"NÃO EXISTE NENHUM LUGAR DE CULTO FORA DO AMOR AO PRÓXIMO"

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terça-feira, 7 de setembro de 2010

Independência





Estamos hoje comemorando um dos acontecimentos mais importantes da nossa História - a partir do qual grandes transformações sociopolíticas aconteceram. Porém, ainda que seja inegável que essa data nos tenha proporcionado inúmeras conquistas, haverá sempre uma incessante busca por liberdade e, conforme as fases que vivenciamos ao longo da existência, sonhamos alcançar vários tipos de independência. A liberdade que conquistamos com a maioridade talvez seja a independência mais almejada. Já a independência – ou liberdade – de expressarmos livremente as nossas ideias, embora também seja igualmente constitucional, é algo pessoal pelo qual lutamos intimamente durante toda a vida, aprendendo, reaprendendo, construindo e desconstruindo formas e conceitos, uma vez que tal liberdade compromete, determina, fere e influencia diretamente as nossas relações socioafetivas. É onde lançamos mão de uma preciosa ferramenta chamada bom senso. Quero dizer, pelo menos deveríamos usar tal ferramenta.

Aí fico eu aqui com as minhas elucubrações... Sim, pois quantas vezes deixamos de nos expressar com sinceridade por temermos magoar alguém? Por outro lado, quantas vezes confundimos sinceridade com ofensa? Quantas vezes, por temermos uma reação emocional negativa, deixamos de levar uma palavra de libertação, ainda que aparente ser dura. E é claro que eu não estou fazendo nenhuma apologia ao sincericídio indiscriminado, mas não são poucas as vezes em que os melindres se tornam sérios empecilhos para uma comunicação clara e transparente; e há ainda outras vezes em que se quer simplesmente usar da liberdade de expressão sem demonstrar algo pessoal e muito menos de teor ofensivo.

É da utilização dessa liberdade que estou falando. Essa liberdade que, longe de se poder usar ao bel prazer, na verdade carrega em si inúmeras facetas aparentemente contraditórias sem regras específicas, a não ser a do Amor. O Amor impresso em nossos corações e que nos dá ousadia para usar dessa liberdade com atitude, expressando um cuidado com o bem-estar do outro, acima de qualquer ato pessoal ou provocativo. Precisamos estar muito atentos, porque muitas vezes temos dificuldade em lidar com a liberdade de não calarmos quando precisamos falar, quando na verdade, agir assim, no momento certo, é ser responsável e fugir quilômetros da hipocrisia. Por outro lado, há de se desenvolver a habilidade de calar-se no momento certo; e, ainda, discernir silêncio de omissão.

É quando percebo então uma liberdade à qual damos o nome de liberdade espiritual onde somos libertos da escravidão para nos tornarmos servos de Deus. É nessa liberdade responsável, nessa aparente contraditória liberdade onde se governa a si próprio, onde se governa o próprio espírito que atuamos de maneira saudável e principalmente agradável a Deus; pois que acima de tudo, é uma liberdade que não permite mais que a velha escravidão cale a nossa boca diante das maravilhas prometidas em oposição às opressões.

É assim que eu vejo e vivo esse ministério. Ministério delegado aos que, paradoxalmente, estão livres em Cristo para servir somente a Deus. Livres para interceder e apresentar a todos o acesso ilimitado a Deus através do próprio testemunho de vida; um testemunho pessoal onde situações peculiares atingidas no mais íntimo do ser culminaram por reorganizar valores, promovendo transformações radicais nos velhos e mofados conceitos, abrindo-nos os olhos para a VERDADE.

Isso, para mim, é independência. E, consequentemente, VIDA. Vida plena, vida em abundância.



“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.

João 8.32

2 comentários:

Rô Moreira disse...

Pois é, pensavam que éramos livres
mas éramos escravos de um sistema corrupto que matava e escravizava, tantos quantos se entregavam ao cárcere de suas pobres mentes doentes
embriagadas pelo orgulho. Mas através dele Jesus alcançamos independência e vida, só mesmo pelos vínculos do calvário. Paz Re!

Adriana disse...

Autocontrole, esse amigo indispensável.
Parabéns pela abordagem abrangente pautada NA referência.

beijocas