"NÃO EXISTE NENHUM LUGAR DE CULTO FORA DO AMOR AO PRÓXIMO"

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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Complementaridade como plano de Deus.




Achei muito interessante o comentário feito pelo René no blog da Rô sobre Violência contra a mulher, no qual ele coloca, com muita propriedade e de maneira extremamente oportuna, a ênfase que Paulo deu em suas "ordenanças" e sempre conforme a vontade de Deus desde o princípio.

Essa frase abaixo, curta e contundente diz tudo e mais alguma coisa rss

- Maridos, AMEM... maridos, AMEM...  (Amem, flexão verbal. Do verbo AMAR rss)

Pois é...
Para mim, é aí que está o cerne da questão. É onde reside a verdadeira autoridade, que as pessoas confundem com imposição, com mandar, fazer e acontecer e que ao longo da história e das tradições - e através do pecado - foi se formando o equívoco em torno do plano de Deus de "uma só carne" como complementaridade mútua EM AMOR.

Ora, se o homem não amar a sua mulher e a sua casa, jamais será o cabeça e jamais terá qualquer autoridade espiritual, pois não existe autoridade sem amor.

É desse homem que ama que eu falo e que digo que ele é o cabeça da mulher. Por AMOR e jamais por imposição.

Não é complicado de entender. Uma pessoa de inteligência mediana sabe separar uma coisa da outra e não precisa se debruçar sobre livros e livros pra sacar algo tão simples e tão sublime.

Por exemplo: "pela imposição havia a submissão de um escravo", assim como há hoje em alguns casais, a submissão da mulher pelo medo. Ora, convenhamos. Se é pelo medo, não existe amor.

E o chamamento é para que o homem AME a mulher com o amor de Deus.

Daí Paulo falar, EM PRIMEIRO LUGAR (Como o René colocou muito bem) do amor do homem – e não da submissão da mulher - ordenando que todo homem ame a sua mulher, DE MODO QUE ele seja o cabeça da esposa ASSIM COMO Cristo é o Cabeça da verdadeira Igreja.

Eu acho muito importante essa analogia, aliás, foi nesse "ASSIM COMO" que caiu a minha ficha nessa questão tempos atrás.

Tem um texto muito apropriado (E bem mais completo, diga-se de passagem!) que fala sobre essa questão, do qual que eu roubei uma frase (só uma?! rss) e que diz mais ou menos assim:

Um homem que ame uma mulher com a qualidade do amor de Cristo — com carinho e zelo, sinceridade e sabedoria — será sempre amado pela mulher que diz amá-lo.

E esse mesmo homem de Deus, autor desse texto linkado/ adptado diz mais adiante:

"A autoridade espiritual do homem está no promover a paz pelo amor"

E, pelo fato de haver essa promoção, surge o respeito NATURAL que impulsiona a mulher à tal submissão voluntária, consentida. Permissividade de mulher que ama e é amada. Isso pra mim é Evangelho puro. Isso pra mim é viver o Evangelho na prática. Isso pra mim, é estar de acordo com os propósitos de Deus para o casal.



No Amor de Cristo!




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Acerca da ilustração acima:
Em uma pequena aldeia da França vive Belle, uma jovem inteligente que é considerada estranha pelo moradores da localidade, por ser uma sonhadora- e seu pai, Maurice, um inventor que é visto como um louco. Ela é cortejada por Gaston, que quer casar com ela. Mas apesar de todas as jovens do lugarejo o acharem um homem muito bonito, Belle não o suporta, pois vê nele uma pessoa primitiva e convencida. Quando o pai de Belle vai para uma feira demonstrar sua nova invenção, ele acaba se perdendo na floresta e é atacado por lobos. Desesperado, Maurice procura abrigo em um castelo, mas acaba se tornando prisioneiro da Fera, o senhor do castelo, que na verdade é um príncipe que foi amaldiçoado por uma feiticeira quando negou abrigo a ela. Quando Belle sente que algo aconteceu ao seu pai vai à sua procura. Ela chega ao castelo e lá faz um acordo com a Fera: se seu pai fosse libertado ela ficaria no castelo para sempre. A Fera concorda e todos os "moradores" do castelo, que lá vivem e também foram transformados em objetos falantes, sentem que esta pode ser a chance do feitiço ser quebrado. Mas isto só acontecerá se a Fera amar alguém e esta pessoa retribuir o seu amor, sendo que isso tem de ser rápido, pois quando a última pétala de uma rosa encantada cair o feitiço não poderá ser mais desfeito.
FONTE

 

sábado, 27 de novembro de 2010

Mulheres sábias




"A mulher foi criada para ser a perfeita contraparte do homem,
não sendo inferior nem superior,
mas equivalente e igual ao homem em sua pessoalidade,
enquanto diferente e única em sua função".

Quando Deus fez o primeiro homem, disse que não era bom que ele ficasse só, da mesma forma que nunca quis que a mulher ficasse em segundo plano em absolutamente nada. No casamento então, nem dois seriam, mas "uma só carne”, PORÉM, sempre exaltando a individualidade da mulher, dando-lhe valor e responsabilidade ao longo da existência humana.

A esposa virtuosa de Provérbios 31 tem todos os elementos que agradam a Deus:

Razoável independência (v16)

Confiabilidade (v11)

Capacidade de assumir responsabilidade (v13)

Bom gosto (v22)

E determinação para ser digna de honra e elogios (v 28 a 31)

(Bíblia da Mulher, pg 830- Ed Mundo Cristão-SBB)


No AT vemos o exemplo de Débora que era profetisa e uma simples dona-de-casa sendo escolhida por Deus para liderar uma nação, tornando-se juíza e líder militar, libertando seu povo em tempos de guerra.
Tem também Ester, a quem Deus concedeu enorme coragem e grande sabedoria para livrar Israel da destruição; tem a incrível história de Rute, a moabita, de cuja descendência veio O Salvador!  Miriã, que desde criança mostrou-se inteligente ao conduzir e vigiar o irmãozinho, tornando-se mais tarde grande líder; considerada a mais notável mulher hebraica da sua época, foi ainda grande musicista e profetisa.

Havia ainda tantas outras mulheres expressivas tais como Ana, mãe de Samuel, e Abigail, que ao usar de grande habilidade mudou o rumo da vida do futuro rei Davi.

Tempos depois, em Sua perfeita Soberania, Deus não precisaria de uma mulher para realizar Sua obra salvífica, mas escolheu uma menina-mulher - Maria - como instrumento, fazendo triunfar a fé sobre o dogmatismo . Esta, por sua vez, compreendendo que o foco era Jesus, disse:

"Que se cumpra em mim conforme a Tua Palavra"

Isabel, parenta e mãe espiritual de Maria, destacou-se duplamente: como sua mentora extraordinária e como mãe do pregador que viria a ser o portador da mensagem de arrependimento, preparando o caminho para o Messias.

Quando Jesus nasceu, outra Ana servia no templo e vivia ajudando no serviço religioso oficializado naquele local (Lc 2:36.38)

Nos tempos do NT, Jesus sempre enfatizou o ministério das mulheres no evangelismo, ficando bem evidente sua atitude revolucionária quando apareceu para a mulher no poço de Sicar, já que por razões culturais era considerado impróprio para um rabino abordar uma mulher, principalmente uma mulher com aquele perfil. Enquanto ela era discriminada, Jesus a restaurou fazendo-a evangelizadora, com o dom de exortação, persuadindo e incentivando outras pessoas a conhecerem-NO.

