"NÃO EXISTE NENHUM LUGAR DE CULTO FORA DO AMOR AO PRÓXIMO"

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quinta-feira, 30 de junho de 2011

Artigo 35









Olá
Quero retomar com vocês um tema que abordei em um dos artigos iniciais, mais precisamente, no segundo artigo. Retomo-o a partir do seguinte trecho:

... quando estamos doentes, vivemos e evoluímos através de uma sucessão de fases que expressam a maneira como estamos nos sentindo; Começamos por uma fase de negação – “não é verdade, isto não está acontecendo comigo”; passamos à fase da raiva – “por que eu, por que comigo?”; iniciamos as barganhas – “se eu sarar, prometo que”;  passamos à tão temida, quanto necessária, fase da   depressão, a tristeza que se instala a partir do reconhecimento do inevitável.

O que pretendo é relembrar o que normalmente acontece com uma pessoa quando ela adoece, e inesperadamente. Digo inesperadamente porque, reflitam comigo, alguém espera ficar doente? No fundo do coração, lá no fundo, alguém  realmente conta com isso? Em sã consciência diz para si mesmo, bem racional, “hoje vou deixar as coisas em ordem, encaminhadas, para o caso de eu ficar doente”, ou, “vou ficar preparado para a possibilidade de que eu possa adoecer”. Acorda e avisa à família no café da manhã: “não se esqueçam de que eu posso ter alguma coisa de uma hora para outra”. Em sã consciência, alguém age assim?

Bem, se age está, seguramente, doente, mas, de outra maneira:- está precisando de psicoterapia.
Sabemos que todo mundo pode adoecer de repente uma vez que a maioria das doenças, principalmente as mais graves, não manda aviso prévio. Qualquer pessoa, por mais que se cuide, que esteja em dia com as revisões médicas anuais, em um simples retorno, ou, após sentir uma dor repentina, pode ser surpreendido com um diagnóstico indesejado, ouvir do médico o que jamais esperaria ouvir.  Agora, está longe de ser saudável ficar pensando nesta possibilidade assim como lidar com ela de uma maneira banal tipo “bem, doença faz parte da vida, é normal, tem que estar preparado”. Não é bem assim que funciona.

A doença faz parte da vida? Claro! Da vida do outro, não da própria vida! É assim que funciona. Ninguém pensa que pode acontecer consigo. Por isso, quando uma pessoa adoece, ela passa pelas fases que envolvem negação, raiva, barganha e depressão e é aí, quando chega nesta fase, que a coisa pega porque depressão é uma tristeza e ninguém gosta de lidar com tristeza.

É mais fácil lidar com negação e raiva até porque os familiares e amigos se encontram na mesma situação de não querer encarar o que está acontecendo, ou de sentir que é uma injustiça da vida aquilo estar acontecendo. Os “por quês” têm um eco coletivo e barganhar também, principalmente quando se tem a religião fortemente enraizada. É a hora das promessas, das correntes de oração. Por isso, na fase da depressão é comum o paciente sentir-se sozinho, incompreendido justamente quando ele mais precisa de um colo que o acolha e sustente, que lhe devolva o chão que ele perdeu. Ele vive a tristeza pelo que está passando na pele, se fragiliza e chora porque bate medo, bate insegurança, está assustado, mas ouve que tem que ser forte e não chorar.

O meio ambiente não aguenta não é por ser frio. Pelo contrário; não aguenta porque o sofrimento é geral. A negação toma a frente e todos cobram do paciente que ele reaja. Isso é errado? Não, não é errado o fato de que ninguém quer ver quem ama doente. É humanamente cabível desejar que quem amamos esteja sempre bem. O que acontece é que, de repente, pode não ser assim e, aí, é preciso que tenhamos um pouco mais de conhecimento quanto ao que se passa com quem adoeceu. Afinal, é ele o paciente. Os familiares e amigos de uma certa forma adoecem juntos, mas, não são o paciente. São coadjuvantes. Quem está doente é que precisa ser cuidado e priorizado em seus direitos de sentir isso ou aquilo.

Deprimir é um direito porque ficar triste por estar doente é um direito. Cristalizar a fase da negação ligando o automático “superar, vencer, sair dessa” não é recomendável. Tem a hora certa para isso e, seguramente, não é nos primeiros tempos.

