"NÃO EXISTE NENHUM LUGAR DE CULTO FORA DO AMOR AO PRÓXIMO"

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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O 'selo' do Espírito Santo








Reza a lenda que, quem é 'selado pelo Espírito', sai por aí falando línguas pra lá de estranhíssimas. Eu, por exemplo,  tinha uma diarista que acompanhou meu encontro maravilhoso com Jesus, que não duvidou, pelo contrário, ficou encantada, pois que viu a mudança que ocorria em meu coração e, consequentemente, em meu estilo de vida. Não que eu fosse (tão rss) má e daí ia ficando 'boazinha' e religiosa, indo pra igreja duas a três vezes por semana e com a indumentária 'certa'. Nada disso, tô forinha! Eram/são mudanças nos meus conceitos, nos meus valores, nas minhas perspectivas de vida que iam/vão refletindo de maneira pontual na minha existência que sempre fora movida pelo amor de Cristo e que só então me caiu a ficha. Mas aí, não demorou muito e (devido à sua crença), ela saiu com a previsível "a senhora fala em línguas?" Ou seja, ela queria tirar a prova de que eu havia sido 'selada pelo Espírito'. Sim, pois, ironicamente, crente é assim: é ver para crer. 

Ora, entenda-se que a questão não é desmerecer ou supervalorizar o falar em línguas, mas que  'presença' do Espírito Santo não está ligada a momentos de comoções, hora marcada pelo líder para 'visitação', um derramar de línguas queimando tudo ou uma sensação 'diferente' em momentos específicos de culto. 

Outro dia, (E até já falei aqui sobre isso) estava euzinha em casa de amigos, quando chega uma garota de seus 16 anos de idade, toda empolgada com a atuação do 'Espírito' lá na sua igreja (Católica penteca, existe?! Pois é...) Chega a guria com o nariz todo quebrado, sangrando, e a mãe pergunta assustada o que foi aquilo, ao que ela responde toda orgulhosa que havia 'caído no Espírito'. Daí eu não me contive e disse: epa, epa, epa, o Espírito Santo não sai derrubando pessoas e tirando sangue do nariz delas. E dali até que comecei a esclarecer sobre isso, conforme o Evangelho, mas ela estava muito feliz com a própria queda...

O que ocorre - algo inquietante para os 'crentes' que precisam ver e pegar - é que não é necessário haver igreja/denominação/líder religioso/guru espiritual para CRER na Palavra de Jesus. Simplesmente, POR MEIO DA FÉ, toma-se posse de Sua promessa. Com a certeza de que fomos 'selados' pois o que há entre o homem e o Espírito de Deus é ETERNO. Ele vive em mim como sinal da fidelidade de Deus. Simples assim. Tão simples quanto desconcertante para o homem pretensioso que adora uma coisa complicada onde ele possa FAZER alguma coisa, onde ele possa se sentir realizando alguma coisa. (E, neste caso específico, a ânsia e a angústia pelo 'falar em línguas estranhas'). Tão simples quando complicado para o homem religioso que não ousa rever conceitos mofados de cerimonialismos que estão mais voltados para crenças e se assemelham mais ao paganismo do que ao Evangelho que diz "Já está feito, creia, descanse". 

Tenho observado que permanece nas igrejas atuais - principalmente nas pentecostais e de forma acentuadíssima - aquele mesmo equívoco que Paulo teve que enfrentar com palavras duras, repreendendo os novos crentes que queriam parecer mais espirituais falando línguas em auto-afirmação religiosa. E, ao dirigir-se a estes, ele foi enfático:

"Prefiro falar na igreja CINCO palavras com o meu entendimento, para INSTRUIR a outros, a falar DEZ MIL PALAVRAS em outra língua".

Mais adiante fala, contundente, que NÃO HAVENDO INTÉRPRETE, que fique calado. 

Não foi à toa que ele afirmara que 'embora seja falto no falar (rude nas palavras) não o sou no conhecimento'. Seu cuidado era com o aumento de pessoas que buscavam uma falsa fé em grupos religiosos que cresciam rapidamente devido às mensagens particulares, de verdades que seriam reveladas somente a eles.  Nestes grupos, os líderes eram autoritários e exigiam dos seus seguidores uma vida legalista e um estilo de vida exclusivista. Isso, porque os coríntios tinham a tendência a exagerar a importância do dom de falar em línguas, acreditando ser isso a mais elevada forma de espiritualidade. Bora combinar... Qualquer semelhança com religiosos da atualidade não é mera coincidência! 

Quando muitos pensam que Paulo era um legalista voltado para performances, seus ensinamentos eram fiéis ao evangelho, ou seja, sempre focados no amor, no serviço e na edificação do próximo, e nunca à auto-exposição, ao exibicionismo, e menos ainda à performance pessoal ligada a línguas estranhas. A um povo que se exibia com cara de piedoso, mas que só queria aparecer e parecer mais espiritual ele disse do dom supremo: O AMOR. Posso falar línguas de anjos, sem amor nada serei.

“Em quem, também, vós estais, 
depois que ouvistes a palavra da verdade, 
o evangelho da vossa salvação, 
E TENDO NELE TAMBÉM CRIDO, 
FOSTES SELADOS COM O ESPÍRITO SANTO DA PROMESSA, 
o qual é o penhor da nossa herança, 
para redenção da possessão de Deus, 
para louvor da sua glória.”  
(Cf Ef 1: 13.14).

2 comentários:

Anônimo disse...

Nossa conversão e regeneração são obras do Espírito Santo. Ele não precisa de intermediários para operar.

Quer encontrá-lo? Não precisa correr aqui ou ali para buscá-lo. Abra a porta do seu coração que o Divino Consolador entrará e fará em ti sua morada.

Não é você que encontra o Espírito Santo; é o Espírito Santo que encontra você.

Regina Farias disse...

Pois é,

Intermediário é invenção de quem pretende anular o sacrifício perfeito e eterno.

Já dizia o Mestre a um Nicodemos rigoroso e legalista que sabia de tudo e mais alguma coisa a respeito de religião:

'O vento sopra onde quer'.