" Muitos samaritanos daquela cidade creram nele em virtude do testemunho da mulher" 
(Cf. Jo 4.39)

Observe-se que no Sermão do Monte, onde Jesus deixou a todos maravilhados com Sua doutrina, não existe nenhuma alusão-proibição no que concerne à atuação da mulher evangelizadora. (Mt caps : 5-6-7) Ao contrário, exaltou o fato de Maria de Betânia ficar aos seus pés, ouvindo seus ensinamentos e repreendeu Marta, sua irmã, que queria que a mesma a ajudasse nos afazeres domésticos, numa reação típica de uma cultura que achava que uma mulher não devia receber ensino sobre as verdades espirituais. Jesus rebateu com o intuito de ensinar-lhe e encorajá-la a aprender.

Disse Jesus: “Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada”.

Se Ele discriminasse mulher – e principalmente naquela cultura judaica à época - certamente ele diria:

- Ela tem razão, Maria. Por que você não vai p´ra cozinha, ajudar sua irmã?

A bíblia relata também a passagem da mulher que, em silêncio, estava prestes a ser apedrejada e Jesus dirige a palavra justamente a ela - ignorando questões culturais hipócritas que responsabilizavam a mulher pela luxúria (ora, ela transou sozinha?!) e por isso deveria estar isolada do homem – sendo essa mulher particularmente discriminada não apenas pela sua condição feminina, mas ainda pela sua conduta.

Ressalte-se também a permissão de Jesus para que Maria Madalena fosse a primeira mulher a vê-Lo e a falar com Ele, tendo sido a primeira pessoa a contar as Novas aos outros, ainda que nos moldes da época o testemunho de uma mulher fosse considerado inválido.

E muitas outras mulheres cooperaram das mais diversas formas, no ministério de Jesus... (Lc 8:1.2.3).

O Evangelho se propagou e, mais tarde, Paulo começou a enviar cartas específicas para as localidades.

Há certa confusão em interpretações doutrinárias devido a uma suposta discriminação feita por Paulo às mulheres de Corinto, quando na verdade tratava-se de um meio disciplinador, uma vez que as mulheres da alta sociedade manipulavam grande parte do poder econômico e faziam valer suas vontades. Era comum elas usarem de capricho para com seus maridos, influenciando-os sobre o que deveriam ou não fazer. Esse era um costume feminino quase generalizado permanecendo por muito tempo na igreja primitiva.

Epístola tem caráter específico e principalmente todo um contexto. E naquele contexto em Corinto, ele foi radical porque as mulheres de homens influentes, de grandes líderes locais, achavam que poderiam tratar as coisas espirituais como elas tratavam as outras questões, se achando no direito de tomar iniciativa e tomar as rédeas da situação. Isso pra citar um caso, mas certamente havia outras desordens no comportamento, como em relação a serem tagarelas, empolgadas demais (leia-se "sem noção") e dispararem a falar em línguas estranhas e fazendo uso indiscriminado da língua - falando o que não deviam, confiantes no poder das próprias palavras - daí a admoestação ao refrear da língua, sempre primando pela ordem e decência.

Na carta que escreve ao povo de Filipos (4.3) fica claro que Paulo não dispensa a ajuda das mulheres, lembrando ainda de Lídia e Priscila que eram cooperadoras em seu ministério de evangelização.

Aos gálatas (3.28), ele diz que não há distinção de sexos. Em Tito 2:3.5 as mulheres recebem ordem para ensinar na igreja. Quando ele diz aos efésios para a mulher ser submissa ao marido, deixa claro que o marido AME a mulher, comparando à relação de Cristo com a Igreja (Ef 5.23), numa alusão ao que Deus requer numa relação conjugal, pois ELE não quer submissão em detrimento da responsabilidade da esposa de andar em santidade e retidão diante dEle. Afinal, o marido não é Salvador e sim, protetor. Dessa forma, na submissão voluntária, a esposa serve a seu marido, com liberdade e dignidade, assim como, a Igreja serve a Cristo.

Se a gente atentar para as cartas sem os olhos religiosos da proibição, percebe que Paulo contou com a participação efetiva de algumas mulheres, para as quais ele deu a devida atenção e elogios. Na carta aos romanos isso fica muito claro e simples de entender. É suficiente que se faça uma leitura com atenção.

Vejamos como ele se refere a Febe (16:1.2)

Recomendo-vos, pois, Febe, nossa irmã, a qual serve na igreja que está em Cencréia, para que a recebais no Senhor, como convém aos santos, e a ajudeis em qualquer coisa que de vós necessitar; porque tem hospedado a muitos, como também a mim mesmo.

Quando ele pede pra recomendar a Priscila e Áquila, ele diz "meus cooperadores em Cristo Jesus", citando o casal, não somente o marido.(v.3) Inclusive esse mesmo casal instruiu Apolo acerca do Caminho por terem visto que ele tinha profundo conhecimento acerca das Escrituras (Atos 18.26)

Tem o caso típico de Evódia e Sínteque (Fp 4) que eram reconhecidas por ele devido ao seu estilo de liderança, mas que ele também deu seu puxaõzinho deorelha porque pintou uma competitividade, um ciuminho que estava afastando uma da outra e o cuidado de Paulo era que elas focassem o pensamento no Corpo de Cristo.

O objetivo de Paulo era impor uma nova concepção conforme o que Jesus havia pregado sobre a vida espiritual, desfazendo conceitos, erradicando costumes, mudando a visão e o pensamento dos novos convertidos.

E esse continua sendo o nosso objetivo – nós, mulheres cristãs – quando precisamos estar cada vez mais atentas ao papel que nos foi confiado, pois mesmo tendo passado mais de dois mil anos, ainda existe enorme disputa e grandes equívocos em nome de Jesus. E nós, mulheres, nos tornamos vítimas da nossa própria influência no meio em que vivemos.

Mas existe uma fórmula simples: colocar Deus no comando que sempre foi Dele.

Enfim...

Mulher atrás, apenas em situações específicas. Como, por exemplo, se o marido é paraplégico.

No mais, lado a lado com todos aqueles -homens e mulheres- que se dispõem a ser luz do mundo.

RF.







Mas o anjo, dirigindo-se às mulheres, disse:

Não temais; porque sei que buscais Jesus, que foi crucificado.
(Mt 28.5)



E eis que Jesus veio ao encontro delas e disse:

Salve! E elas, aproximando-se, abraçaram-lhe os pés e o adoraram.

(Mt 28.9)





quinta-feira, 25 de novembro de 2010

“I see dead people...all the time”




Algo que li no blog do J.C. - em comentário do próprio autor -  me levou a essa postagem do Cristão Confuso:

O Sexto Sentido e a ajuda bilateral

Sabe o que é spoiler? É aquela informação que revela trechos daquele filme – livro – história antes que você o veja, do tipo “O mocinho morre no final!”.

A reflexão abaixo revela o fim do filme que dá título à reflexão.

Assim, o segredo do estranho garoto é revelado ao atencioso médico, que durante toda a história procura auxiliá-lo, enquanto vive os conflitos de um casamento arrasado pela aparente indiferença da bela e triste esposa.

Ele busca solucionar o problema de seu paciente, mas está cético diante do que ele descrevia: era um cientista, não acreditava na fantasiosa vida pós morte nem nas visões de gente morta trazendo recados do além.

No fim, o garoto sorri, “curado” pela terapia do médico, e olha para ele sabendo que a missão está cumprida, embora o homem não entenda do que o menino está falando. Não se veriam mais.