O paciente precisa viver seu processo depressivo e depois, então, entrar na fase de aceitação a partir da qual ganhará fôlego para lidar com a doença.
Conforme eu escrevi no segundo artigo: Mesmo sendo a fase mais difícil, mais pesada, a depressão é necessária porque, se ela for bem tolerada e assumida por nós e pelos que nos circundam, conseguiremos chegar à tão almejada fase de aceitação. Tão almejada, pois é a partir dela que nós conseguiremos retomar as rédeas de nossa vida, esteja ela do jeito que estiver.

Agora, o tempo para isso deve ser o do paciente, só dele, por mais difícil que seja acompanhá-lo em sua jornada de reestruturação. Até que suas condições para a luta se restabeleçam, nós, do lado de fora, sem negar, podemos, sim, alimentar a esperança de que tudo acabe bem.

A todos vocês, pessoas conhecidas e que não conheço, que se encontram neste momento com alguma doença, fiquem com o meu carinho e, sem nenhuma negação, com minha torcida para que tudo passe.

Vivam seus medos, seus sustos, suas decepções com todo o direito que vocês têm a isso mas acreditem que, após a tempestade, vem a bonança.
Dias melhores hão de aguardar vocês no horizonte de suas caixinhas de surpresa.

A tempestade da noite passada coroou com uma paz dourada esta manhã. (Tagore).

Até a próxima

Gláucia Telles Sales  <---extraído DAQUI

Brincando, brincando...


Incrível expressão que traduz claramente o que vivenciávamos, pois era exatamente assim que acontecia em meio a questionamentos silenciosos que gritavam dentro do peito onde batia com força o coração de cada um, desde que a notícia nos veio como uma bomba!

Depois nas fases seguintes, marchando perplexos ao lado do meu irmão para realização de exames, consultas, rádios, químios, internamentos... E novos exames, marcação de consultas, consultas, exames, internamentos.

E, então, o internamento para o transplante de medula gerando esperas... Longas esperas! Marcando cada passo no exercício de algo maravilhoso que fluía em cada momento de modo quase imperceptível : a paciência.

Na fase mais crucial, que era a da contagem dos leucócitos "novinhos"... Nas noites mal dormidas que antecediam dias claros e exigiam firmeza nos pés...

A dor nos acometia de todos os lados. A ele, fisicamente e tudo o mais na sua forma mais dorida, creio eu. Mas em silêncio desconcertante. Em nós, era um “tudo o mais” bem mais brando. Só que... Doía demais! Mas brincávamos! E como brincávamos! Orávamos, chorávamos, ficávamos tristes... Mas brincávamos. Era um estranho mix de todas as emoções vividas da forma mais intensa e verdadeira como nunca havia sido antes. É como se fosse um vendaval que ao se aproximar, se olha e se visualiza sua dimensão num turbilhão de incredulidade e fascinante e assustadora vulnerabilidade, certo de alcançar seu centro sem tardar. Tudo dentro de uma inexplicável sequência que vai do choro na dificuldade ao gozo do re-equilibrar em pleno redemoinho. E o mais interessante de todas as sequências inexplicáveis: uma incrível aprendizagem com o próprio paciente!

E é inevitável vir à minha mente o que ousavam dizer os amigos de Jó acerca das razões de Deus permitir aflições, usando abundantemente o jargão teológico, MAS cruelmente distorcido e incompleto. Então, num impulso sarcástico, eu me pergunto se o discurso mudaria com a famosa pimenta no próprio olho.

Aí vem Deus no final de toda falácia, e na Sua misericórdia e soberania, diz:

“O meu servo Jó orará por vós; porque dele aceitarei a intercessão, para que eu não vos trate segundo a vossa loucura; porque vós não dissestes de mim o que era reto, como o meu servo Jó. (Jó 42.8b)

Inclusive posso enxergar no livro de Jó toda a sequência que os psicólogos chamam de sucessão de fases. Ele ficou doente 'de repente', passou pelo famigerado por que?, amaldiçoando a própria existência, silenciou diante das falsas acusações de quem assistia confortavelmente de camarote com seus discursos dúbios e totalmente desprovidos de compaixão e esperança.

