé – outra metáfora que nos alerta a não tirar o escudo do braço, sempre atentos para rebater os dardos inflamados (acusações) por meio da armadura invisível que é a fé.

Tomai também o capacete da salvação – nessa área na qual está o capacete somos protegidos contra os maus pensamentos que ora queiram se instalar. A certeza da salvação é uma enorme defesa contra a dúvida, a insegurança e outras obras das forças espirituais do mal.

Tomai... a espada do Espírito – a espada é a Palavra viva, poderosa e efetiva.

Orando em todo tempo no Espírito – É nessa constante comunicação com o Senhor das nossas vidas que encontramos encorajamento e direcionamento correto em meio ao vendaval. 'Em todo tempo' nos aponta a seriedade e necessidade de nos mantermos a postos nessa batalha que é constante. (Efésios 6:14.18- A Bíblia da Mulher - Ed Mundo Cristão- SBB)

segunda-feira, 16 de abril de 2012

REpressão MATA

Steven Tyler e sua filha Liv Tyler



Repressão maltrata... E MATA!

E a coisa mais fácil do mundo é reconhecer um repressor quando este se depara com alguém  de opinião contrária à dele.  E, principalmente, quando ele percebe que tal opinião está sendo analisada e considerada pela turba anestesiada pelas suas ideias reacionárias. Ele se sente ameaçado em seu território aparentemente inabalável e então se denuncia por meio de duas características básicas:

Primeiro ele ameaça usando as armas que tem; e se ele for religioso fundamentalista, não dá outra. Sua falácia é velada, mas rica em termos mórbidos tais como: morte, enterro, sepultamento, féretro. Percebendo que não impressionou, aciona então o plano B, recheado de sarcasmo. Em nenhuma das situações demonstra amor ou respeito pelo seu semelhante/interlocutor.

Que descrição lamentável. Mas quem pensa que estou descrevendo algum personagem religioso da Idade Média está enganado. É coisa bem atual. E sinistra. Pois ainda que não se vejam as bem acesas labaredas de uma fogueira, a todo instante alguém com um perfil desses tem a pretensão de jogar um nela. Um daqueles que geralmente fazem uso da própria voz...

Pois é... De vez em quando vem à tona neste espaço, assunto assim não muito agradável.  Mas é porque eu não me conformo. E mais: confesso que essa é a tônica dos meus minutos de teclado neste blog, sempre incomodada em minha alma profundamente entristecida diante dos fatos que se descortinam à minha frente, quase diariamente. Sabe... Não é por mim, exatamente. É que eu sofro demais por esses que, literalmente sufocados, não conseguem sair da prisão DENOMINACIONAL para vir aqui pra fora RESPIRAR na verdadeira paz. Aí quando eu digo que é uma patologia querem me jogar na tal fogueira da Inquisição.

Mas eu não me intimido e sempre que vejo um ato de extremismo, de inflexibilidade e de radicalismo em nome de Deus, não tem jeito! Reacende em mim a constatação de que anos e anos e anos literalmente dentro de uma igreja, não leva, necessariamente, alguém a se converter ao Evangelho. Pelo contrário, ironicamente AFASTA da proposta do Evangelho, pois que engessa os sentidos e a pessoa passa a viver (VIVER?!) conforme os ditames do guru espiritual que fala na primeira pessoa do singular como se fosse Deus. E antes fosse mesmo O DEUS que se pronunciou por meio do profeta Jeremias, puxando a orelha do povo que punha confiança no templo, no local de adoração. Antes fosse mesmo. O SENHOR das nossas vidas, o Deus que disciplina, mas que acolhe e que cobre multidão de pecados com o Seu Amor, Sua Graça e Misericórdia... MAS não! É um deus raivoso, justiceiro, brigão, turrão, mal humorado, legalista E INFLEXÍVEL. Um deus que está a postos e prestes a descer a mão pesada como um bicho papão que aterroriza a criança, o jovem e o adulto que não seguirem regras, regras e mais regras que só pesam os ombros e nada dizem acerca de fé e consciência, quando o zelo e o cuidado deveriam ser com a justiça e a reconciliação. Reconciliação principalmente com Deus, mas como se reconciliar com um deus brigão?! Contraditório, né? Pois é, e assim segue um povo sofrendo por falta de conhecimento da Palavra. Um povo que o próprio Deus diz ‘Meu povo!’ Considero tudo isso, se não uma tremenda crueldade, uma enoooorme ignorância e desconhecimento acerca dos atributos do Deus da Graça e da Misericórdia. E não estou falando que Deus não disciplina seu povo. Estou dizendo que o lema de alguns religiosos é a ameaça usando a mão pesada de um deus neurótico que habita suas mentes.