É quando descobre que ele mesmo era um dos que morreram, e o tempo todo o auxilio que dava era devolvido para si mesmo, preparando-o para uma verdade terrível. Fora assassinado por um ex-paciente, alguém que sofria da mesma “doença” do garoto a quem ajudara, e pode então perceber quanta dor foi evitada, já que sabia o que o menino poderia ter se tornado.

Percebe que sua esposa sofre por amá-lo. Não há indiferença, há saudade. Ele compreende o tão contundente silêncio, compreende que não era desprezo, eram lágrimas de um luto.

Quem dera nossos”escolhidos”, os que abraçam o evangelho e são reconhecidos por isso, pudessem perceber que estamos sempre aprendendo um com os outros. Chama-se essa convivência de ajuda mútua de igreja.

A pessoa que aceita ser apenas arrimo, conselheiro, ajudador, começará a médio prazo imaginar que não pode ser ajudado, que está acima da possibilidade de ser consolado: “isso é para as ovelhas simples” pensa em seu íntimo, enquanto morre de solidão, aos poucos, aos pedaços, escondendo suas feridas cada vez mais doloridas, e com muita sorte, não se tornará um cínico ou hipócrita.

Quem dera crer que os homens de Deus, antes de ser de Deus, são homens. Quem dera parassem eles de pensar que a “propaganda é a alma do negócio”, que o onipotente ser espiritual que vai na figura atrás do púlpito, triunfante, brilhante orador e imbatível é tão falho quanto qualquer homem.

Quantos sinceros crentes se abalam e desistem quando descobrem que seus exemplos não passam de uma farsa impossível de existir.

Perceber que o garoto a quem o finado médico tanto auxilia traz nele a mensagem que o curará e que revelará nele sua verdadeira fraqueza oculta e ser curado ao reconhecer.

Creio que a onisciência divina é capaz disso, que o mais simples é capaz de abençoar o mais rico abençoador, pois nele repousa o mesmo Espírito.

Zé Luiz

(Grifos meus-RF)

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Carta aos irmãos africanos




Amados irmãos e irmãs do grande continente da Africa:

Nós, os participantes brasileiros de Lausanne III, temos sido abençoados abundantemente neste Congresso e estamos muito felizes de estar nesta parte do mundo. Os navegadores portugueses do século XV venceram os temores e as dificuldades naturais do Cabo das Tormentas, e abriram o caminho do comércio para Moçambique e para as Indias. Aqui eles ganharam inspiração, ousadia e coragem para explorar o Oceano Atlantico Sul e procurar chegar às Indias ainda que fosse “por mares dantes nunca navegados” avançando para o oeste, e Pedro Alvarez Cabral oito anos depois de Colombo foi capaz de “descobrir” a Ilha de Vera Cruz, depois rebatizada de Terra de Santa Cruz, quando perceberam que não era ilha, e depois terra do Brasil.

Ao relembrar esses fatos da formação de nossa terra e nação, não podemos deixar de recordar nossa grande dívida histórica, moral e física para com o grande continente da Africa, seus povos e nações. Depois da descoberta e por quase 400 anos do Brasil colonia e Brasil independente, nós dependemos do trabalho escravo para a formação de nossas plantações, para cavar nossas minas, para a construção de nossas casas, nossas cidades e nossa nação. Assim cometemos o pecado de sequestrar pessoas deixando atrás muitos órfãos, destruindo casas e vilas causando feridas profundas em suas nações.

Cometemos o pecado de homicídios, de tratar pessoas criadas à imagem de Deus como bestas, impondo em seus povos violência física, psicológica e moral e condições sub-humanas de vida; cometemos abusos de todos os tipos e sempre que foi possível ajudamos a destruir suas identidades pessoais, familiares, culturais e nacionais.

A dívida moral que nós temos em relação as suas nações e povos é tão vasta, profunda e enorme, que nem começamos a medi-la. Cremos que é uma dívida impagável.

Se nós quiséssemos mostrar que realmente sentimos muito pelo que aconteceu e que estamos arrependidos desse pecado histórico de nossa nação em contra de vossas nações, nós teríamos de vir até vocês e dizer: Por favor, dá nos a graça de sermos seus escravos. Sejam por favor nosso patrões e nossos senhores, e dá-nos a oportunidade de servi-los. Deixa-nos ajudar a construir suas fazendas, cavar suas minas, construir suas casas e cidades com nosso suor, sangue e lágrimas como gentes do seu povo fizeram por nós. Permitam que nossos corpos sejam enterrados anonimamente embaixo de suas estradas e cidades, como fizeram os vossos povos por nós.

E então, somente então, poderíamos perceber que somos irmãos e irmãs de sangue , porque o seu povo derramou sangue por nós e nos abençoou, e vocês nos teriam dado a graça e a oportunidade de derramar nosso sangue em favor de vocês. Talvez depois disso poderíamos começar a entender juntos a amplidão, o comprimento, a profundidade, e a altura do amor de Cristo que derramou por nós ambos o seu precioso sangue e derrubou o muro de partição para nos fazer uma só família n’Ele!

Mas hoje precisamos pedir a vocês, perdão a algo imperdoável. Por favor, perdoem-nos. Por favor perdoem os pecados do nosso povo contra vocês. Perdoem os pecados de nossa nação contra as nações de vocês.

As gentes provindas da Africa em uma imigração forçada, ajudaram a construir o nosso país não apenas com suor, trabalho árduo e sangue. Esta pessoas e seus descendentes tem construído com suas mãos, sua cabeça e pernas (como Pelé, Ronaldo, Robinho, etc.), com coração, mente e sentimentos cálidos como muitos músicos, romancistas e artistas, ou com habilidades técnicas como médicos, engenheiros, juristas, políticos, em todas as esferas da atividade humana. Muitos são membros de igrejas, e com sua fé, esperança e amor têm sido pastores, bispos, professores, líderes e santos. Os seus povos e seus descendentes têm sido uma benção para a nossa nação. Em vez de devolverem o mal que receberam com o mal eles têm abençoado a nós com a riqueza de sua música, enriqueceu a nossa cultura alimentar com sua contribuição, e sobretudo com a sua maneira rica e peculiar de ser humano, de ser gente, um próximo e irmão de alma, como estamos experimentando esta semana com vocês. Seus povos e descendentes se tornaram parte integral de nosso país e de nossas famílias. Muitos de nós nos orgulhamos de ser em certa medida, descendentes dos povos da Africa.

Por favor aceitem-nos como seus servos e servas, seus escravos e escravas em nome do Senhor Jesus.

Com amor e ternura fraternais.

Texto na íntegra AQUI
(grifos meus-RF)

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Well... do Recife para a Itália



Wellington de Santana Moura, recifense de 35 anos

Ele nunca soube ao certo porque teve vontade de ajudar na construção da nova Igreja da cidade de Abreu e Lima, onde passou a viver há 22 anos. Foi carregando as placas de mármore de um dos maiores santuários evangélicos da Região Metropolitana do Recife que Wellington Moura se aproximou da música. O coro da Assembléia de Deus deu a ele as primeiras noções de nota e possibilitou um palco para a gravidade de sua voz. De participante comum virou solista; e, pela postura técnica, aos 16 anos, chegou a substituto do maestro oficial do Templo.