Enfim, mostrou-se tão incapaz de segurar a onda, chegando a pedir que Deus lhe tirasse a vida! Ele teve direito a tudo isso e mais alguma coisa no que diz respeito ao sofrimento em todas as suas variáveis! Ele tinha até uma mulher-mala. Porque – convenhamos – quem tem uma mulher como aquela não precisa de inimigo.

A segunda coisa que me chama a atenção é acerca de palavras originalmente saídas da boca de Jesus e que, com o passar do tempo, recebem outras formas literárias ecoando em vozes de poetas inspirados, PORÉM com o mesmo sentido de Novidade em cura e libertação da alma. Na representação metafórica do cálice, o que eu acho interessante é que Ele diz: SE queres! E em seguida, ora: “Contudo, não se faça a minha vontade, e sim a tua” Então, lhe apareceu um anjo do céu que o confortava. 

Pedir para afastar um cálice amargo é normal, é humano, e ali estava explícita a perfeita humanidade de Jesus, quando Ele antevia/vivia o início da sua agonia. A lição que eu tiro é a de uma sequência de total e irrestrita DEPENDÊNCIA e CONFIANÇA, apesar das circunstâncias: - “se queres...” - “faça-se a tua vontade” - conforto na dor.

Minha terceira e limitada abordagem é sobre a depressão, e que, segundo a psicologia diz respeito ao ápice da doença, pois conforme tenho lido por aí, trata-se de uma "má vontade psíquica" onde o estado de esgotamento está diretamente relacionado com a afetividade. Mas, "cada caso é um caso",  clichê que cabe perfeitamente aqui e eu não quero entrar no mérito da questão, por ser amplo e específico. O que eu quero ressaltar é a aceitação, e eu entendo que não é aceitação da doença de forma passiva, mas reagindo em meio à depressão, como fato, como realidade, como fase determinante que impulsiona a cura.

O que a minha esperança sempre me diz é que, analogamente, essa depressão é "o deserto", para onde levou aquele vendaval, no qual o caminho é árido e a caminhada é pra dentro de si mesmo. Em meio a tempestades de areia que chacoalham e redefinem conceitos e valores, relacionamentos e decepções, medos e inseguranças. Conduzindo ao oásis de uma nova existência, onde no avesso do redemoinho adquire-se nova visão. E não, aquela visão limitada e retórica dos Eliús de plantão e que se acham embaixadores de Deus, e sim, uma visão NOVA só alcançada pelo coração de quem foi refinado por Mãos Especiais. Pois só um coração despedaçado conhece uma verdadeira intimidade com o Pai. Aquela intimidade que restaura o coração imprimindo nele o Seu Amor! E promove a paz que excede o entendimento que nos reconcilia com o mundo. E nos acalma o coração.

Trecho de msg enviada por mim há alguns anos para "De paciente para paciente", do site IMF - International Myeloma Foundation.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Espaço de Vida






Sempre penso em pessoas portadoras de alguma doença crônica que, ao invés de se fecharem em casulos pessoais, lamentando a sua sina, fundam uma ONG, fazendo de seu problema um símbolo de luta, uma bandeira que abraça muitos que vivem sob dores semelhantes. Além da dor da alma pelo fato em si, uma doença crônica dói de várias maneiras no corpo e impõe o capricho de suas determinações a quem as tem: não pode isso, não pode aquilo e, daqui para frente, determinados cuidados serão para sempre. Por exemplo, a atenção, sem distrações, para com a periodicidade de determinados exames.


O que eu sempre penso sobre tais pessoas é quanto ao seu diferencial, é quanto ao que as faz tornarem-se porta voz de uma causa, multiplicadoras de informações enquanto, para além de seus próprios cuidados, mobilizam-se no cuidado, acolhimento e apoio a quem passa pela mesma via crucis.  Christine talvez possa falar algo a respeito; após o seu susto pessoal, fundou o Instituto Espaço de Vida que se destina, principalmente, a pessoas portadoras de câncer de mama.


