"NÃO EXISTE NENHUM LUGAR DE CULTO FORA DO AMOR AO PRÓXIMO"

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sábado, 31 de março de 2012

Brincando de Coisa Séria




Brincadeira boa é aquela
Do lado da Feira de Casa Amarela
Brincadeira que vale a pena

É no Mercado da Madalena

Tira-gosto, arrumadinho, escondidinho.
Tira-gosto, arrumadinho, escondidinho

E mais uma cerveja para começar a brincadeira

Para começar a brincadeira

Olha só como corre o cidadão
Veja só como corre com malícia

Corre mais quando corre da polícia

Leva uma bolsa, bate uma carteira
Dobra a esquina, cadê? Escafedeu!
É mais um... Isso não é brincadeira.

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Estive ouvindo por esses dias, esta música do Cascabulho, cujo nome é ‘Brincando de coisa séria’; inclusive ela é o ‘carro-chefe’ do CD - ou ‘música de trabalho’ como se diz atualmente.
(Diga-se de passagem, que meu filho Jr, é o baixista; e que esse vídeo foi postado por Leo, outro filho. Êta que só tem artista rss)

Então, inspirada não apenas nessa frase, mas também por este excelente trabalho artístico - onde, na responsabilidade da mensagem que retrata o cotidiano imperando o clima lúdico, leve e brincalhão - comecei a garimpar algumas frases sobre essa sacada da eterna brincadeira, de levar a vida leve, de viver a genuína alegria nas circunstâncias...

Eis algumas:

Brincar é condição fundamental para ser sério. (Arquimedes)
A vida é muito importante para ser levada a sério. (Oscar Wilde)
Você pode descobrir mais sobre uma pessoa em uma hora de brincadeira do que em um ano de conversa. (Platão)

Se tivesses acreditado na minha brincadeira de dizer verdades terias ouvido verdades que teimo em dizer brincando; falei muitas vezes como um palhaço, mas jamais duvidei da sinceridade da plateia que sorria. (Charles Chaplin)

A inocência não dura a vida inteira. Brinque de ser sério. E leve a sério a brincadeira. (Rita Lee)

A ironia é, sobretudo, uma brincadeira do espírito. O humor seria antes uma brincadeira do coração, uma brincadeira de sensibilidade. (Jules Renard)

A brincadeira nos devolve a pureza original/ O Paraíso é o lúdico/ A inocência perdida nos condenou ao trabalho/ Só o ócio primordial é a redenção do homem que não soube ficar criança. (Valter da Rosa Borges)

Não importa quanta seriedade a vida exija de você, cada um de nós precisa de um amigo brincalhão para se divertir junto. (William Shakespeare)

Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores e afins. No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota! Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você. (Arnaldo Jabour)

A simplicidade de nossa criança interior nos desarma contra a seriedade dos adultos que pensamos ser. (Autor Desconhecido)

E, finalmente:

Não podemos confundir sisudez com solenidade. Na sisudez você nunca vai absorver a essência do que é, de fato, solene. Regina Farias


"Senso de humor é apenas bom senso dançando."
(William James)


segunda-feira, 26 de março de 2012

Andar com fé eu vou...



Há quem diga que há vários tipos de fé, outros dizem que há duas: a da 'salvação eterna' e a fé natural que nos impulsiona a seguir a caminhada da existência promovendo constante mudança interior conforme nossas vivências e nossas necessidades.

Considerando que somos seres holísticos, providos de corpo, alma e espírito, os quais estão interligados e não se dissociam em absolutamente nada, eu, particularmente, não consigo conceber fé em Cristo isolada da fé cotidiana. Ou seja, para mim, a fé em Cristo se funde à fé 'natural' que reside no ser; então, eu vejo tal fé sendo impelida pela mente e sendo manifestada pela esperança que promove movimentos de amor verdadeiro.
O autor da carta aos hebreus define fé como ‘a certeza de algo que se espera, a convicção de fatos que não se veem’; ali, naquele capítulo, ele lista os ‘heróis da fé’ enfatizando a obediência ativa e encorajando aqueles que já haviam aceito o senhorio de  Cristo; nessa convicção não se cria expectativas; você descansa em paz e ‘espera’ mesmo sabendo que tem que ter atitude; isso é estilo de uma vida prática cristã. A melhor parte da fé genuína, é que tanto em momentos de muita fé, como de pouca fé, Jesus está sempre disponível para nos dar a mão. Foi o que aconteceu com Pedro em curtíssimo espaço de tempo, que, ao olhar as circunstâncias, começou a afundar gritando pra Jesus salvá-lo. E, prontamente, Jesus estende-lhe a mão.(Cf Mt 14:30.31) 
Nós vemos Paulo falar em 'uma só fé' nas suas cartas, exortando o novo crente a manifestar essa fé de forma prática, no cotidiano, nas coisas mais simples, no convívio e nos desafios diários. E assim devemos desenvolver a nossa fé, pois nosso compromisso de fé é sendo gente que ama e serve livremente.

Inclusive, é sempre oportuno esclarecer que Tiago não está em desacordo com Paulo quando diz que 'a fé sem obras é inoperante'. Enquanto Paulo diz a um povo LEGALISTA E FUNDAMENTALISTA que esforço pessoal sem fé é vão, Tiago diz em outra ocasião e a outra comunidade, que a salvação pela fé não exclui boas obras. Sendo que essas boas obras são RESULTADO NATURAL da fé, e não requisitos desta.