"Nunca vou me esquecer. Foi num domingo, quando o maestro faltou ao culto, e acabei tendo que botar o coral para frente. A partir desse dia, consegui logo o posto de vice-maestro e, um ano depois, assumi definitivamente a batuta. Era engraçado porque tinha que reger e ainda continuava como solista", lembra o hoje cantor lírico Wellington Moura.

Com a ativa participação na rotina da religião, fez-se um alfaiate autodidata. “Tinha que me virar na costura das minhas roupas no coral e na banda marcial”, afirma o primogênito de seu Gilvan Pereira. Foi a costura que bancou as despesas do dia a dia, pois os estudos, totalmente em escolas públicas e em cursos profissionalizantes, nunca garantiram emprego certo na época. "Com a costura. foi possível pagar os custos com as minhas as aulas de piano, teclado e canto no Conservatório de Música de Pernambuco".

A obstinação de Well, como prefere ser chamado (já que não conseguiu nascer "Mateus, um nome mais normal e fácil de soletrar"), teve que enfrentar a barreira do orçamento curto, muito curto. "Hoje o que mais gosto de fazer pela manhã é comer cereal e iogurte, mas antes minha família mal tinha dinheiro para comer bem; passamos tempos difíceis. Carne para nós sempre foi luxo; não foram poucos os dias em que nos alimentávamos apenas de cuscuz, sem nada mais", relembra.

Mas a paixão pela música finalmente começou a render dividendos. "Houve um momento muito especial: abril de 2000, quando recebi meu primeiro cachê (R$ 80) em um casamento que contou com o maestro Cussy de Almeida". Mesmo com o primeiro dinheiro ganho com o talento vocal, o respeito à música veio mesmo pela severidade do primeiro mestre. "Um dia, o professor Henrique Lins chegou para mim e disse: Você vai ter aula comigo. Ele era diferente dos demais; sempre escolhia seus alunos no Conservatório. Depois me introduziu em um curso com um especialista do Rio de Janeiro que veio ao Recife. Percebi que minha vida era o canto; deixei logo o piano e o teclado de lado".

O conselho não poderia ser outro senão seguir com o aperfeiçoamento na música. "Sempre prezei muito pela estudo. Acabei, com muito apoio, conseguindo entrar e terminar o curso de bacharelado na UFPE, em 2006, mesmo com as limitações dessa graduação".

ITÁLIA - Não mais evangélico e agora já formado, a vida de Well encontrou mais outra barreira. "Minha vida era a ópera, mas, no Recife, acontece praticamente uma a cada dois anos; em São Paulo, onde tentei espaço, mas não consegui, é uma por semestre. Precisava seguir com o canto, mas como?".

Com pouco espaço para trabalho, Wellington voltou sua vida para eventos e produção de shows (especialmente os "Garçons cantores do Bar Manhattan"). "Era isso que me financiava, mas precisava crescer mais na música. Foi assim que planejei ir para Itália, para mapear as Escolas de Ópera. Lá é um verdadeiro berço do gênero", afirma.

“Depois de tentativas em outras escolas, com apoios que obtive de algumas pessoas daqui do Brasil e pelo meu esforço pessoal, fiquei sabendo que o Conservatório de Música em Firenze (Florença) estaria abrindo processo de admissão". Mesmo ressabiado com preconceitos, competição com os bem avaliados candidatos japoneses e temendo os vários procedimentos burocráticos, Wellington solicitou uma audição.

Wellington durante seleção na Itália


E eis que Well conseguiu ser um dos dois selecionados pela Escola. "Ao todo, foram 52 concorrentes e 15 acabaram sendo pré-selecionados. Eram apenas duas vagas para estrangeiros, dos três que conseguiram chegar até o fim da seletiva". O seu voo, rumo ao tão sonhado curso de especialização em canto, aconteceu esse domingo (21).

Mas lá a vida não há de ser fácil. Aos 35 anos, terá que se virar como babá, arrumador de camas e preparador de quentinhas congeladas para arcar com o custo de 622 euros anuais do curso e outros gastos de custeio. Mas ele espera começar a ganhar dinheiro com seu talento mais essencial já partir do segundo ano de curso, que tem duração de três anos.

Wellington Moura ficará pela Itália até 2013 e promete voltar sempre quando puder. "Vou já pensando no retorno. Me identifico com Recife, gosto do bairro antigo, do nosso sotaque cantando o Hino do Elefante e o maracatu, mas preciso ir. Depois de concluído o curso, serei mais reconhecido no País. Talvez terei mais espaço junto a esse povo que gosta tanto de ópera, mas que ainda desconhece e pouco valoriza os filhos da terra", afirma o amante de Mozart.



Pesquei aqui -->Notícias Cristãs

(Grifos meus-RF)

domingo, 21 de novembro de 2010

Evidências de vício mental




Uma das marcas de saúde mental de uma pessoa é a sua capacidade de variedade de temas, interesses, assuntos e uma abertura total para tudo que seja humano e vida. Portanto, a maior marca de saúde mental é a alegria de ser, amar, conhecer, e participar da vida, fazendo isso com amor e bom senso; e sem medo da dor, especialmente da dor do amor.

Uma pessoa fixada num tema só, por mais que chame aquilo de “meu amor e minha paixão” ou, em certos casos, de “minha vocação”, ou de “minha obrigação”, se, todavia, se fixa naquilo como coisa única, e por tal fixação torna-se juiz de quem não tem o mesmo interesse ou não o tem na mesma intensidade ou, ainda, que manifeste outros interesses e prioridades, demonstra, por tal atitude de juízo fundado em sua própria fixação, que se fez vítima de um vício mental dos mais perigosos e também, por certo, dos mais capazes de reduzir a mente e a existência de uma pessoa a uma espécie de tara temático-existencial.

Quando uma pessoa se fixa num único tema na vida —seja pela via de um trauma, seja pela força de desejos reprimidos e transformados em “causa de vida”—, por tal fixação, evidencia o fato de que sua mente está viciada.

A questão é que vícios mentais não são apenas coisas que permanecem na psique da pessoa. De fato, quando não se trata de um problema congênito ou hereditário na área mental, em geral o que acontece é que quando a alma se entrega um certo modo de sentir — seja em brigas domésticas, seja uma relação viciada na tragédia e no desamor, seja um poderoso condicionamento de natureza sexual, seja a fuga de intimidade, seja o ódio, seja a amargura, etc —, o que acontece é que a presença contínua desse “sentir”, demanda do cérebro certas liberações químicas que façam “compensação” frente ao stress ou frente à hiperexcitação ou às oscilações ou a qualquer coisa que caracterize um modo de sentir intenso. E tais “descargas” químicas de compensação acabam por se tornarem programas cerebrais que passam a operar por conta própria; e, agora, invertendo a ordem, ou seja: já não necessariamente sendo a psique exigindo participação do cérebro, mas o contrário: o cérebro, agindo de modo condicionado, descarrega o que antes era um “socorro” para uma situação vivida como experiência emocional, a qual, agora, passa a ser demandada pelo cérebro, o qual exige aquele comportamento compatível com a liberação química em curso.

Vícios mentais, portanto, são como uma cobra que se alimenta do próprio rabo!

O problema é: onde está a mente sadia?

Para mim Jesus é o exemplo da mente mais sadia possível, e, portanto, aberta a tudo e todos; exatamente como Deus, que manifesta Seus interesses e variedades temáticas na multiformidade da criação.

Jesus mostra interesse pela variedade da vida assim como Seu Pai foi variado e extravagante em tudo o que criou. Sim, porque até as maiores sutilezas da criação estão carregadas de extravagância divina.