Eu conheço outra pessoa, muito querida, que também teve atitude semelhante: enquanto passa pela vida toreando um sério problema renal, uniu-se à sua família, pai, mãe e irmãs - duas irmãs portadoras do mesmo problema - e fundou a ONG Doe Vida. Como mãe de uma linda filha, quando tomei conhecimento do caso, anos atrás, fiquei pensando no coração desses pais em meio à luta das três filhas. As três passaram por transplante renal; uma recebeu o rim da mãe, outra parece que do pai e, esta minha amiga, de uma prima. Na época, eu não a conhecia. Tive essa felicidade há pouco tempo. Li, recentemente (desconheço o autor), que amizade não é uma relação com alguém a quem se conhece por muito tempo, mas, com alguém em quem se confia, em quaisquer circunstâncias. É o caso.


Bem, William Shakespeare disse que todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente. Será que pessoas que têm atitudes de ampliar as dimensões de sua luta, fundando uma ONG, o fazem pelo não-domínio da própria dor? Aventuram-se a dominar a dor alheia pelo princípio universal de que é mais fácil resolver o problema do outro? Ou será que fica mais fácil pelo compartilhar a própria dor?  


Platão considerava que o homem inteligente aprende com seus próprios sofrimentos e o homem sábio aprende com os sofrimentos alheios. Talvez seja isso, e pessoas assim detenham as duas qualidades, além de serem muito corajosas, porque é preciso muita coragem para se expor.


Esta amiga, bem jovem ainda, vive de tomar decisões importantes por razões que ora dizem respeito unicamente a ela, ora envolvem outras pessoas. Penso, a partir daquelas sobre as quais eu tomei conhecimento, que nunca sejam decisões fáceis. Impõem, dentre outras coisas, a necessidade de muito desapego uma vez que ela precisa abrir mão de coisas pelas quais muito lutou, de sonhos com os quais sonhou, e abrir mão de sonhos é complicado por mais enfáticos que sejam os discursos sobre as compensações envolvidas. Por exemplo, o reconhecimento social pela atitude benevolente por beneficiar a muitos, elogio que talvez console o ego, mas que não cala a dor da perda de uma vida para sempre só imaginada.


Brian Novis deve ter passado por isso ao fundar a IMF.
Pessoas envolvidas com ONGs idôneas, éticas, exercitam o lado bom do ser humano, condição sempre sujeita à liberdade de escolha. Graças às ONGS, os pacientes podem ter informações que são preciosas alavancas para o aprimoramento de seus conhecimentos.


Conhecimento no campo da saúde é moeda que paga a participação da pessoa em seu próprio tratamento. É texto que faz de cada um protagonista e coadjuvante no palco de seus cuidados.
Pelas mãos do conhecimento, todos nós saímos da condição passiva.


Voltando à minha amiga, assim que eu recebi a notícia de uma decisão profissional que ela tomou, escrevi-lhe dizendo, dentre outras coisas, que pessoas especiais costumam tomar decisões especiais.
Tomo a liberdade de editar, aqui, partes de sua resposta a mim:

Gláucia querida,
... suas palavras me emocionaram intensamente... pois vi nelas o significado do amor ao próximo, que procuro colocar em prática mesmo quando as circunstâncias não ajudam.... também entendo a ONG e todo o seu trabalho como uma missão de vida, a qual tenho a obrigação de levar adiante... por gratidão, reconhecimento às inúmeras bênçãos que recebemos (eu e minhas irmãs) e uma crença maior de que podemos plantar sementinhas que geram amor sempre... nem sempre consigo enxergar minhas qualidades, sou humana... e você, através desse gesto, despertou esse olhar que eu precisava resgatar para me fortalecer mais uma vez... Fique com Deus!
Abraços carinhosos.

Querida amiga; eu sou dada à liberdade de usar o que não é meu. Dentre usos que faço do que não me pertence, estão poesias. É que não sou poeta e penso que não preciso sê-lo, uma vez que há tantos nascidos, feitos e criados, capazes de bordar palavras lindas nos tecidos de nossos corações. A mim basta lê-las e repeti-las onde elas caem bem.


Assim, uso palavras de Clarice Lispector para dizer-lhe que você tem felicidade bastante para fazê-la doce, dificuldades para fazê-la forte, tristeza para fazê-la humana e esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades
que aparecem em seus caminhos.
A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passaram por suas vidas.
(Clarice Lispector)

Continuando no uso de minha liberdade auto-atribuída, endereço a você, como minhas, as suas palavras adaptadas:

... Nem sempre consigo enxergar minhas qualidades, pois, sou humana e você, através de seu retorno, despertou um olhar que eu também precisava resgatar para me fortalecer mais uma vez.
Minha gratidão eterna por isso e por ter passado pela minha vida.