Fé não se delega. Quando a fé se institucionaliza atribuindo poder a um ente como se ele se constituísse em representação divina, e a fé se manifesta de acordo com a doutrina religiosa, então já não é mais fé, e sim, mera crença religiosa. Porque Deus não determinou nenhuma instituição em Seu Nome. Essa ‘fé’ que necessita de ambiente religioso para poder ser praticada é uma falsa fé, pois que incapaz de me ensinar a enxergar no invisível Aquele que já sabe e vê por mim. 
Fé tem sempre a ver com a espiritualidade de Jesus traduzida em liberdade comprometida com a vida. Ou seja: 'na simplicidade da fé o coração se ocupa com a vida e pode até vir a usar dos meios institucionais para socorrer o próximo'.  Mas sempre com a espontaneidade movida pela misericórdia. E não como quem faz uma obrigação (evangelismo programado) visando receber um prêmio.
Afinal, sem fé, é impossível agradar a Deus.

Em seus dias missionários, Jesus deixa claro (a toda aquela multidão que o segue para se beneficiar), que a fé é o que nos salva, e não, o nosso esforço pessoal. Que somos justificados pela fé em Cristo! 'O meu justo viverá pela fé'. Disse Jesus. Uma vida que é eterna e que se inicia no nosso caminhar aqui mesmo na Terra. Tem algumas passagens bem pontuais nos escritos evangélicos que apontam para isso, como o exemplo do leproso que havia sido curado apenas fisicamente (Lc 17:15.19), no que disse Jesus ao centurião (Lc 7.9), à mulher que sangrava (Mc 5.34) e à que Lhe ungiu os pés (Lc 7.50).

Por fim, como li de um pregador dias atrás:
'Certamente que a fé não torna a existência mais fácil, mas com certeza conduz ao lugar onde todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus. Afinal, eu não sei, mas Ele sabe por mim; eu não vejo, mas Ele vê por mim. E eu só enxergo o invisível pela fé. E minha fé é que Deus sabe e vê por mim e por você. De minha parte, só tenho que dizer: Eis-me aqui, Senhor!'

Porque pela graça sois salvos, mediante a fé;
e isto não vem de vós; é dom de Deus;
não de obras, para que ninguém se glorie.
(Ef.2:8)

(Adaptado)

Que pena...



Em nome de Jesus, o religioso está sempre agindo mecanicamente, dentro dos moldes exigidos pela instituição; ignorando a naturalidade que surge de uma consciência dada pelo Espírito de Deus, ele não percebe que aquilo que deveria ser um ato espontâneo, perde seu valor diante de Deus; de tão acostumado na sua rotina chega ao ponto de não se dar conta que se tornou ESCRAVO de uma programação agendada pelas autoridades eclesiásticas. E ele não apenas aceita como concorda com isso. E até se orgulha, pois fica feliz em estar sendo reconhecido pelo seu destacado trabalho. É aí que a coisa se enraíza e, sem perceber - porque a coisa é sutil e gradativa - ele começa a estufar o peito por se sentir ‘referência’ para os demais.  Cria-se, então, uma hierarquia institucional e espiritual. Quando não escancarada e acintosa, velada; ambas perniciosas, uma vez que travestidas de evangelizadoras, não passam de ações pseudo-piedosas.
E, ainda que não admita quando indagado, ele também acredita piamente que a confissão da sua fé está ligada à denominação religiosa que escolheu, da mesma forma que acredita que o agir com ‘caridade’ está sempre ligado a um ministério da igreja. Na sua concepção, o ambiente religioso existe para que lá em seu interior, ele pratique a sua fé. Ele acredita tanto nisso que bate no peito e diz: foi Deus que me chamou para este lugar. Meu lugar é aqui. E ali ele se engrandece diante dos homens, como co-participante de uma igreja/instituição que vai se expandindo na mesma proporção que distante do que diz o Evangelho sobre ser igreja/igreja ser*.
É também por fomentar tais conceitos em sua mente que,  em relação ao culto prestado a Deus, a coisa funciona do mesmo jeito. A sisudez, a formalidade e os passos litúrgicos seguidos à risca, associados a momentos coletivos de picos emocionais, são marcas de que ali, sim, houve uma adoração perfeita. Em contrapartida, basta ver o religioso indo a um encontro mais informal de outra denominação, para perceber claramente seu desapontamento. Ele sente a falta de toda aquela performance à qual fora acostumado e, inconscientemente, já rejeita este outro tipo de culto mais light,  avaliando-o não apenas como deficiente mas completamente ausente de Deus. Afinal, neste ele não sente ‘no ar’ as vibrações positivas da presença coletiva daquele Deus emocional que a todos faz cantar, chorar, rir e ferver o coração. Então, sentindo falta do outro, conclui: Aquilo lá, sim, é que é presença divina. E volta para buscar seu Deus onde acha que sempre O encontrou. E, nesse volta, nesse retrocesso, permanece invocando a Deus em lugares específicos, enganando a si mesmo em suas próprias racionalizações sobre sua fé em um Jesus que nunca estabeleceu lugar fixo de adoração.
O Jesus de quem o religioso usa largamente O Nome, 'nunca montou um palco para si; seu púlpito era um monte, uma sombra de uma árvore ou um barquinho simples na beira do rio; e seu público era composto de pessoas de todos os estilos e das mais variadas origens culturais, sociais e religiosas que afluíam de todos os lugares'. Avesso à formalidade e sem se impressionar com liturgias nem com pompas,  seguia amando e servindo em liberdade, derrubando todos os muros exclusivistas;  com a ousadia de quem foge da cilada do glamour mas com a naturalidade e a leveza de quem escolhe pisar livremente no chão firme da existência; conclamando a todos para fazerem o mesmo no Seu 'vem e segue-me'. E, sem jamais se impressionar com tanta gente ao Seu redor, deixou bastante claro que duas ou três pessoas, em Seu Nome, já se constitui uma igreja.