Por outro lado, nunca vou entender como pessoas, em sã consciência, permitem que outras pessoas (de consciência por vezes duvidosa) conduzam suas vidas como se fossem marionetes, em nome da santa abominação, digo, denominação. E, sinceramente, me é inevitável fazer analogia com denominações que arrancam dinheiro das pessoas em troca de curas milagrosas. Ora, nestas não se tira dinheiro (pelo menos de forma escancarada e desavergonhadamente), mas se tira a alegria de viver colocando uma pedra opressora no peito sobre a insígnia do MEDO e da IMPOSIÇÃO.

Já faz um tempinho, acompanhando uma parenta idosa em exame rotineiro, me deparei com a filha de um líder religioso da mesma igreja dessa parenta, e que, quando criança e adolescente, frequentava a casa desta senhora. Esbocei um sorriso e fui em sua direção, mas me espantei em seguida com a reação da garota. Ela, que certamente deveria estar ali pra fazer algum exame também, parecia um bicho acuado, triste, revoltado, retraído, sei lá. No mesmo momento tive que atender a moça do balcão para preencher dados corriqueiros e quando me virei ela havia mudado de lugar, dizendo silenciosamente que não queria papo. Acenei-lhe respeitando aquele sinal mudo e gritante, mas fiquei impressionada com o semblante sofrido da menina. Sou uma pessoa experiente e sei que não parecia dor física, era uma angústia, um terror nos seus olhos que me acompanha até agora depois de vários meses. Comentei minha impressão com a senhora que acompanhava, mas esta, estranhamente, apenas riu amarelo, sem emitir nenhum parecer. Estranhamente, mas nada que me surpreendesse. ‘Normal’ aquele silêncio. Já vi muito. Bem típico.

Enfim, é triste.  Porém, como disse um dia, sabiamente, o Steven do Aerosmith, ‘toda repressão um dia explode’. E explode das formas mais diversas, inclusive das mais trágicas, como a guria angustiada e cheia de culpa que tocou fogo em si mesma, a começar pela cabeça, porque havia cortado AS PONTAS do cabelo.  (Fato real contado pelo Ricardo Gondim no livro “É Proibido: O que a Bíblia permite e a Igreja proíbe”). O Steven, por sua vez, referindo-se ao pai repressor, ainda adolescente, libertou-se caindo, literalmente, no pó. Inclusive, nessa mesma matéria que assisti, o jornalista pergunta a ele onde entrou todo o dinheiro que ele ganhou e ele respondeu: coloquei todo no meu nariz. Hoje (adulto, não apenas cronologicamente ), ele analisa os danos causados por aquela repressão e pela falsa liberdade como fuga.
Repressão e fuga. Dois extremos perigosos e letais. Engraçado que as pessoas falam tanto que essa 'liberdade não é bem assim, pois se tem umas regrinhas a seguir' e, no entanto, têm uma ideia muito limitada do sentido de matar... Engraçado também é que essas mesmas pessoas, radicais e inflexíveis, não querem ouvir que religião é ópio...

É por essas e outras que muitos viram ateus, céticos, incrédulos. Afinal, quem precisa de um deus neurótico e repressor?!

É isso. E enquanto fôlego eu tiver não vou me omitir a esse respeito. Eu quero é incomodar mesmo. Comodismo não é comigo. É uma questão de consciência, de responsabilidade, de sacerdócio.

E um lembrete aos que adoram exibir o mandamento ‘Não Matarás’: radicalismo e extremismo MATAM. Radicalismo e extremismo lembram rigidez; e rigidez, sim, é que lembra morte. Enquanto flexibilidade provoca leveza e leveza tem a ver com VIDA. Portanto, esvaziemo-nos de nossas religiosidades para que o Espírito de Deus, que é livre e multiforme, habite verdadeiramente em nós. E assim, possamos respirar verdadeiramente em paz; e exercer a nossa liberdade com o discernimento que nos aponta o segredo da flexibilidade que promove a VIDA em abundância proposta por Jesus.
RF.

domingo, 15 de abril de 2012

Considerações sobre o aborto.