Jesus foi um carpinteiro por profissão, e nunca chegou a ficar nem de longe velho, tendo morrido jovem. Entretanto, já menino, no templo, chocava os mestres com suas questões e interesses acerca de coisas elevadas, porém, no lugar certo e com as pessoas certas. Nunca estudou, mas lia. Nunca plantou, mas observava o trabalho do agricultor. Nunca escreveu, mas sabia qual era a presunção de um copista do sagrado. Nunca namorou, mas sabia como ser carinhoso com as mulheres. Nunca teve ovelhas, mas sabia, pela observação, como um verdadeiro pastor se portava. Nunca foi casado, mas sabia como uma dona de casa ficava feliz quando achava algo precioso que se havia perdido. Nunca foi pai, nunca foi pródigo, nunca foi um irmão ciumento, mas sabia como todos os três personagens se sentiam em cada situação. Nunca foi desonesto, mas sabia como um administrador infiel se sentia quando apanhado em flagrante. E, assim, Ele demonstra também como um pai de família deve se comportar se um ladrão se aproximar. Sabe que a pobreza é crônica na terra; conhece o modo como os políticos dominam sobre os povos; sabe o que sente uma mulher dando à luz um filho. E não evita a emoção do choro, da dor, da tristeza, da alegria, do suor de sangue, do vinho melhor, do medo da cruz, e da oração para ter força para não morrer fora dela; e vive cada coisa, cada dia, não se deixando escravizar por nenhum tipo de aflição ou preocupação.

Sim, Jesus tinha a mente mais despreocupada do mundo, ao mesmo tempo em que era a mais responsável da Terra.

Sobretudo, além de ser pela variedade de Seus interesses, indo de crianças a velhinhas, vê-se Sua saúde mental na Sua total vitória sobre a ansiedade. Ele faz gestão leve até da hora da morte. “Não é a hora”, diz Ele. Até o dia em que Ele diz: “Chegou a Hora”. E Sua despedida de Seus amigos e discípulos não poderia ter sido mais própria, mais grave e, ao mesmo tempo, mais esperançosa; mais verdadeira e também protetora das limitações de percepção deles.

Assim, aprendendo com Jesus, busque interessar sua mente por tudo, sempre apenas retendo o que é bom. E se você perceber que se irrita com qualquer coisa que não seja o seu “tema”, preste atenção, pois já é forte sinal de que a sua mente e cérebro estão viciados ou se viciando. E isso não é brincadeira. É pior do que qualquer outro vício.


Extraído DAQUI

(grifos meus-RF)

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Entrevista comigo no blog da Rô



Gente,

Estou lá no Blog da Rô onde ela me fez uma série de perguntas e ainda deixou espaço para me metralharem.

Brincadeira.

É uma forma muito interessante de se conhecer melhor as pessoas com quem a gente se relaciona na blogosfera. E também de expandir essa amizade...

Apareçam lá, conheçam mais um pouco de mim.

E façam suas perguntas. Se eu não souber responder, o jeito é pedir ajuda aos universitários.

Meu carinho

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Minhas preferências...



Quando se entra em um site de relacionamento, como Orkut ou Facebook, deve-se deixar registrado no cadastro todas as nossas preferências: tipo de música, onde se graduou, etc etc etc. Todos temos nossas preferências.

Mas acontece que, quando frequentamos igreja, ocorre algo curioso: os gostos e preferências ficam padronizados, estereotipados. Todos temos que viver uma “vida de crente”, aquele que não bebe, não fuma, não cheira e nem escuta música “mundana” – infelizmente, esse ethos não atinge a vida moral: não se deve fumar ou beber, mas a maledicência, a injúria, a crueldade e a sensualidade são práticas corriqueiras, desde que cobertas com o manto hipócrita da religiosidade estéril. Enfim, uma espécie de gnosticismo meia-boca, onde a espiritualidade é divorciada do cotidiano.

Mas, como não sou uma pessoa que pensa dentro da caixinha (pelo menos tento), coloco aqui quais são minhas preferências:

• Prefiro ter amigo gay a ter amigo ultrafundamentalista e, como consequência, machista. O gay, ao menos, quer viver sua vida, mas o ultrafundamentalista não vive a sua e quer se meter na dos outros também.

• Prefiro andar com um ateu a me relacionar com um dogmático. Com exceção de Richard Dawkins, tão dogmático e fundamentalista em sua cruzada ateísta quanto qualquer religioso de carteirinha, o ateu não vê Deus através das argumentações e dados experimentais. O dogmático só consegue ver Deus através de um volume grosso e empoeirado de teologia sistemática, mas nada mais além disso.

• Andar com gente entortada pela vida é bem melhor que andar com gente desentortada pela própria retidão religiosa. O entortado pela vida ainda pode ser desentortado pelo Crucificado, mas o desentortado pela religião precisa ser entortado-e-desentortado pelo Senhor.

• Prefiro ouvir Zé Ramalho a ouvir muita estrelinha gospel, do modelo Beyonce-wannabe. Zé Ramalho chega a até mesmo fazer uma alegoria (inconsciente, creio eu) do estado da igreja evangélica de hoje através da música Admirável gado novo, além de nos premiar com sua bela poesia. As estrelinhas gospel de hoje não apresentam nem a beleza da poesia e nem a harmonia de uma bela canção, e muito menos nos fazem pensar. É produto industrial, e não arte.

• Prefiro a sabedoria de crianças à infantilidade de gente envelhecida no coração. Deus suscita força da boca das crianças, mas o coração envelhecido gera rancor, amargura e depravação.

• Prefiro o Jesus simples dos Evangelhos ao falso jesus mercadológico. O Jesus simples, se estivesse fisicamente entre nós hoje, andaria com gente maltrapilha, iria a um show de rock comigo, me mostraria o Pai. Já o jesus mercadológico está atrás apenas do meu dinheiro, com seus cada vez mais desavergonhados arautos e seus produtos de quinta categoria.


segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Jesus, a chave que abre o coração



"Perguntou-Lhe Pilatos: O que é a verdade?"

Ora, conquanto Jesus seja também uma informação histórica — afinal Ele existiu, e nós não estávamos lá quando isto aconteceu; razão pela qual dependemos completamente das descrições que os evangelhos fazem de Jesus a fim de melhor discernir seu espírito —, no entanto, o discernimento de Quem Ele era, só acontece como revelação de Deus no coração.

A Verdade não existe como Explicação, mas tão somente como Encarnação. A Verdade se fez carne! É Alguém. A Verdade é uma Pessoa! Por isso, a Verdade só pode ser vivida, não pensada. Todo pensamento acerca dela decorre da experiência. A Verdade não é objeto de prosa.

O Jesus do Evangelho não é para ser aceito, mas para ser conhecido. A Verdade que vejo em Jesus — Encarnada Nele — eu mesmo tenho que conhecer na minha própria encarnação, que é o único estado de existência que eu tive até hoje.

Foi assim com Pedro. Ele conheceu a Verdade em Jesus, e teve que experimentá-la em si mesmo. E, provavelmente, o dia no qual ele negou a Jesus, tenha sido um dia de muito mais verdade que a noite da Transfiguração.

Portanto, é preciso que cada um conheça Jesus e Sua Palavra, para si mesmo. É preciso que cada um aprenda a ter sua própria consciência em fé, a fim de viver a Palavra por si mesmo.