Não me canso de repetir, pois é tão simples o religioso perceber e sair dessa. Na adoração onde o espaço físico é exaltado, há uma comoção geral provocada por um espírito coletivo e imaginário que estimula os corações às mais estranhas performances. Saindo daquele transe, porém,  tudo volta ao que era antes;  já na verdadeira adoração, o coração quebrantado é refletido NATURALMENTE no agir, no ser, no viver, no respirar, em constante transformação interior, sem oba-oba, sem estardalhaço, independente do espaço físico em que se encontre.

Que pena que o religioso não consegue entender que o ‘vem e segue-me’ de Quem promete vida leve e em abundância toma o lugar do espaço específico das sensações e sentimentos fugazes. E que o Pai está em busca dos verdadeiros adoradores e não dos religiosos que antes seguiam invocando a Deus em lugares; que pena que esses religiosos não entendam, finalmente, que o lugar santo onde Ele pode ser encontrado é o próprio coração, quando a Ele consagrado.
Que pena...
Regina Farias
*TEXTO RELACIONADO: SER IGREJA - IGREJA SER <--- clique aqui

domingo, 25 de março de 2012

Adjetivações em nome de Deus





Comentário feito AQUI <---

João,

Você sabe que essa tática que esses tais usam é antiga. Típica de inflexível religioso que quer calar a boca do outro com ameaças. Afinal, uma ovelha acéfala dá menos trabalho ao pastor reacionário. Eles pregam uma paz de araque onde o silêncio exigido simboliza a submissão aos seus desmandos em nome de Deus.

Lembra quando, há alguns meses, só porque eu passei a me pronunciar de forma contundente no blog do Hélio Marques, os fanáticos de plantão também começaram a me adjetivar de tudo quanto era nome? O mais 'cut cut' de todos foi Jezebel, personagem bíblico que caiu na cultura popular como símbolo sedutor e sem escrúpulos.

Acho que você se lembra quando, a princípio, eu 'quis ficar' indignada e você disse pra eu relaxar, não valorizar e tal... Só que minha indignação não era com as adjetivações em si, pois o cara nem me conhecia, apenas se aproveitava para explorar a virtualidade e soltar seu veneno distorcendo as coisas; minha indignação era pela covardia de um anônimo. Pois, para mim, sem escrúpulos é exatamente quem assim age. Só que ele calou-se, pois nem pessoalmente nada disso me intimida, quanto mais virtualmente. Pessoalmente, eu o processaria por calúnia; e, virtualmente, também. Afinal, há meios de se encontrar gente desse naipe que se esconde por trás de uma tela de computador. Porém, como ele não seguiu adiante, optei por não dar importância. E, ao contrário do que ele imaginava, 'me inspirei' nele nos textos e comentários posteriores.

Os pretensiosos que se acham imaculados em um patamar superior de espiritualidade, quando lançam mão de suas acusações, só conseguem mesmo se expor ao ridículo diante dos que têm alguma sabedoria; e, diante de Deus, pobres miseráveis, se equiparam aos 'mui amigos' de Jó que, enquanto estufavam o peito se achando advogados de Deus, Ele deixou bastante claro que não ouviria suas preces, devido à sua arrogância espiritual. Para que não recebessem tratamento da parte Dele segundo as sandices que falavam. E veja como Deus é infinitamente misericordioso! Até mesmo com estes que falam maluquices em Seu Nome finalizando com o clássico e MECÂNICO jargão evangélico: "Que a paz, a graça e a misericórdia de Deus o encontre.”

É por essas e outras que, sempre que me deparo com esses pretensiosos julgadores com suas justicinhas limitadinhas ao seu universo humano, eu opto por outro jargão, preferindo fazer coro quando ouço que 'HAVERÁ MUITAS SURPRESAS NO CÉU'.

Enfim, se você sofre por causa disso, é um bem-aventurado. "Porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus". Lembre-se do fragmento de 'Minha Alma' do RAPPA: Paz sem voz não é paz. É medo.

Em Cristo, que morreu pra tirar nosso pecado, não a nossa inteligência,

Rê.