Abraço a todos e até a próxima

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Como assim, 'bom testemunho'?!







Dar testemunho de Jesus foi certamente custoso para os homens e mulheres que compartilharam fielmente o evangelho e, segundo a história, sofreram tortura e até morte. Em vista disso, martus foi transliterado por 'mártir' e assumiu esse sentido. Uma testemunha é alguém que presenciou um acontecimento e pode contar no tribunal sua experiência baseada na observação pessoal. Cristo desafia (Atos 1.8) os cristãos a dar testemunho dele em palavras e estilo de vida. (A Bíblia da Mulher, 2a. ed, EMC, rodapé, pag 1349)


Estava fuçando o blog de um amigo e encontrei, por acaso, um texto comentado por mim e que começa com a pergunta:

O que ‘bom testemunho’ tem a ver com fumar, beber e ter tatuagem*? Respondo sem pestanejar: absolutamente nadaBom testemunho - conforme o Evangelho - tem a ver com as coisas que procedem do coração. A fonte da impureza está no coração

É isso que nos diz Jesus.

Porque de dentro do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura.

Em vão os religiosos, os crentes, os evangélicos e os denominacionais O adoram, ensinando doutrina que são preceitos de homens.

Negligenciando os mandamentos de Deus e guardando tradição de homens.

Invalidando a Palavra de Deus pela própria tradição dos homens, que eles mesmos transmitiram e continuam transmitindo! E continuam fazendo muitas outras coisas semelhantes...

Jesus desmascarou os religiosos intransigentes e inflexíveis, apontando o que , de fato, contamina o homem: 

- O que sai de dentro dele. E não, o que entra. - E isto, dentro de um contexto onde exaltavam tradições que diziam que certos alimentos eram impuros, como se santidade e impiedade fossem determinados por algo que se ingere. 

O tempo passou e as pessoas continuam equivocadas e presas a doutrinas religiosas, sem conseguirem atinar para algo tão simples.

Entretanto, bora combinar que fumar é a maior babaquice que um ser humano pode fazer consigo mesmo, pelos males que o fumo causa ao organismo. Por outro lado, umas tragadinhas básicas não fazem mal algum, desde que se use o bom senso e se esteja em ambiente que não incomode ao outro.

Beber pra dar uma relaxada’ que mal faz? Ora, relaxar é bem diferente de achar que na bebida está a solução de problemas e aí ‘perder a noção’ e começar a beber até cair. Fugir da realidade, afogar-se literalmente na bebida. Ora, vai resolver a bronca e depois vem beber, ué! Pra comemorar!  Outros, mais insistentes, decidem beber, cair e levantar, beber cair e levantar, beber, cair e levantar... MAS qual o sentido disso? Isso é diversão? O dia seguinte e teu fígado te responderão. 

Via de regra, não somos alienados, somos seres pensantesTodo mundo sabe que ingerir bebida alcoólica não faz mal algum ao organismo desde que seja com moderação, já nos alertava o Ministério da Saúde mais recentemente (E Jesus, há séculos, amém!!!). Sabe-se, também há séculos, dos benefícios que uma boa dose de uisque e uma boa taça de vinho promovem ao nosso organismo. Fora que esse último, (sendo de boa procedência), é uma bebida de-li-ci-o-sa!  Se a pessoa não curte, é outra história. Mas, se privar, por causa de invenção doutrinária é alienação pura. 

Tem gente que gosta de suco natural, tem gente que gosta de coca-cola (blerghhhh!!!), tem gente que não se dá com ‘bebida mais forte’, tem gente que precisa de uma bebida forte em determinado momento, tem gente que toma dois, três copos de cerveja e dorme que é uma beleza a tarde inteirinha de um bom dia de descanso, seja este dia um sábado, um domingo ou uma segunda feira. As pessoas não são robôs denominacionais. Cada pessoa tem (individualmente) seu próprio ritmo, seu estilo de vida, seus hábitos, seu gosto pessoal, sua opção.