É fácil ficar em casa decidindo o que é bom ou não para os outros...

Estes, que se dizem contra, radicalmente, deveriam criar uma associação beneficente para pais de filhos com graves deficiências mentais, ou de qualquer natureza; e deveriam financiar tal instituição, além de abrir frentes dela em todo o país; e, se possível, no mundo.  Também deveriam se voluntariar como babás noturnas dessas crianças, bem como deveriam se dispor a trabalharem como enfermeiros voluntários em todas essas casas. Então, desse ponto, eu aceito ouvir o discurso de qualquer um.

Não! Não estou aqui defendendo o aborto indiscriminado. Sou contra o aborto, especialmente sou contra os não-abortos que geram abortados-vivos, que enchem o mundo de dor, angústia, violência, abandono, ódio e cinismo!

Sou contra o aborto, porém, sou mais contra ainda os que abortam em juízos aqueles que, em agonia, abortaram o que não poderiam transferir para ninguém como responsabilidade, e, ao mesmo tempo, não se viram em condições de criar quem geraram.

E, ainda, sou contra todo aquele que não estando na pele do outro, e aparentemente sem a capacidade de sentir o drama do outro, arroga-se ao papel de decidir o que é pecado nas angústias dos impotentes e desesperados. Esses tais, para mim, são os que se fizeram abortar do ventre da misericórdia e, também, do recôndito reverente do silêncio.

E, embora sendo contra o aborto, creio que a decisão de abortar é de cada pessoa; e creio que não cabe a ninguém fora do âmbito familiar, meter-se na questão, a menos que seja chamado.

E, embora sendo contra o aborto, julgo ser um crime contra a consciência individual que a Igreja ou o Estado legislem ou criminalizem quem quer que, pela ignorância ou pelo desespero e desamparo, assim decida fazer.

E, embora sendo contra o aborto, defendo que todos sejam instruídos sobre o significado da vida e das possíveis consequências físicas e psicológicas para a mãe em um aborto. E, por ser contra o aborto, creio que tal instrução deve ser ensinada, sobretudo, como mídia paga pelo governo.

E, embora sendo contra o aborto, acho que tal decisão é sempre dramática para quem tem que fazer com dor e consciência; portanto, é uma coisa de cada um com Deus; e penso que quem não sente nada ao fazer, esse tal com Deus haverá de se entender.

E, embora sendo contra o aborto, não creio que Jesus jamais tratasse alguém que tivesse feito um aborto. E, embora sendo contra o aborto, reconheço que nos dias de Jesus muitas mulheres faziam abortos, mas que, apesar disso, Ele nunca falou no assunto. Ele, sim, nunca abortou ninguém: nem os abortados nem os que abortaram; pois que a todos Ele vê com misericórdia;

Jesus vê com misericórdia até mesmo aquele que não aborta como aborto, mas aborta como intransigência, raiva, ódio, antipatia e exclusão. Jesus vê com misericórdia até mesmo este que bate no peito dizendo-se contra o aborto; este que se acha o defensor das Leis de Deus e segue abortando nos átrios religiosos. Destruindo mentes e almas em nome de Deus. Apossando-se de Deus enquanto abortam, com desdém e sarcasmo, semelhantes que não rezam suas cartilhas religiosas.

Finalmente, atente-se para duas coisas básicas e reais:

1. Quem transa, que se cuide; pois é abominável colocar na vida um ser que não se deseja e nem se vai cuidar.

2. Que ninguém se meta em tais questões relacionadas a casais e que não estão na situação de angústia do casal, pois, tais decisões, são de foro íntimo, e ninguém que não foi chamado deve se meter nelas.

No mais, que cada um respeite a dor e os limites de seu irmão na presença de Deus. Pois é somente Ele quem conhece os segredos dos corações. O resto é cômoda presunção querer transformar o caso particular do traumatizado em lei universal para todos os homens.

LEIA TAMBÉM: EU DISCORDO!



sexta-feira, 13 de abril de 2012

Sobre a descriminalização do aborto de anencefálicos

(Ex facto oritur jus - Do fato nasce o direito, a lei.)