Texto relacionado:  DIZ O JUSTO PRA SI MESMO <--- clique aqui




sábado, 24 de março de 2012

Alimento sólido


Lendo um debate sobre alimento sólido, me vem à mente o que disse Paulo em sua primeira carta ao povo de Corinto (cap 13) sobre fé, esperança e amor, onde ele ressalta de maneira poética - mas não viajada, pelo contrário, de maneira real e contundente - sobre O AMOR (ou caridade, como alguns preferem) ser o mais importante dos três. Lembrando ainda que muitos confundem o exercício do amor com sentir peninha, fazer 'caridade' programada, fazer doação visando troca divina. O nome disso é a falsa piedade que Deus ABOMINA.
Afinal, se pensarmos bem, a fé e a esperança sempre visam algo de interesse pessoal, enquanto o amor nos move a AGIR em relação ao OUTRO de maneira incondicional. E, este 'outro' - o nosso próximo - Jesus nos mostra claramente quem é, por meio da clássica parábola do samaritano. (Lucas 10:25.37)
E, se novamente pensarmos bem, fazendo um paralelo, esse samaritano que ajuda incondicionalmente ao próximo ali caído e ensanguentado,  encaixa-se perfeitamente no perfil do macumbeiro de hoje. Já temendo contaminar-se, o levita e o sacerdote - representantes da casta religiosa e exemplos de pureza cerimonial  -passaram ao largo, indiferentes à necessidade básica de uma pessoa. Tal tradição que faz endurecer o coração era acréscimo deles mesmos, pois Deus nunca exigiu sacrifício e rigor religioso em detrimento do exercício da misericórdia e do amor! Ao contrário, ao longo das Escrituras isso fica muitíssimo claro, bem antes do ministério terreno de Jesus. Aliás, Ele diz claramente o que quer e o que não quer: 'misericórdia quero, não sacrifícios'.
O que aconteceu lá e o que acontece hoje e sempre, é que se cumpre religiosidade estabelecida por homens e se distancia do Evangelho. Foi o que aconteceu com esse rigoroso homem conhecedor da lei. De tão ocupado que estava com o cumprimento das normas, não conseguia abrir a mente e o coração para a simplicidade do Evangelho. Sabia decoradíssimo tudinho como estava escrito na Lei, mas não sabia usá-la de maneira prática, como Jesus espera dos seus discípulos. Porque as normas exigidas endureceram seu coração. Então ele, tão conhecedor das leis, sai com a pérola: 'quem é meu próximo'? Ora, ele mesmo cita, no mesmo versículo que diz que amar a Deus está atrelado ao amor ao próximo, mas não consegue atinar para essa realidade e, muito menos, vivenciar isso na prática. (Imaginemos que naquele momento da parábola citada,  eles estivessem seguindo em direção ao templo para adorar com suas regras mecânicas e repetitivas, sem entender que Deus não tem nenhum altar de culto fora do amor ao próximo).
E assim age o religioso de hoje: segue repetindo a velha salada do 'intérprete da lei' que abordou Jesus,  acrescentando cada vez mais, empregando versículos soltos e fora do contexto (muitos deles das cartas do próprio Paulo), distanciando-se cada vez mais de Deus, confundindo seu pretensioso sectarismo com certas atitudes (ou falta delas) usando frases típicas tais como: 'não se misturar', 'aquele não é da minha igreja salva', 'isso é ecumenismo'.
É tão simples de entender! Jesus não diz pra levantar bandeira, diz apenas para exercer a misericórdia. Ele não disse que o samaritano e o homem socorrido viraram amigos de infância. Ele diz que é agindo assim que se herda a vida eterna. Isso é alimento sólido, de gente grande. Isso é cumprimento de mandamento. O mais, é puro acréscimo. Religiosidade inventada pelo homem.
Desculpem-me pela clareza, mas com a Verdade não existe como dourar a pílula. Meia verdade é sempre uma mentira inteira e eu sou comprometida com a Verdade do Evangelho de Jesus.

R.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Sobre 'barba feita' e indumentária...



Ufa! Não existe nada mais enfadonho do que regras, regras, regras; normas, normas, normas; leis, leis, leis; já dizia o super sábio Salomão. Por outro lado, É ÓBVIO que quando agimos de forma sensata e coerente, dentro de nossos princípios e valores, isso vai refletir na nossa maneira de nos portarmos e nos vestirmos. Este último - o ato de vestir-se- estando geralmente ligado à época e ao fator cultural. O que é absurdo e inaceitável é que isso tenha que ser necessariamente imposto como norma obrigatória e, muito menos, determinado por alguma denominação religiosa a pretexto de constituir-se um mandamento divino.
Deus não nos fez robozinhos sem criatividade no vestir, para sairmos por aí usando roupas feitas em série para aqueles 'escolhidinhos/preferidinhos'. É por causa de certas normas absurdas travestidas de 'ensinamentos', que muitas jovens entram em conflito e, ao querer libertar-se do padrão exigido pela denominação, perdem a noção do bom senso e findam por lançar modismos 'jecas' e vulgares. Bora combinar, isso se vê com frequência. É só olhar dentro (e fora) de um templo fundamentalista.
Por exemplo: (lá fora, claro rss) um vestidinho lindérrimo - de manguinha e colo perfeitamente coberto, conforme manda o figurino religioso, mas tão curtinho, tão curtinho, que simplesmente não dá pra apanhar qualquer objeto que caia no chão. Outro exemplo: uma saia loooonga... E justíssima! Com corte lateral avantajado que quase se vê o útero rss. E quando o corte é atrás? Affff abafa! Nos dois sentidos he he
Enfim... Na vã e neurótica tentativa de 'agradar' a gregos e troianos, optam pelos extremos totalmente nada a ver que denotam suas próprias angústias e conflitos internos: saia longa, cumprindo a norma denominacional; e justíssima, como uma espécie de fuga a esta mesma norma sem sentido que sufoca; e a ironia cruel é que isso ocorre justamente (sem trocadilhos) porque a própria exigência denominacional lhes tolheu a capacidade de discernir o que é coerente e sensato. Eis a cilada religiosa! Acreditando que estão ajudando (será que acreditam mesmo ou é apenas mais uma exigência em nome de Deus?) muitos líderes expõem suas jovens, forçando-as a um 'modismo' totalmente nonsense que chegam às raias do mau gosto e da vulgaridade. Sem falar que um curtinho básico no verão, dependendo da idade e do tipo físico, não leva ninguém ao inferno. Ou seja: sem falsos moralismos também, né?!
Por essas e outras, é sempre importante repetir que coerência e sensatez nada têm a ver com norma religiosa e, sim, com valores e princípios internalizados que norteiam e acompanham em qualquer lugar que se vá. E que NENHUMA denominação concede. Ao contrário, quando a denominação intervém de forma reacionária - seja em que campo for - tem-se efeitos devastadores.
Por fim, em relação ao lance da roupa e da 'barba bem feita' que sempre complementam o mesmo papo chato da indumentária feminina denominacional... E já que nos tempos de Jesus não havia terno nem lâmina de barbear... E  já que tanto Ele quanto seus discípulos usavam e abusavam largamente de cabelões, barbas e túnicas enoooormes... Assim como a multidão que o acompanhava... Ou não...
Sim, pois justamente nos tempos de Jesus - tempos em que nem se cogitava o uso do terno impecável exigido atualmente nos interiores de alguns templos - 'a moda da vez' eram as túnicas e os tecidos superpostos que hoje teriam os nomes de lenços, echarpes e cachecóis. Tanto para homens como para mulheres. 
Eu fico me perguntando como se encaixaria ali, naquele contexto, uma denominação inflexível em relação a tudo; principalmente no que diz respeito aos usos e costumes colocados pelo fundamentalismo religioso nos dias atuais do nosso país tropicaliente.
Fica a reflexão. Afinal, pensar faz um bem enoooorme... E liberta que é uma beleza!
N´Aquele, que não nos fez robozinhos imbecilizados em série,
Regina.