Por outro lado, quem bebe e não acerta parar é alcoólatra e precisa ser tratado por um especialista na área; e quem vai pra balada e não sabe curtir de forma saudável, não tem hora pra voltar, também precisa. Estes, sim, devem mesmo ficar em casa, pois têm tendência à dependência. Procure ajuda profissional e se trate. Por decisão pessoal e não por medo ou imposição. O que não podemos, é perder a lucidez e fazer disso uma regra geral e inflexível, uma lei doutrinária. E mais: sempre atento para o fato de que os extremos 'tudo ou nada' é que não são nada saudáveis, já que absolutamente TUDO na vida depende de quantidade, teor, medida, enfim, de como agimos, das atitudes que tomamos e que têm a ver com o caráter e nosso modo de nos relacionarmos com o próximo. 
  
Tem gente que não curte a náiti,  produzindo melhor durante o dia, seja no que for. É o tal do relógio biológico. Para uns, a noite foi feita para dormir, descansar, relaxar, estar no aconchego do lar e curtir a família e os amigos. Outros curtem sair com a família e os amigos em outros lugares também. Não somos robôs, cada um tem sua individualidade, seu ritmo, suas preferências e não são líderes religiosos e regras denominacionais que vão decidir sobre a vida das pessoas.

E quem não gosta de beber nem curte balada, tudo bem, mas convenhamos, não tenha a pretensão, a tolice e a vaidade de se sentir mais brilhante, mais certinho, mais merecedor de céu do que quem o faz com moderação e equilíbrio. E até mesmo de quem não tem regra nenhuma, que está bebendo até cair na sarjeta. Quem tem o medidor espiritual? Quem se arrisca a dizer que tem?

Lembremos sempre que temos algo maravilhoso nos dado de presente (de GRAÇA) que se chama consciência. 

O mais é pretensão e repressão religiosa com bandeira acintosamente erguida usando 'o nome de Jesus'.


RF


*TATUAGEM <--- clique aqui




Leia também: ISSO PODE, AQUILO NÃO PODE

domingo, 26 de junho de 2011

Homenagem (parte III)



(Do youtube, enviado pelo tio coruja Demóstenes Farias)

Lenda Viva




Jackson do Pandeiro foi o homenageado da edição do dia 24, sexta, no Som Brasil. Paraibano de Alagoa Grande, nascido em 1919, filho de uma catadora de coco, ganhou da mãe seu primeiro instrumento, o pandeiro. Quando foi pro Rio tentar a carreira, adotou o nome de Jack, em homenagem a um dos seus ídolos do cinema, Jack Perry, ator de filmes de faroeste. Um programador de rádio, sugeriu usar o nome "Jackson", porque teria mais força e assim nasceu seu nome artístico: Jackson do Pandeiro.

Considerado pela crítica como um dos maiores ritmistas, Jackson, com sua capacidade de improvisar em cima das melodias, criou um estilo todo próprio com base nos ritmos nordestinos. Baião, Coco, Xote. Tudo com uma levada jazzística, chegando a influenciar o mestre da Bossa Nova, João Gilberto. Foi - ao lado de Luiz Gonzaga - o grande responsável pela descoberta da música nordestina dos grandes nomes da música brasileira. 

Faleceu em 1982, deixando 30 discos gravados, muitas composições de sua autoria como "Cantiga de Sapo", "Cumpadre João" e "Xote de Copacabana", além de colocar sua marca em outros sucessos como "Forró do Limoeiro", "Dezessete na Corrente" e "Ele Disse".

Esse artista notável ganha justa homenagem no programa "Som Brasil" com a BANDA CASCABULHO (acima) que empresta sua voz e sua arte para entoar alguns dos seus grandes sucessos. Estas músicas fazem parte do melhor acervo do Forró Tradicional que representa a verdadeira cultura do povo nordestino. 

Forró autêntico não precisa de apelação.