Mesmo quando ainda não se cogitava regulamentação no Brasil nesse sentido, houve inúmeros casos em que se teve permissão judicial de interrupção de gestação por anencefalia. Portanto, essa questão é antiga, inclusive com pesquisas junto à sociedade cujas estatísticas têm ampla percentagem voltada ao direito de decisão pessoal. Ora, minha gente. Não se chega a um tema desses diante do judiciário da noite para o dia; nem sem antes passar pelo crivo do povo, considerando tanto a dolorosa decisão radical quanto a situação não menos dramática de quem levou a gravidez a termo. E não há porque se alarmar pois trata-se de descriminalização, ou seja, não se constitui em crime a decisão que se tome.  Não há determinação de nenhum extermínio. Descriminalizar significa, em linguajar mais simples, deixar de ser crime. A opção passa a ser pessoal, conforme a própria consciência. Agora, a mulher já pode, amparada pela lei e apoiada pelo seu médico de confiança, fazer escolhas e tomar decisões conscientes sobre seus dramas pessoais. Isso é avanço, isso é exercício de democracia na verdadeira acepção da palavra.

Eu vejo assim: a gestante, ou melhor, o casal, tem o direito de decidir por manter ou não uma gravidez nessas condições.  Por mais que apareçam representantes de entidades religiosas reforçando ‘o caráter constitucional do direito à vida’, é um direito da mulher decidir se mantém a gravidez ou se a interrompe. Ela sabe que não há chances de sobrevida. E quem vai ter esse poder de exigir que ela complete a gravidez nesses termos?  Não podemos ser extremistas e nos apegarmos, mecanicamente, à simples frase: a vida começa na concepção. Pois há relatividade nela e inúmeras são as situações em que essa suposta vida necessita ser interrompida, como no caso específico da anencefalia.

E mais: trata-se de uma gravidez de risco para a mãe, requerendo acompanhamento constante, tendo entre outros problemas, o descolamento prematuro da placenta. Segundo explicação técnica, a anencefalia é incompatível com a vida e corresponde à morte cerebral, por não haver atividade cortical. ‘Aproximadamente 75% dos fetos anencefálicos morrem dentro do útero. Dos 25% que chegam a nascer, todos têm sobrevida vegetativa que chega a 24 horas na maioria dos casos’.

Segundo dados de 2003 da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é o quarto país em frequência de anencefalia. A interrupção da gravidez, nesses casos, é permitida na Europa, no Canadá, nos Estados Unidos, na China e, mais recentemente, no Irã (desde 2004) e na Argentina (desde 2003), entre outros países.

Contudo, há ainda quem se manifeste contra a interrupção com a alegação de que não se pode considerá-lo como feto morto. O argumento é de que não se pode prever quanto tempo uma criança com anencefalia pode viver. Mesmo sabendo que cerca de 1% vive por três meses, outras crianças podem chegar a dez meses e, algumas, podem viver até um ano e dois meses. Alegam ainda que o aborto do anecéfalo junta duas questões: o aborto e a eutanásia, considerando que 'essa é uma prática que não deixa de ser uma eutanásia’. Inclusive há casos raros em que a própria mãe decide que a gravidez venha a termo, geralmente por pressão religiosa, mesmo estando ciente acerca de suas tristes e dolorosas consequências. (E a prática da eutanásia, assim como alguns tipos de aborto, também são casos específicos que devem ser considerados. Mas isso é outro assunto).

Em minha opinião, deve se considerar, acima de tudo, a decisão pessoal do casal. Ou da mulher, se não houver casal. Ela é quem sabe do drama pessoal que está enfrentando e que tal angústia é relativa apenas a ela. E que, principalmente, não cabe a uma cúpula religiosa de plantão decidir algo que é unicamente a sua consciência que deve decidir. Aliás, religioso deveria passar longe de questão assim, para não ceder à tentação de deixar aflorar a demagogia arraigada. Além do mais, não há como se esperar democracia por parte de um religioso de carteirinha pois este jamais poderia ser classificado como um democrata. Ironicamente, os que falam tanto em nome de Deus, deveriam respeitar a dor de quem vive tal situação e compreender que só Deus sonda os corações e só Ele sabe da angústia e das limitações de cada um; paradoxalmente, os que tanto alegam sobre a 'vontade de Deus', não creem no Deus que vê o coração, e que não julga com a mesma medida que o homem julga.

E cabe, sim, aos setores técnicos e jurídicos, acompanharem a dinâmica da vida no sentido de promoverem cada vez mais uma existência de qualidade para o ser humano. Dentro da ética e da dignidade pessoal. 