sábado, 17 de março de 2012

Sobre certos bispos, missionários e apóstolos...


Acionando o meu achismo mais uma vez, vejo como muito interessante e sempre necessário este tipo de postagem. <---clique aqui para entender.
Gosto muito de assunto assim que nos estimula a refletir, a repensar, a rever nossos conceitos, para que não nos deixemos cair na cilada do engessamento religioso que 'embotam os sentidos'.

Afinal, essa caminhada é um PROCESSO SEM FIM de construção/desconstrução/reconstrução pós conversão definitiva e genuína ao Autor de nossas vidas. Como diria Paulo ao povo de Corinto, com o rosto desvendado e contemplando a glória do Senhor, somos transformados pelo Espírito. De glória em glória.
Diferentemente de alguns que acham perda de tempo, eu, particularmente, acho que deve, sim, vir à tona esse tipo de assunto, de vez em quando. E não para derrubar certos líderes dos seus pedestais, pois isso não é tarefa nossa, mas para trazer os seguidores dos tais líderes ao EXERCÍCIO da mente. Repito: nunca é demais a convocação para pensar, refletir, pesar e medir o que nos dizem os líderes em seus púlpitos. Lembrando ainda que TODOS, sem exceção, são passíveis de erros; considerando entretanto que, alguns, de forma mais escancarada, cínica e desavergonhada; outros, tolos, se passam por verdadeiros representantes legais. Alguns, de tão cegos, equivocados e cheios de si mesmos, chegam a adotar a primeira pessoa em seus discursos religiosos, como se Deus encarnasse neles. 
Atente-se, então, para a grande diferença. Apóstolos escolhidos 'a dedo' por Jesus cometeram erros, injustiças, deslizes. Muitos 'homens de Deus' radicalizaram amargando suas próprias atitudes. Nenhum deles foi considerado perfeito. Ao contrário, a bíblia está repleta de situações em que TODOS os 'homens de fé' deram seus vacilos. E olhe que alguns derraparam feio! Não seria depois de quase dois mil anos que surgiriam homens de determinadas denominações totalmente incorruptíveis, pretensamente enviados pelo Altíssimos para anularem o sacrifício definitivo já realizado na Cruz. Aliás, quanta tolice, ingenuidade e ignorância, não?!
Enfim, ler, refletir e pensar faz um bem enorme. E é necessário e urgente!  Mas um pensar por si mesmo (desconstrução) sem influências externas como igreja, líder, dirigente, chefe, doutrina, 'ensinamento' ou cartilha religiosa. Pesando e medindo tudo que se assimila. Pois, examinando as Escrituras e usando a consciência dada pelo Espírito diante dos fatos da existência, há uma verdadeira reviravolta na mente do indivíduo; promovendo incríveis mudanças naqueles velhos, mofados e distorcidos conceitos estabelecidos em momentos específicos de euforia grupal da religiosidade.
Certamente, deixando de agir de maneira emocional coletiva e passando a raciocinar de maneira individual, coerente e lúcida, se extinguem do nosso cotidiano, todos os bispos megalomaníacos, todos os missionários de shows da fé e todos os apóstolos macumbogélicos. Famosos ou não. Sim, pois temos que admitir que não são apenas três líderes que têm essas características. Há milhares e milhares deles espalhados por aí nas denominações. E o mais desastroso: ditando de forma velada suas normas ‘inspiradas pelo Espírito’. E é claro que eles continuarão a existir, isso é bíblico. Mas não mais existirão na vida dos que se libertaram desse círculo vicioso. Não mais influenciarão nas ações dos que conhecem A Verdade. E estes, sim, entenderão finalmente qual o único milagre que Jesus quer fazer em cada um de nós.
Para alguns, parece haver contradição no capítulo 7 do Evangelho de Marcos, por Jesus nos dizer inicialmente para evitarmos o espírito crítico em relação ao irmão e, alguns versículos adiante, fazer séria advertência no que diz respeito a DISCERNIMENTO. Ora, está bem claro: Ele nos diz que só há UM JUIZ , mas que prestemos muita atenção naqueles que profetizam em Seu nome. Seguindo sempre o mesmo critério: SEUS FRUTOS.
Nos dois casos - seguidores e seus líderes religiosos- Ele nos diz que não temos nenhum poder de julgar, discriminar, isolar, 'excomungar' e punir, condenando ao inferno em vida, como muitas denominações religiosas se acham no poder de fazê-lo com alguns de seus membros que 'escorregam'. ENTRETANTO, Ele deixa bem claro também que tenhamos muita CAUTELA com essas profetadas que escutamos da boca de certos líderes. E eu acrescentaria: sejam eles da mídia ou não. Afinal, profetizar, expelir demônios e fazer milagres usando o nome de Jesus, não significa exatamente que o indivíduo que faz isso seja da parte de Deus. Jesus adverte para que a gente use de critérios e para que fiquemos ligados nos FRUTOS de quem se diz profeta.