Em resumo, a Encarnação é a chave hermenêutica do conhecimento bíblico, mas essa chave tem que abrir antes o meu coração. E isto só acontece no encontro entre a Verdade e a Vida.

Ora, tal encontro só se dá no Caminho, e é a isso que chamamos Consciência do Evangelho. Por isso, aproveito-me deste trabalho para propor um exercício pessoal libertador:

Quero convidá-lo a pegar os evangelhos e relê-los como se fosse a primeira vez, e faça-o como se nunca tivesse ouvido nenhuma interpretação deles. Pois, assim fazendo, você logo saberá que o que eu digo é apenas uma Nova Repetição do que não muda nunca, pois quando se tenta mudá-lo, nunca é para o bem, pois, trata-se daquilo que é eterno: o Evangelho.

A necessidade de escrever a mensagem de Jesus veio do afastamento cada vez maior da sua fonte histórica - o próprio Jesus de Nazaré (Lucas 1:1-4; João 20:30-31).

Em meados de 70 D.C., já não vivia a quase totalidade das "testemunhas oculares" do Senhor ressuscitado (Lucas 1:2; 1 Cor 15:3-8).

Esse distanciamento cronológico entre Jesus e as comunidades só poderia ser vencido pela palavra escrita. E assim se formaram as duas grandes coleções ou "corpus" das Cartas de Paulo e dos Evangelhos.

Depois, eu gostaria de enfatizar a necessidade de ler o Novo Testamento na ordem cronológica da mais provável sequência de sua produção:

1ª. e 2ª. Tessalonicenses;

Gálatas, Efésios, 1ª. e 2ª. Coríntios, e Romanos;

Colossenses, Filemom; Filipenses, 1ª. e 2ª. Timóteo e Tito;

1ª. Pedro; Marcos; Mateus; Hebreus; Lucas; Atos;

Tiago, Judas 1ª.,2ª. e 3ª. João;

O evangelho de João, 2ª. Pedro;

E Apocalipse.

Como alerta, devo dizer que o primeiro inimigo a ser vencido no estudo bíblico é o pré-condicionamento na interpretação.

Então, meu querido, soda cáustica na cabeça, uma boa chacoalhada, limpeza, e início de leitura pessoal e aberta para a Palavra e para o Espírito. E você verá que começará a surgir o Jesus real das páginas dos evangelhos! Experimente!

Que a Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos.

Texto na íntegra AQUI


(Grifos meus - RF)




domingo, 14 de novembro de 2010

Você é um dataholic?




Como o brasileiro se mantém informado?

A agência Giovanni+DraftFCB realizou uma pesquisa através de sua ferramenta Mind & Moods & Moments e identificou três perfis de consumidores de notícias: os datalimits, os dataholics e os dataspecialists.

Os datalimits são as pessoas que entendem que é impossível saber tudo que acontece e por isso passam a ser mais seletivas e não sofrem por não saberem “tudo” o tempo todo. Em geral, são as pessoas mais velhas, que buscam mais a qualidade do que a quantidade ou rapidez.

Os dataholics são, em geral, os mais jovens. Altamente conectados à internet, eles dominam as ferramentas de informação e se entregam à angústia de estar o tempo todo buscando. Não se perdoam por não saber o que está acontecendo, não importa a relevância do fato.

Os dataspecialists dominam tanto as ferramentas como a informação. Os blogueiros entram nesse nicho, são provedores de informação e têm seus métodos próprios de busca e fontes confiáveis. Recebem news de centenas de blogs nacionais e internacionais. Para um blogueiro é imperdoável não saber o que está bombando na internet.

A velocidade contemporânea da informação trouxe duas consequências constatadas pela pesquisa: todo mundo se diz eclético e não existe mais silêncio. A informação chega até para quem não tem interesse em recebê-la. E domingo é considerado o “Dia da Informação”, em que aumentam a compra de revistas e jornais e as conexões da internet.

Quem diria?

(Grifos meus -RF)

Minha amiga DRI  postou lá no CAFÉ COM LEITE


quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Querido diário...




Todos nós sabemos que blog é um tipo de diário, porém um diário às avessas, pois sendo virtual ele perde suas principais características como a privacidade e o sentido de confessionário particular de si para si mesmo. E, apesar da exposição consentida, só conseguimos compartilhar os anseios e as desilusões do nosso cotidiano em parte. Pois na mesma proporção que se escancara a alma para o mundo, há uma tentativa quase inconsciente de se mascarar a realidade, por vezes dourando a pílula ao ousar dissertar sobre infortúnios pessoais, chegando-se outras vezes ao extremo de encarnar o papel de “Poliana” onde o tom da cor é puxado para o rosa. Tudo bem, até aí nada contra, afinal é o olhar que dá o tom; e depois, uma pitada de reserva aqui e ali é sempre bom para a autopreservação.

Entretanto - e talvez devido a um receio de passar a ideia de que estamos murmurando, de que somos complicados e até de não sermos “abençoados” - incorremos no erro de aderir a uma filosofia bastante sutil e cada vez mais usual, cujos princípios dizem que está todo mundo muito bem, que todo mundo é feliz e realizado. E, principalmente pelo medo de ser julgado, criamos uma capa protetora. Inclusive o próprio escritor nato já traz em si essa marca. Ele é um poeta da prosa e, como todo poeta, sonha sempre com dias melhores atenuando as dores do mundo em meio a um jogo de palavras muito bem elaborado, embalando corações ávidos pela realização desse mesmo sonho coletivo.

Na verdade, convenhamos... Quem acessa a net pra se lamentar, desabafar ou contar uma bronca que está passando? E quem quer saber? - É um saco, isso! – diriam os mais insensíveis. Ninguém acessa MSN e vendo que um fulaninho querido está conectado aproveita pra dizer que se desentendeu feio com o pai, a mãe, a tia, a avó, a irmã, o cunhado, o vizinho, o porteiro do prédio, o colega de trabalho. Em relação ao bate papo informal, ainda que se pertença à mesma tribo, via de regra o assunto é à base da trivialidade, da abobrinha, enfim, só jogando conversa fora. Pedir um conselho? Nem pensar! É todo mundo muito bem resolvido e auto afirmado. É só alegria, do tipo “então não me conte os seus problemas, hoje eu quero paz, eu quero amor” em um compartilhar veladamente autoritário e egoísta no qual o sentido de paz e de amor é totalmente distorcido. Sem falar da briga silenciosa de egos cada vez mais acirrada na “blogosfera cristã”. Não é necessário muita perspicácia para se perceber essa frequência nas estratégias usadas pela supervalorização do número de seguidores, nos textos escolhidos e nos comentários de blogs.

E tudo isso se reflete nas relações fora da web de forma cada vez mais assustadora. E vice versa.

Falo isso sem medo de ser julgada e confesso que o que me estimulou a expor essa minha ânsia foi uma conversa informal aqui e ali com algumas pessoas que captaram o mesmo que eu. Pessoas tão normais quanto eu; pois, longe de sermos amargurados, somos gente que ri, que brinca, que até não leva os dramas da vida tão a sério, que se assume como gente falha e cheia de defeitos, porém gente valente que batalha. E não em uma batalha a ferro e fogo, com unhas e dentes, mas a velha batalha para a qual se vê preparada diariamente e na qual se rema contra a maré, paradoxalmente serena e na paz que excede o entendimento. É como muitas vezes se encontra nossa alma: na paz, embora triste e perplexa. Triste e perplexa, porém jamais angustiada e desanimada. Posto que na luta!