Há quem apele, colocando o anencefálico erroneamente como ‘excepcional’ e até fazendo comparação tosca com o portador de ‘Síndrome de Down’. Entretanto, qualquer criança de sete anos sabe que são duas situações completamente diversas. E, discordando de um amigo que acredita que tal decisão 'abre precedentes', eu vou além dizendo que bom que abre precedentes. Pois vejo com muita tranquilidade tudo que está acontecendo. Não vejo pelo lado ‘terrorista’, não há motivo para pânico. Não se trata de nova forma de extermínio à la Adolf. E se fosse (perdão pela ironia) seria um lento extermínio, até porque, de acordo com a Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, a incidência de casos de anencefalia é em torno de um para cada mil nascidos vivos. E, ainda assim, a livre decisão acerca do destino desse 'um' continua sendo dos pais. O que significa que não paramos no meio do caminho e que estamos avançando em relação aos nossos direitos de escolha conforme a nossa própria consciência.   
Bendito Estado Laico!

RF

Leitura complementar:


'Em abril de 2004, o CNTS (Conselho Nacional dos Trabalhadores em Saúde) e a ONG ANIS (Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero) apresentaram ao STF uma ADPF, Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental. O objetivo é que o STF julgue constitucional o direito de interrupção da gravidez em casos de anencefalia.
A iniciativa das organizações foi motivada por um requerimento que o STF recebera meses antes. Dizia respeito a uma autorização para interrupção da gravidez de uma jovem de 18 anos, de Teresópolis (RJ), com diagnóstico de feto anencefálico. O parto, com a morte do bebê apenas sete minutos depois, ocorreu antes de decisão da Justiça sobre o abortamento.
Depois de analisar o pedido, o ministro relator, Marco Aurélio Mello, aprovou a ADPF 54. Assim, durante três meses, entre julho e setembro de 2004, a mulher que quisesse interromper a gravidez em caso de anencefalia não necessitava de alvará judicial. No entanto, após forte oposição de alguns setores da sociedade, a liminar foi cassada pelo Supremo em outubro daquele ano, sob argumento de que precisava de melhor análise.
Em 2008, pela primeira vez, o Supremo fez uma convocação para audiências públicas e ouviu testemunhos pessoais, exposições técnicas, científicas e jurídicas sobre anencefalia. Dois então ministros também participaram das audiências, o da Saúde, José Gomes Temporão, e da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire.
As conclusões das audiências foram claras: o diagnóstico de anencefalia é feito com 100% de certeza; a anencefalia é uma condição irreversível e letal em 100% dos casos; a gestação de um feto anencefálico é de maior risco para a mulher; a interrupção da gestação, nesse caso, não deve ser tratada como aborto, mas como antecipação terapêutica do parto e a anencefalia não se confunde com deficiência. A anencefalia é uma condição de inviabilidade de vida extrauterina.
Assim, desde outubro de 2008 até o início de 2011, o processo ficou aguardando entrada em pauta. Em março de 2011, o ministro Marco Aurélio apresentou o seu relatório, com uma descrição geral do processo, e pediu pauta para julgamento. O presidente, ministro Cezar Peluso, marcou o julgamento para o dia 11 de abril.
Em abril de 2009, a AGU, Advocacia Geral da União, emitiu parecer favorável à antecipação terapêutica do feto nos casos de anencefalia, com base na Constituição Federal, o que alimentou a esperança pela aprovação da ADPF 54'.

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Principais teses em defesa:
Luís Roberto Barroso (Professor titular de Direito Constitucional da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, que formulou e apresentou a ação no STF).
Em primeiro lugar, a interrupção da gestação em caso de feto anencefálico não constitui aborto, mas sim de fato atípico, segundo o jargão jurídico. “Nós ainda acrescentamos nesse tópico que não há, no Direito brasileiro, uma definição do momento em que tem início a vida, porém existe uma definição do momento da morte: é quando o cérebro para de funcionar. A lei de transplantes de órgãos considera a morte como a morte cerebral, encefálica. Nós argumentamos que, no caso do feto anencefálico, ele não chega nem a ter um início de vida cerebral, porque o cérebro não se forma”.

O segundo ponto da defesa é que o Código Penal prevê duas situações em que o aborto não será criminalizado: quando a gravidez interrompida é resultado de estupro ou quando a gestação gera grave risco para a vida da mãe.