Lute pela preservação da cultura brasileira de qualidade.





sábado, 25 de junho de 2011

CASCABULHO no Som Brasil



(Homenagem a Jackson do Pandeiro no SOM BRASIL)


O grupo surgiu em 1995, em plena afirmação da cena musical pernambucana. 
Espelhando seu trabalho a partir da obra de Jackson do Pandeiro, o mestre paraibano do coco, o grupo criou sua própria identidade, uma fusão de elementos rurais, trazidos de seus descendentes, às características intrínsecas adquiridas na vida urbana, firmando a essência e o conceito de sua música, que vai da cultura pop, unida ao jazz, à regionalidade do som dos pífanos, com a força dos tambores dos maracatus, em uma junção harmoniosa da diversidade musical brasileira.  
Desse encontro de influências e de culturas, se pode referenciar uma "Música Cascabulho". Uma música marcante, forte, como a definição de seu próprio nome.

FONTE



sexta-feira, 24 de junho de 2011

Simplesmente não dá pra explicar...



Amiga é pra essas coisas...

Tem gente que vem pra nossa vida pra ficar. Mesmo que seja virtual e isso é que é o barato da coisa! Gente que você nunca viu, nunca apalpou, nunca cheirou rss Gente que você só conhece a personalidade, as ideias, o jeito de escrever, a alma escancarada nas entrelinhas... Gente assim, eu amo de cara! Sem nunca ter visto, e até sem ter a pretensão de ver um dia. Se não vir, já tô no lucro. Se vir... É êxtase puro!

A sacerdotisa - quase bruxa - é daquelas pessoas que a gente ama à primeira vista, mesmo sendo hetero. Lembro-me como se fosse hoje, o dia em que a ‘vi’. Foi lá no blog do pastor João. Rapaz, que defesa, heim?! Fiquei impressionada. Pensei assim, essa deve ser advogada. Sim, porque a maioria delas que eu conheço é assim, destemida, vai logo destilando sua verborragia legal. Mas não. A mulé é psicóloga. Enfim, passei perto, pois quase dá no merrrrrmo, já que ambos lidam com a natureza humana. Caramba, ela nem conhecia o cara e já foi logo defendendo-o com unhas e dentes. E eu que já amava esse pastor, por tabela apaixonei-me por ela também. Mesmo sendo hetero, repito. (Affff que auto afirmação rss)

Pois é... 
É daquelas paixões acima de qualquer suspeita, acima de qualquer ideologia, de qualquer razão. Aliás, paixão não tem razão. Apenas o coração arde e pronto. Amo essa mulher da forma mais assexuada possível. É uma coisa meio surreal... E simplesmente porque ela é despretensiosa. Porque ela ama de graça. Ela vem e vai sem pedir licença, sem melindres, sem explicações. Ela simplesmente sabe que tem cadeira cativa, não precisa estar se explicando nem fazendo pergunta de principiante. Ela é segura sem ser acintosa. Livre, leve e solta... Mas, olha, muita atenção! Pois com essa carinha de frágil, ela comenta pelo método Piaget/Pinochet rsss, portanto aconselho aos mais melindrosos saírem de perto rss

Amo essa menina.
Tudo bem que quem me conhece pode dizer, ah mas essa aí se apaixona fácil. É certo que sou apaixonada por natureza, amo as pessoas, de graça. Mas tem umas pessoinhas que são simplesmente ‘diferentes’. Passa o tempo e não acontece uma rusguinha sequer. A gente tem diferenças, debate, se mostra contrária a algumas ideias e, mesmo assim, o carinho só cresce. Já notaram isso? Enquanto com outras, o mesmo carinho, mesma ênfase inicial, troca de figurinhas, confetes, uma alegria enoooorme, daí vem um dia um assunto mais espinhoso, ovo virado, TPM acentuada e pronto, relações cortadas! Quando não cortadas, estremecidas. Nunca mais é a mesma.  Já com estas especiais, ‘diferentes’ pode vir a bronca que for. A gente se entende no silêncio só com o olhar. E quando é virtual e não tem olhar... E mesmo assim a gente se entende?

Dri, minha amiga de infância, é de você que eu tô falando. E não me pergunte nada. Simplesmente fluiu...


Encerrando ciclos




Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos - não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram. 


Foi despedido do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou sua esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado. 

Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.

As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora. Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração - e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.

Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.

Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do “momento ideal”. Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará. Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.

Copiei DAQUI <---


(Grifos meus - RF)

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Êta blogueiro(a) adorado(a)... Será?!



Muitos de nós - blogueiros cristãos - fugimos do FOCO, porque nos permitimos umas maniazinhas meio sinistras, bora combinar, né?