O certo é que, devido a vícios e crendices culturais e religiosos, demora um pouco para se entender que não se trata de uma luta mística e que não há setas ou escudo invisíveis; que é uma luta bem real do nosso cotidiano e sua base reside nos pensamentos que impulsionam as ações de todos à nossa volta. E, claro, que tem “alguém” minando tais pensamentos. Usando de mentiras sórdidas e de falsas verdades, nosso adversário nos coloca em conflito tentando sugar nossas forças e, assim, nos abater com pensamentos que nos enfraquecem a fé.

Com argumentos que semeiam o mal entendido que vai gerar a dúvida, a discórdia e até grandes rupturas, o inimigo de nossas vidas quer nos afastar de Deus e das pessoas. Essa é sua missão em oposição ferrenha ao plano de Deus. Essas são as “forças espirituais do mal”. Daí ser uma batalha espiritual. E a batalha é espiritual, porém todo o conflito é no campo das ideias, do intelecto, da mente; com seus conceitos, princípios e valores, e todo um fascínio dirigido aos projetos e realizações pessoais.

Enfim, é claro que é importante saber acerca do caráter e da obra do nosso adversário, mas acima de tudo, devemos guardar em mente que ele está debaixo do controle soberano de Deus e que ele pode ser um meio pelo qual Deus realize alguns dos Seus propósitos, aniquilando suas investidas em momento oportuno.

Portanto, por mais que estejamos nos desentendendo, nos afastando uns dos outros, caindo nas armadilhas sórdidas daquele que é repulsivo e essencialmente mau, sabemos que temos a Quem recorrer. E, quando nos humilhamos em Sua presença, em demonstração de completa dependência Ele nos exalta, concedendo Sua GRAÇA.


“Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós”.
(Tg 4.7)

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Efeito sociopsicomidiático




Da concepção de que política é coisa mundana, nos anos 50 do século passado, passando pelo conselho de que irmão vota em irmão, nos anos 80, evangélicos conservadores conseguiram, nesse pleito, pautar candidatos, mídia, e inscrever suas propostas no centro dos debates políticos, protagonizando uma das campanhas mais vergonhosas dos últimos anos, porque amparada em mentiras e exageros.

Ao analisar para o Instituto Humanitas as escolhas evangélicas no primeiro turno da eleição presidencial, a professora Magali do Nascimento Cunha, da Universidade Metodista de São Paulo (Umesp), lembrou que, curiosamente, o demônio sempre faz a escolha pela esquerda, um fenômeno cultural relacionado ao imaginário religioso e político. Não se duvide que o próprio Credo Apostólico ampare tal fenômeno, uma vez que o Filho aparece à direita do Pai.

Encerrado o primeiro turno, a revista Época, de 11 de outubro, surgiu nas bancas com a matéria de capa “Deus entrou na eleição”, apontando para o debate sobre aborto e união civil de pessoas do mesmo sexo.

Cada qual procurou se mostrar mais carola, mais católico e mais comprometido com uma moralidade cristã conservadora que o adversário, comentou o cientista social Ricardo Mariano, professor na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, referindo-se à conduta dos candidatos no dia 12 de outubro.

Na avaliação da professora Magali do Nascimento Cunha, esta ação parece ter ultrapassado os limites do bom senso do marketing político e deve levar a uma reflexão sobre o uso da religião como estratégia política, em relação ao folheto de candidato que trazia sua assinatura e frase “Jesus é a verdade e a justiça”.

Para Magali, a grande mídia concedeu protagonismo a evangélicos e católicos fundamentalistas para reforçar as posições da política brasileira mais conservadora (a chamada “de direita”) que tenta retomar espaços perdidos nos últimos oito anos.

Menos zelosa se mostra a imprensa em outros períodos - que não o da corrida presidencial - sobre temas de caráter religioso. Vejam quantos jornais e revistas contam com uma editoria de religião e verão que o tema, apesar da religiosidade do povo brasileiro, entra em pauta quando satisfaz interesses pontuais.

Fato é que essa campanha produziu pautas e vasto material de pesquisa para os próximos anos a respeito do papel da religião na mídia e na corrida presidencial.

Deus, com certeza, nada apreciou ser manipulado dessa maneira por padres, bispos, pastores e políticos, e certamente lhes diria: Me deixem fora disso.

(Adaptado)
Artigo original de EDELBERTO BEHS, via Notícias Cristãs

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Nossa Escala de Valores



Estava pensando cá com os meus botões nas nossas exposições diárias e em como somos frágeis na nossa necessidade de nos agarrarmos a determinadas referências. Há uma exigência pessoal silenciosa de se pertencer a algo bom, de se estar ligado a algo de alguma forma. Algo que nos dê destaque, que nos coloque bem na fita, definindo as nossas preferências. E isso se reflete no mundo virtual, particularmente no meio blogueiro, através das colocações, dos comentários, linhas e entrelinhas. A apresentação visual escolhida do blog, por exemplo, diz muito da nossa personalidade: de cara, percebe-se ética e estética pessoal; nos textos e comentários, a alma se revela; expomos nossos gostos pessoais ligados ao corpo e aos prazeres básicos como sexo, comida, bebidas, leituras, viagens que evidenciam nosso jeito de ser e de viver, nosso caráter, nossa personalidade.

Precisamos de referências como uma espécie de informação de como somos capacitados e por isso devemos ser amados e respeitados. Até a mulher fútil e abastada precisa se auto afirmar. Ela quer ser adorada pelos adereços que carrega na bolsa, nos óculos, no sapato e na correntinha reluzente que arrasta seu filhote canino. Há ainda quem se esmere quase que exclusivamente no culto ao próprio corpo onde cada músculo definido diz: eu sou respeitado e valorizado porque faço academia, me cuido, me alimento bem. Todos querem se sobressair, chamar a atenção para si de alguma forma em apelo gritante como que dizendo “me ame, por favor”. Ou, no mínimo: “exijo respeito”. É como disse muitos anos atrás uma amiga negra muito inteligente, pobre, filha de empregada doméstica e mãe solteira, considerando suas possibilidades: "eu só tenho como ser respeitada estudando”. É uma necessidade de autoafirmação quase vital e que permeia todos os recantos por onde passa o bicho homem e sua pequenez. Tire-lhe todas as coisas caras, títulos e qualquer referência que carregue e ele fica literalmente despido. Tire-lhe os indicadores que possam abonar sua capacidade e ele fica completamente desnorteado. Como disse um pastor em pregação um tempo atrás:  sabemos o grau de valor de algo em nossa vida quando vivemos sem ele.

Houve um período em minha vida – quando o mundo fashion não era ainda tão versátil - em que me vi obrigada a adotar um estilo diferente devido às circunstâncias (tive quatro filhos em quase quatro anos, seis gestações em seis anos, sendo dois abortos espontâneos) e aí, naturalmente eu tive que dar uma reorganizada nos meus valores, e é claro que isso refletiu na minha exterioridade, no meu rótulo, na minha embalagem. Então eu me arrumava cada vez mais com muita simplicidade e praticidade, devido ao tempo restrito e às novas prioridades. Enquanto minhas amigas se enfeitavam, raramente eu me maquiava, optando por usar roupas básicas já que vivia grávida e me sujando de cocô, xixi e golfadas (dos filhotes rss). Adereços e maquiagem nem pensar! E o bom é que eu me sentia super confortável daquela maneira sem, contudo, perder a elegância. Afinal, bora combinar, elegância não está atrelada a adereços e maquiagem, e sim, à postura de modo geral. Daí, um belo dia eu me surpreendo com uma conhecida perua do meio me dizendo que admirava meu estilo despretensioso, mal sabendo ela que eu já me vesti daquela forma em outros carnavais. Olhando para sua performance achei engraçado e fiz um questionamento mudo sobre como nós nos esforçamos para sermos admiradas/notadas lançando mão de artifícios exteriores. E o mais curioso é que ela precisava daquilo tudo que carregava embora lá no fundinho da alma reconhecesse a inutilidade de todo aquele excesso.