“Nesses dois casos, o feto tem potencialidade de vida, porém o legislador, ponderando a potencialidade de vida do feto com a vida da mãe, ou com a violência física e moral sofrida pela mulher, permite a interrupção da gravidez. No caso da anencefalia, essa potencialidade de vida não existe. Portanto, a interrupção da gestação é menos drástica, é menos gravosa do que nos dois casos já previstos no código penal”, afirma Barroso.

Segundo ele, o código penal só não prevê expressamente a anencefalia como uma das exceções para a criminalização do aborto porque, quando foi elaborado, em 1940, não havia possibilidade de se fazer o diagnóstico.

Por fim, a última base para sustentar a defesa do aborto em caso de anencefalia é a da dignidade da pessoa. Barroso diz que um dos componentes da ideia do princípio da dignidade da pessoa humana é o direito à integridade física e psicológica. Obrigar uma mulher a levar a gestação de um bebê anencefálico adiante significaria ferir esses direitos.

Nós consideramos que essa imposição de um prolongamento do sofrimento inútil dessa mulher viola a dignidade da pessoa humana. Nós sustentamos que esse é um momento de tragédia pessoal na vida da mulher. Algumas mulheres querem levar a gestação a termo, outras não querem. Cada um tem o direito de se comportar de acordo com seu sentimento e sua convicção. O Estado não tem o direito de tomar essa decisão pela mulher”, conclui.

Para Barroso, o Brasil está muito atrasado na discussão do aborto. Mais ainda, o País está em marcha ré quando se fala em anencefalia. Segundo ele, pouquíssimos países do mundo, mesmo na América Latina, criminalizam a interrupção da gestação no caso de feto anencefálico e de fetos inviáveis em geral.

“A questão da anencefalia é uma questão muito menor, porque nem todas as implicações éticas do aborto estão presentes aqui, de modo que eu acho que essa é uma discussão menor. Nós estamos atrasados nessa matéria. Nenhum país democrático e desenvolvido impede a mulher de interromper a gestação no caso de anencefalia”.

Dizer que liberar o aborto em caso de anencefalia pode abrir precedente perigoso para eugenia, segundo Barroso, é levar a discussão para um terreno perigoso.

Não há criança anencefálica, não há adulto anencefálico. Portanto, quem suscita o propósito dessa discussão a temas como eugenia, ou está desinformado ou está de má fé. A eugenia não tem nenhuma relação com o que está sendo tratado aqui. O que está em jogo é a autonomia da mulher, é o direito da mulher em escolher como ela vai atravessar o seu próprio sofrimento”.



Entendendo um pouco mais sobre o tema:

O PROCESSO DE DESCRIMINALIZAÇÃO DE ABORTO DE ANENCÉFALO NO BRASIL

SUPREMO LIBERA ABORTO POR ANENCEFALIA: SAIBA ONDE JÁ SE PODE FAZÊ-LO



sábado, 7 de abril de 2012

PÁSCOA: SIGNIFICADO E CONFISSÃO


Páscoa é passagem.

Para os judeus, passagem d
e um estado de escravidão para uma situação de liberdade. Para os cristãos é a passagem de Jesus da morte para a vida, por meio da ressurreição.

A verdade é que durante toda a existência precisamos viver a Páscoa como uma experiência interior de 'passagens', de mudanças constantes, sabendo que como o povo hebreu, durante a passagem, deveremos passar por grandes desafios e como Cristo haveremos de enfrentar até mesmo o inferno, no nosso caso o inferno existencial.

Duas palavras definem bem a Páscoa: Liberdade e Vida. Mas há uma terceira, que sem ela se torna inviável a caminhada  - 'caminhada' como processo de busca e crescimento. O nome disso é ESPERANÇA!

Foi por meio da promessa revelada que homens e mulheres escravos pelo povo egípcio puderam caminhar esperançosamente até chegar a Terra Prometida.

Foi em esperança que uma comunidade de discípulos do primeiro século e dos séculos posteriores (e até mesmo de séculos anteriores) caminharam e têm caminhado na Terra movidos pelo poder da ressurreição que vai reatualizando a vida e a liberdade que nos foi outorgada na cruz do tempo (histórica) e na Cruz da Eternidade.