Por exemplo:

- Temos necessidade demais do carimbo de aprovação (comentário) de determinados blogueiros/gurus.

- Chegamos a pedir muito ‘em off’ algo inusitado do tipo ‘comenta no meu blog’.

- Fazemos muito elogio a determinado comentarista, mas ’em off’ soltamos o veneno com um(a) suposto(a) amiguinho(a).

- Nos envaidecemos quando o número dos nossos seguidores cresce momentaneamente ou atinge certo número ‘cabalístico’.

- Ficamos tão fascinados com o número de seguidores que chegamos a fazer uma comemoração virtual.

- Inchamos o peito ao colocar postagens com inúmeras referências em grego e aramaico.

- Nosso ego cresce quando alguém nos inspira a escrever um texto tipo ‘puxão de orelha’.

- Levamos horas fuçando o google procurando a imagem mais criativa para ilustrar nossas postagens.

- Lemos e relemos várias vezes nossas próprias postagens ainda que não haja um único comentário.

- Lemos e relemos várias vezes nossas postagens recentes para ver se alguém ‘importante’ e/ou um desafeto comentou.

- Voltamos para ler e reler várias vezes o próprio comentário em blog alheio, principalmente para ver se houve alguma réplica.

- Quando queremos ganhar a simpatia de novos blogueiros, deixamos como isca muitos confetes (sabor elogio barato) na caixa de ‘comments’.

- Atingimos o clímax do prazer quando os comentários ultrapassam o limite de um número considerável.

- Nos esforçamos para escrever sempre um comentário que impressione.

- Ficamos ‘visivelmente’ irritados quando nosso comentário não é assim tão aprovado e até radicalizamos, excluindo da nossa lista, o blog do infeliz comentarista. (E ainda influenciamos outros mais susceptíveis a fazerem o mesmo!)

- Nos sentimos realizados quando alguém copia/indica um artigo nosso colocando o devido ‘link'

- Fazemos todo tipo de ‘marketing’ para atrair leitores, desde bingo de livro chinfrim a enquetes ‘nada a ver’.

- Acreditamos piamente que, fazendo panelinha do bem, nos fortalecemos individualmente.

- Adoramos comentar ‘despretensiosamente’ em blogs de grande fluxo.

- Polemizamos nos comentários só para chamar à atenção, tipo ‘olhem pra mim, falem bem ou mal, mas falem de mim’.

- Trocamos selinhos virtuais para selar uma amizade firme e verdadeira. Amizade firme e verdadeira que se dilui rapidamente, basta pisar no calcanhar de Aquiles.

- Levamos sempre para o lado pessoal quando alguém discorda de determinada ideia exposta.

- Sentados ‘no trono’ ou na mesa de bar, nos habituamos a ver o blog de instante em instante pelo celular (ou Ipad).

- Fazemos questão de explicar com todas as letras em nossos ‘comments’, que estamos portando o nosso note book e não aquele velho e obsoleto equipamento que fica fixo em cima de uma mesa.

- Nos esforçamos para estar entre os que mais comentam em blog popular.

- Temos a satisfação de ser o primeiro a comentar uma matéria bombástica.

- Temos uma necessidade de nos mostrarmos populares e imparciais, pelo propósito de aumentar o número de seguidores.

- Acreditamos que quanto mais seguidores mais estamos no caminho certo.

- Usando e abusando de retórica, fazemos questão de demonstrar (muitos, a ferro e fogo) a simpatia/antipatia por determinado guru espiritual da mídia.

- Gerenciamos três ou quatro blogs em auto afirmação acerca da nossa capacidade plural.

- Caímos na velha armadilha de repetir várias vezes chavões e expressões atualizadésimas, tipo ‘tremendo’ e ‘blindagem’ (respectivamente)

Moral da história: "Tudo demais é veneno".

RF


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- Comentamos e seguimos outros blogs só pensando no 'retorno'.


- Escrevemos para agradar ao leitor deixando a nossa 'identidade literária' meio de lado.

- Copiamos e ainda não mencionamos o autor pra o povo pensar que foi a gente quem escreveu.


- Criamos nosso próprio dialeto e, com isso, excluímos pobres mortais. 


(Colaboração valiosíssima do amigo Éder, do RECORTES)