Não quero com isso, dizer que não se deve ir à academia, estudar com afinco ou deixar de ir às compras e se produzir. Aliás, sempre fui adepta da beleza estética, mas do tipo mens sana in corpore sane. Pois o risco é a exacerbação, a supervalorização. A grande questão é a nossa escala de valores. A grande questão são os nossos conceitos e a nossa visão distorcida acerca do que realmente vale a pena. A grande questão que engloba todas as outras questões é: quem é (ou qual é) a nossa verdadeira referência? Esta é a minha observação. Será que, de fato, buscamos uma escala de valores equilibrada na qual em todos os nossos anseios é Deus que ocupa o lugar central?

Quando colocamos nossa escala de valores em conformidade com os valores de Deus, esta se equilibra. É onde entra o Evangelho. Ele muda seus valores, seus hábitos, seus princípios e suas crenças. Muitos de nós nos afirmamos seguidores de Cristo, discípulos de Cristo, cristãos, crentes, novos convertidos, evangélicos – enfim, a nomenclatura que rotula é grande e variada - mas não queremos a nossa escala de valores conforme a perspectiva de Deus, surpreendendo-nos a nós mesmos agindo tão-somente de acordo com a chamativa escala que nós mesmos construímos, caminhando em sentido oposto ao que nos aponta o Evangelho. Buscamos primeiro os valores ligados ao corpo, ao prazer pessoal, às coisas materiais, movidos por uma velada competitividade em autoengano que nos diz que todas aquelas coisas que fascinam nossa visão é que são referências de felicidade, agarrando-nos a elas. Distanciando-nos do que nos faz realmente seguros e em paz, resistimos em abrir mão do orgulho e da vaidade que nos denunciam a nós mesmos quem realmente somos, por mais que usemos disfarces, enfeites e maquiagens.

Nossa vida só tem sentido com Deus, só Deus sacia nossa a alma. Não sendo assim... Tudo à nossa volta é um completo vazio.



“Então, vi que todo trabalho e toda destreza em obras
provêm da inveja do homem contra o seu próximo.
Também isto é vaidade e correr atrás do vento”.
(Eclesiastes 4.4)

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A força da mulher




Não sou nenhuma cientista política, não levanto bandeira nem tenho qualquer pretensão partidária, porém, como um ser político natural, sinto-me bem à vontade e perfeitamente capaz para falar sobre algo específico que surge no cenário político brasileiro no momento.

Como eu não conhecia ainda nada acerca do estilo da Dilma, vinha adotando uma postura pessoal bem diferente nesses últimos meses, enquanto acompanhava, com muita prudência, informações bombardeadas em todos os meios de comunicação. Buscando sempre uma atitude mais amadurecida, nesse segundo turno eu me peguei pela primeira vez em uma pré-eleição onde não me manifestei a favor de nenhum dos candidatos, sem, contudo, me omitir ou deixar de fazer minhas considerações diante do que eu considerei apelativo, grotesco e agressivo.

Não sei se por desinformação apenas, ou pela simples crueldade inerente à natureza do ser humano, espalharam-se notícias e imagens malucas de toda sorte. Assisti a tudo - em parte, um tanto perplexa - mas paradoxalmente sem estranhar tanto, já que faz parte, ora lendo/ouvindo calada aqui, ora dando meu pitaco ali e opondo-me vez por outra. Fazendo valer meu direito de opinar e de fazer minhas próprias escolhas de maneira discreta, enquanto me deparava com um ambiente virtual cada vez mais inflamado, e, por vezes, desinformado em relação à nossa própria História recente, mais particularmente de um período dos mais sinistros, no qual muitos jovens deram o sangue pela conquista da liberdade que usufruímos hoje.

Porém, nesta ocasião especial, não posso deixar de falar da minha satisfação em ter a grata constatação de que nos próximos anos nosso país será dirigido por uma mulher. E não que eu seja uma feminista, mas porque uma mulher no comando quebra inúmeros paradigmas. E não é qualquer mulher, mas uma mulher que sabe do que está falando, que vivenciou na pele aquilo que defende; que ainda muito menina experimentou o amargor do autoritarismo em verdadeiro clima de terror. Uma mulher de origem búlgara cuja trajetória de vida foi marcada por uma militância política que culminou em prisão e tortura bárbara. Não foi à toa que ela disse apropriadamente em seu primeiro discurso ontem que prefere o barulho da imprensa livre ao silêncio da ditadura.

Ela também já ganhou a minha admiração e respeito quando, ao saber da vitória, se encaminhou para a casa da filha e do pai desta, numa demonstração inconteste acerca de valores básicos da existência do ser humano e de que a família é o primeiro estágio de governo dentro de uma sociedade sadia.

Outro fato que me chama à atenção de maneira singular é quando ela fala sobre ZELO. Digo isso porque eu tenho certa vivência e conheço a alma de alguém por alguns detalhes quase imperceptíveis do comportamento e da fala, gestos simples e discretos, MAS que dizem muito do seu caráter, da sua personalidade, do seu jeito de ser e agir. E ela não poderia ter sido mais feliz na escolha da expressão colocada com tanta ênfase ao falar sobre suas metas. Prometo ZELAR por isso, prometo ZELAR por aquilo... Esse cuidado me atraiu, me fez refletir e me encantou, principalmente quando ela - como mulher e cuidadora nata -  se referiu ao seu compromisso em esforçar-se em prol da mulher, de maneira que sua atuação refletisse em todas as esferas sociais.

E aí me vem à mente o termo “agressiva” que a rotularam com forte tom pejorativo e que foi tão explorado em campanha... E que nos últimos dias eu aprendi a interpretar como decidida, comprometida, determinada. O mundo e seu contexto exigem esse tipo de agressividade para que se possa não apenas sobreviver, mas principalmente viver com decência. Viver com firmeza, respeito e dignidade.

Parafraseando-a, somos um povo marcado pela superação, pela capacidade de enfrentar obstáculos e sair inteiro. Sei que não é fácil e que ela vai enfrentar outro tipo de câncer na sua gestão, desta feita um câncer externo, disseminado e metastático, mas sei que ela terá capacidade de enfrentá-lo e extirpá-lo com a mesma garra com que enfrentou no próprio sangue outro tipo não menos danoso.

Por tudo isso, deposito em Dilma, meu voto de confiança, traduzido em esperança firme de quem resolve dar um crédito, não por interesse partidário, mas pela expectativa de que, diante do exposto, podemos vislumbrar mudanças que beneficiem a todos.

Não sou prática, não sei matemática nem gosto de lidar com números como ela. Sou uma romântica incurável, sou poeta, sou das letras; não entendo de politicagem mas entendo de política no seu sentido mais amplo de cidadania, participando, cuidando e intervindo na comunidade em que vivo; e confio em sua capacidade de nos governar, rogando aos céus para que o faça governando primeiro seu próprio espírito. E acima de tudo, fico em paz porque sei Quem está no controle de tudo.