Hoje sinto-me como fazendo um tipo de passagem. Não tem sido fácil. As paisagens não são belas muitas vezes, mas sombrias, cinzentas... Contudo, lá dentro há uma Voz que sussurra esperança em meus ouvidos, então caminho, caminho, caminho... Fazendo esta minha passagem, vivendo a minha Páscoa, buscando a liberdade de ser, desejando aprofundar-me nos significados da Vida Eterna em que fui batizado, querendo - como disse Paulo - ser achado Nele, a fim de que eu possa conhecer a Cristo, o poder da sua ressurreição e a participação em seus sofrimentos, tornando-me como ele em sua morte para, de alguma forma, alcançar a ressurreição dentre os mortos.

É isso!

Boa Páscoa.

Liberdade, Vida e Esperança!

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Samuel F. Andrade



sexta-feira, 6 de abril de 2012

Rock divino na veia

(Jackson Jr, meu filho, no contrabaixo)


As coisas de Deus são perfeitas!

Por meio de três figuras do link proposto no Pavablog fiz uma mega super hiper agradável viagem no túnel do tempo. E não de um tempo meramente cronológico, mas de um tempo denso e poderoso que quebra paradigmas capazes de redimensionar tudo com suas reais importâncias e significados para então nos redirecionar. Um tempo único que reafirma e me faz constatar acerca do real sentido de tudo que nos acontece durante a nossa existência; ainda que, no tempo real, não se tenha muita noção sobre aquele processo que ora se desenrola.

Vejam só!

Tudo começa a partir de um vídeo tosco ao qual fui compelida a assistir. E assisti até o fim só para ver aonde iria dar. E quanto mais assistia aqueles três, menos entendia ‘a que vieram’. Então, na sequência óbvia da procura pelos originais, seguindo a velha lógica da curiosidade do ‘onde começou essa doideira’, chego à ‘Catedral’ relembrando com alegria o quanto curti um dia o seu excelente trabalho artístico (e a voz do vocalista).

Até aí não seria nada de novo ou diferente se não fosse o contexto da época na minha vida. Época onde ainda não era moda ser evangélico; época em que se torcia o nariz para crentes; época em que a cultura me dizia que ‘isso é coisa de desinformado que se desesperou por algo e foi se alienar em lugares específicos’. E, principalmente, se eu não fosse uma radical totalmente avessa a tudo que se referisse a crente; aversão esta, acentuando-se consideravelmente, quando vi alguns familiares entrarem nessa de crente e eu não conseguia enxergar nenhuma ‘melhora’, apenas a mesma religiosidade de sempre com outra roupagem. Desta feita, uma roupagem mais pesada, mais aprisionante, mais sufocante, mais sinistra. (Mas isso é outra história já tratada aqui neste mesmo blog)

Enfim...

Hoje, mais light, mas ainda avessa à 'música evangélica' - pelos rumos que ela tomou - e em completo estágio de desintoxicação de todo o lixo gospel/religioso/ritualístico/ que absorvi, principalmente durante os últimos dez anos pós-conversão, vejo uma analogia irônica e interessante. Pois enquanto se desconstruíam em mim as catedrais religiosas, os templos e a forma tosca de invocação divina em todas as casas de pedra supostamente habitadas por Deus, faço essa incrível viagem de volta passando pelos velhos conceitos e valores que ali - naquele tempo e espaço - já começavam a ser quebrados em mim sem que nem ao menos eu soubesse ainda...

Um longo processo para então chegar ao 'Êxodo' dessa incrível banda de rock dos anos 70 que, confesso, não tive a oportunidade de conhecer. Mas que conheço hoje - e para quem tiro o chapéu diante da ousadia de, em tempos difíceis, romper com velhos e mofados costumes - constatando o trabalho ‘artístico’ de um Pai que cuida de seus filhos ainda que eles estejam por aí, dispersos, viajando e completamente fora de Sua Casa.

Que 'passagem' de volta interessante!

Que 'imensa alegria' constatar, a todo instante, que o Espírito de Deus é multiforme e que Deus trabalha de maneira única e pessoal!

Roqueira por natureza, ainda garota eu já curtia esse tipo de acorde e já era fascinada pelas bandas de rock 'endiabradas'...

E quem poderia imaginar que assim, ainda que eu não atinasse, esse estilo musical estaria agindo de forma sobrenatural na minha vida?!

Pois é. Ninguém imagina, mas O Criador vê a flor brotando em galhos secos...
Amém!
R.


Cinthia (sobrinha) na primeira bateria do Leo (filho) - 2001-