Quanto à suposta contribuição destes líderes, usando o que diz Paulo logo no início de sua carta ao povo de Filipos, gostaria de chamar a atenção para um detalhe importante e que faz toda a diferença. Ele diz que não importa se Cristo está sendo pregado. Deixa claro o fato de que 'EFETIVAMENTE proclamam a Cristo'. Ou seja: da prisão, Paulo tinha notícia de que estava havendo discórdia, mas ele enfatiza que se estavam levando o Evangelho às pessoas, EFETIVAMENTE, não importa. Se por competição ou inveja, ele se alegrava assim mesmo. Porque o Evangelho estava sendo difundido. Eis o grande detalhe: o Evangelho ESTAVA SENDO PREGADO. E não prosperidade, shows de fé, milagres e autopromoções.
Analisemos melhor:
PROSPERIDADE - Jesus nunca pregou acúmulo de bens materiais, embora tanto o abastado quanto o desprovido financeiramente tenham 'direito' à vida eterna.  O que Jesus coloca na balança é a indiferença, o desamor e a avareza nos corações, sejam essas pessoas, abastadas, ou não.
SHOW DA FÉ - fé não precisa de show, até porque se a fé é a certeza de algo que você nem viu ainda, então como se fazer um show dela?
MILAGRES - tudo bem que milagre Jesus fazia aos montes.  Inclusive, era apenas o que a grande multidão queria, ser curado de seus problemas físicos. Foram tantos e tantos que até João diz que se fosse narrá-los todos, não caberiam nos livros. E mesmo assim, milagres não eram - nem são - o Seu objetivo. O único milagre que Jesus queria fazer, a grande maioria não estava interessada em saber, pois a prioridade era se dar bem. Foi assim e continua sendo assim. Muitos precisam de um milagreiro com certa urgência para resolver suas broncas pessoais, mas descartam ou deixam para depois O Senhor de suas vidas. Querem cura física e material, mas não entregam seu coração, não querem cura espiritual. Veja o caso dos dez leprosos que foram curados e que apenas um voltou para glorificar o Nome de Deus. Apenas este reconheceu a Sua soberania. Este sim,  estava curado. Esse milagre interessa a Jesus.
Em relação a se autopromover à custa do Evangelho:
Sempre que vejo pessoas querendo se beneficiar - líderes e multidões - usando Jesus em proveito pessoal, me vem à mente essa passagem espantosamente atual:
"...Seguia-o da Galiléia UMA GRANDE MULTIDÃO. Também da Judéia, de Jerusalém, da Iduméia, dalém do Jordão e dos arredores de Tiro e de Sidom uma grande multidão, SABENDO QUANTAS COISAS JESUS FAZIA, veio ter com ele. Então, recomendou a seus discípulos que sempre lhe tivessem pronto um barquinho, por causa da multidão, a fim de não o comprimirem". (Mc 3:7.8.9-caps meus).
Encerrando, citando um exemplo típico de conversão verdadeira nos escritos dos Evangelhos, vejo o caso de Zaqueu que, como autoridade fiscal, havia passado a vida inteira roubando do povo. E, ao 'cair a ficha', se arrepende e resolve, não apenas dar aos pobres METADE de seus bens, como restituir de quem roubou descaradamente, QUATRO VEZES mais.
É desse tipo de milagre que Jesus fala. Isso é arrependimento. Isso é salvação. Isso é Boa Nova manifesta no coração e na existência. Isso é cumprimento do Evangelho. Isso abre o entendimento para discernir do que se deve distanciar, ao mesmo tempo que capacita a levar esperança de restauração. Para que se tenha vida em abundância. Seja qual for a circunstância.
O mais é picaretagem religiosa e alienação coletiva.

segunda-feira, 12 de março de 2012

'Foi quando o pastor adulterou e a igreja teve seu fim...'




Sim. Ouvi essa frase - ou equivalentes – mais vezes do que gostaria.

Fazia parte de uma história triste contando sobre o líder de uma comunidade cristã – dita protestante(?), mais comumente chamada evangélica – e de como aquele que deveria ser exemplo de inerrância falhou vergonhosamente diante de seu rebanho, ao ter relações fora de seu casamento.

Já ouvi pessoas contarem com entonações trágicas e infelizes, algumas com pitadas de certo prazer, como se o êxito daquele pastor fosse invalidado por causa do flagrante ato hediondo. No fundo, havia pitadas de inveja enrustida e óbvia, da parte dos medíocres quando veem com incontida satisfação um colega com talento para arrebanhar almas, cair diante de um pecado não aceito.

Pode parecer absurdo, mas a mentira, a soberba, a inveja, a gula, a ganância, tudo isso é amplamente aceito entre os ditos cristãos da atualidade, enquanto a luxuria derruba ministérios entre nós, ditos evangélicos tupiniquins. Um narcisista, um perfeccionista, um homem que mente descaradamente e deturpa a Palavra em nome do progresso do Reino, tudo isso é bem aceito, e até tido atualmente como saudável prática administrativa. Nenhum ministério cai por conta disso.

A inveja, que se aproveita como carniceira da queda alheia, também é vista como natural entre os que se dizem discípulos do Cristo, sem se dar conta que esse pecado é mais hediondo do que aquele considerado caído.

A ira, hoje em dia tão comum entre tantos pregadores, apologetas da fé e das teorias - não teologias – sobre versículos fora de contexto que justificam seus interesses pessoais e tantas vezes mesquinhos. Nunca, jamais, é tido como razão de baixar as portas de uma igreja.

Viver para o próprio ventre, sempre buscando apenas para si mesmo, essa glutonaria da alma, que combinada à avareza, lota esses salões de gente a procura de seu bilhete premiado do céu. Gente avarenta que só doa com a promessa de receber com juros, gente apaixonada por ter ao invés de ser, dizendo 'Senhor, Senhor' mas sem parte nenhuma com Ele, povo preguiçoso que pede forças para poder folgar sobre os outros.

São medíocres por conta de sua preguiça de buscar a mente sadia que há no Espírito. Outro pecado capital, que desperta, no máximo, sorrisinhos complacentes entre os companheiros de caminhada ministerial.

Não me interessa aqui justificar erros alheios, meu Mestre já o faz na cruz em que verteu seu sangue.

Olham-me com estranheza quando vejo na igreja a possibilidade de irmandade, ter o carinho sadio que tenho por meus irmãos de sangue, e não de chamar irmão por ser costume entre crentes que esqueceram o nome do bendito cidadão que senta ao seu lado há anos e ninguém se dá ao trabalho de perguntar. Dessa forma, pode alguma alma compartilhar sua vida e confessar seus pecados uns aos outros?

São tempos confusos, não só para mim, mas para um povo que escolheu códigos morais convenientes às necessidades de sociedades injustas, e encaixa neles retalhos bíblicos para que pareçam inquestionáveis. Enquanto isso, a Igreja momentaneamente desaparece, para ressurgir em algum ponto de outro deserto, para que volte a ser sal da terra, luz do mundo, abrigo de pecadores sedentos de perdão e tão imperfeitos quanto qualquer um. Naquele dia, como vem sendo nos séculos dos séculos, se abraçarão em lágrimas, celebrando a liberdade da culpa que seus erros esmagavam.

Lá, o Cristo será desejável, e os pecados voltarão a não ser um recurso, uma moeda de medo, algo a ser usado por “companheiros de ministério” para impedir que um “templo” arrebanhe mais que outro.

Utopia? Chamaria isso de Igreja.


Afanei DAQUI <---  Grifos meus - RF

quinta-feira, 8 de março de 2012

A mulher atrás? COMO ASSIM?!

Michelle e Carla Bruni


Para meu alívio (risos), um belo dia eu descobri que o ‘atrás’ do início da célebre frase, tinha como causa a paralisia que obrigava seu autor- o presidente Roosevelt - a ser guiado pela esposa em cadeira de rodas.

E hoje, dia dedicado especialmente para homenagear as mulheres, gostaria de abordar o tema à luz da Bíblia.

‘A mulher foi criada para ser a perfeita contraparte do homem, não sendo inferior nem superior, mas equivalente e igual ao homem em sua pessoalidade, enquanto diferente e única em sua função’.

Quando Deus fez o primeiro homem, disse que não era bom que ele ficasse só, da mesma forma que nunca quis que a mulher ficasse em segundo plano em absolutamente nada. No casamento então, nem dois seriam, mas uma só carne, PORÉM, sempre exaltando a individualidade da mulher, dando-lhe valor e responsabilidade ao longo da existência humana. Ou seja, machista não é Deus. O ser humano caído e pretensioso, este sim, tem natureza machista e se põe acima de Deus nas suas próprias convicções e tradições repassadas e adquiridas ao longo do tempo.

Ao observarmos atentamente a esposa virtuosa de Provérbios 31 descobrimos que se trata de um perfil muito atual e que tem todos os elementos que agradam a Deus:

Razoável independência (v16) Confiabilidade (v11) Capacidade de assumir responsabilidade (v13) Bom gosto (v22) E determinação para ser digna de honra e elogios (v 28 a 31) - Bíblia da Mulher, pg 830.

No AT vemos o exemplo de Débora que era profetisa e uma simples dona-de-casa sendo escolhida por Deus para liderar uma nação, tornando-se juíza e líder militar, libertando seu povo em tempos de guerra. Tem também Ester, a quem Deus concedeu enorme coragem e grande sabedoria para livrar Israel da destruição; Tem Rute, a moabita, de cuja descendência veio O Salvador! Miriã, que desde criança mostrou-se inteligente ao conduzir e vigiar o irmãozinho, tornando-se mais tarde grande líder; considerada a mais notável mulher hebraica da sua época, foi ainda grande musicista e profetisa. Havia ainda tantas outras mulheres expressivas tais como Ana, mãe de Samuel, e Abigail, que ao usar de grande habilidade mudou o rumo da vida do futuro rei Davi.

Tempos depois, em Sua perfeita Soberania, Deus não precisaria de uma mulher para realizar Sua obra salvífica, mas escolheu uma menina-mulher- Maria - como instrumento, fazendo triunfar a fé sobre o dogmatismo. Esta, por sua vez, compreendendo que o foco era Jesus, disse: Que se cumpra em mim conforme a Tua Palavra.

Isabel, parenta e mãe espiritual de Maria, destacou-se duplamente: como sua mentora extraordinária e como mãe do pregador que viria a ser o portador da mensagem de arrependimento, preparando o caminho para o Messias.

Quando Jesus nasceu, outra Ana servia no templo e vivia ajudando no serviço religioso oficializado naquele local ( Lc 2:36.38)

Nos tempos do NT, Jesus SEMPRE enfatizou o ministério das mulheres no evangelismo, ficando bem evidente sua atitude revolucionária/restauradora quando apareceu para a mulher no poço de Sicar, já que por razões culturais era considerado impróprio para um rabino abordar uma mulher, principalmente uma mulher com aquele perfil. Enquanto ela era discriminada, Jesus a restaurou fazendo-a evangelizadora, com o dom de exortação, persuadindo e incentivando outras pessoas a conhecerem-NO.

"Muitos samaritanos daquela cidade creram nele EM VIRTUDE DO TESTEMUNHO DA MULHER!" (Cf. Jo 4.39)

Observe-se que no Sermão do Monte, onde Jesus deixou a todos maravilhados com Sua doutrina, não existe nenhuma alusão-proibição no que concerne à atuação da mulher evangelizadora. (Mt caps : 5-6-7)

Jesus exaltou o fato de Maria de Betânia ficar aos seus pés, ouvindo seus ensinamentos e repreendeu Marta, sua irmã, que queria que a mesma a ajudasse nos afazeres domésticos, numa reação típica de uma cultura que achava que uma mulher não devia receber ensino sobre as verdades espirituais. E, rebatendo com o intuito de ensinar-lhe e encorajá-la a aprender, disse: “Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada”.

Ora, se Ele discriminasse mulher – e principalmente naquela cultura judaica à época - eu já imagino o que ele diria:

- Ela tem razão, Maria. Por que você não vai pra cozinha ajudar sua irmã? (clicar em --> POUCO É NECESSÁRIO)

A bíblia relata também a passagem da mulher que, em silêncio, estava prestes a ser apedrejada e Jesus dirige a palavra justamente a ela - ignorando questões culturais hipócritas que responsabilizavam a mulher pela luxúria (ora, ela transou sozinha?!) e por isso deveria estar isolada do homem – sendo essa mulher particularmente discriminada não apenas pela sua condição feminina, mas ainda pela sua conduta.

Ressalte-se também a permissão de Jesus para que Maria Madalena fosse a primeira mulher a vê-Lo e a falar com Ele, tendo sido inclusive, a primeira pessoa a contar as Novas aos outros, ainda que nos moldes da época o testemunho de uma mulher fosse considerado inválido.

E muitas outras mulheres cooperaram das mais diversas formas, no ministério de Jesus... (Cf Lc 8:1.2.3).

O Evangelho se propagou e, mais tarde, Paulo começou a enviar cartas específicas para as localidades.

Inclusive há certa confusão em interpretações doutrinárias devido a uma suposta discriminação feita por Paulo às mulheres de Corinto, quando na verdade tratava-se de um meio disciplinador, uma vez que as mulheres da alta sociedade manipulavam grande parte do poder econômico e faziam valer suas vontades. Era comum elas usarem de capricho para com seus maridos, influenciando-os sobre o que deveriam ou não fazer. Esse era um costume feminino quase generalizado  permanecendo por muito tempo na igreja primitiva.

Na carta que escreve ao povo de Filipos (4.3), fica claro que Paulo não dispensa a ajuda das mulheres, lembrando ainda de Lídia e Priscila que eram cooperadoras em seu ministério de evangelização.

Aos gálatas (3.28), ele diz que não há distinção de sexos.

Em Tito 2:3.5 as mulheres recebem ordem para ensinar na igreja.

Quando ele diz aos efésios para a mulher ser submissa ao marido, deixa claro que o marido AME a mulher, comparando à relação de Cristo com a Igreja (Ef 5.23), numa alusão ao que Deus requer numa relação conjugal; pois ELE não quer submissão em detrimento da responsabilidade da esposa de andar em santidade e retidão diante dEle. Afinal, o marido não é Salvador, e sim, protetor. Dessa forma, na submissão VOLUNTÁRIA, a esposa serve a seu marido, com liberdade e dignidade, ASSIM COMO a Igreja serve a Cristo.

O objetivo de Paulo era impor uma nova concepção conforme o que Jesus havia pregado sobre a vida espiritual, desfazendo conceitos, erradicando costumes, mudando a visão e o pensamento dos novos convertidos.

E este, continua sendo o nosso objetivo – nós, mulheres cristãs – quando precisamos estar cada vez mais atentas ao papel que nos foi confiado, pois mesmo tendo passado mais de dois mil anos, ainda existe enorme disputa e grandes equívocos em nome de Jesus e onde ironicamente, nós mulheres, nos tornamos vítimas da nossa própria influência no meio em que vivemos.

Mas existe uma fórmula simples: colocar Deus no comando que sempre foi Dele. E olha lá, heim! Mulher atrás, apenas em situações específicas. (Como no caso do presidente citado acima).

E que Deus abençõe a todas nós, mulheres, fazendo-nos enxergar o mandamento de ser LUZ DO MUNDO!


Mas o anjo, dirigindo-se às mulheres, disse:
Não temais; porque sei que buscais Jesus, que foi crucificado. (Mt 28.5)
E eis que Jesus veio ao encontro delas e disse:
Salve! E elas, aproximando-se, abraçaram-lhe os pés e o adoraram. (Mt 28.9)