"NÃO EXISTE NENHUM LUGAR DE CULTO FORA DO AMOR AO PRÓXIMO"

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sexta-feira, 10 de abril de 2009

Qual o maior livro de todos?

No livro The Uncommon Reader (O Leitor Incomum), uma obra de ficção de Alan Bennet, o autor imagina a rainha da Inglaterra tornando-se repentinamente, no fim da vida, uma leitora assídua.

Em uma época como a nossa, em que os livros impressos parecem perder certo terreno e interesse diante das forças de entretenimento dos MySpace, You Tube e American Idol da vida, a idéia de uma pessoa - de uma hora para outra - começar a se interessar por leitura e tornar-se um leitor, parece mesmo um romance. Em todo caso, ler é um toque divino na alma humana.

De repente, você está lendo algo que lhe chamou a atenção e quando percebe não pode parar, não quer parar e não pára mais.

Um livro puxa outro, um autor sugere outro, e o mundo se abre: e eu que pensava que o sol fosse uma estrela muito especial e a Via Láctea imensurável, descubro que o Universo possui mais de 350 milhões de galáxias com bilhões de sistemas solares semelhantes ao nosso. E aí vem a pergunta:

Qual o maior livro de todos?

Qual obra de literatura não pode faltar em minha biblioteca, ao meu lado, no meu laptop ou celular?

A number one é a Bíblia.

Desde Gutenberg o best-seller mundial. Mais de 50 milhões de exemplares da Bíblia são vendidos todos os anos.

Mas se você é daqueles, como eu, que não gosta muito de ler o que todo mundo está lendo, que não repara nas listas de best-sellers (a maior parte delas tendenciosa e forjada de alguma maneira e por algum interesse menor que a pura estatística), pode ler a Bíblia por sua qualidade e fidedignidade.

Por sua qualidade profética e poética e por sua infalibilidade enquanto Palavra de Deus, pra hoje e eternamente.

Nenhuma obra do gênio humano se compara à Bíblia. Ela é simplesmente indispensável. Só não sabe disso quem não a leu, e é uma pena constatar que muita gente ainda não a leu.

Curiosamente, tem mais gente que possui a Bíblia – às vezes, mais de um exemplar em casa – do que pessoas que já a leram de capa a capa. E nessa triste estatística nem pastores ou padres escapam: cerca de 52% dos líderes cristãos ainda não leram a Bíblia completa, ao menos uma vez, de Gênesis a Apocalipse.

Como eles pregam o Evangelho?

Sto. Agostinho e o grande precursor da computação, Blaise Pascal, se converteram ao cristianismo lendo apenas alguns trechos das cartas do apóstolo Paulo.

A Bíblia é mesmo extraordinária. Bem, na verdade fui convidado para escrever algumas linhas introdutórias sobre a bela tradução da Bíblia que levou o nome de seu principal patrocinador: o rei James I, ou King James, como passou para a história. No entanto, não poderia falar algo sobre a King James sem antes ser categórico quanto a prevalência e importância fundamental da leitura da Bíblia na vida de todos nós.

Por isso, aqui fica meu apelo mais eloqüente e sincero: comece hoje mesmo a ler sua Bíblia com devoção!

Comece pelos Evangelhos, depois leia o Novo Testamento todo e antes de iniciar o livro do Apocalipse leia o Antigo Testamento, depois encerre sua primeira leitura total da Bíblia com o livro da Revelação (o Apocalipse).

Não se preocupe, não há nada de cabalístico nisto, é só uma sugestão de ordem prática e que vai lhe ajudar a compreender melhor ainda todo o texto bíblico.Foi o Rev. Caio Fábio quem definiu a Bíblia King James como "a mais shakespeariana" das traduções modernas das Escrituras.

E, de fato, o rei James I foi contemporâneo de William Shakespeare quando, em 1607, aceitando a sugestão de vários líderes eclesiásticos liderados por John Reynolds, teólogo puritano e reitor da Universidade de Corpus Christi em Oxford, deu início aos trabalhos de revisão e tradução da conhecida Bíblia de João Calvino, para a língua inglesa. James I, escocês, cristão e biblista, havia assumido o trono da Inglaterra logo após a morte da rainha Mary Católica, que dizimou centenas de cristãos em seu reinado simplesmente por defenderem a fé protestante e o livre exame das Sagradas Escrituras.Muitos dizem que a sucessão do trono ter recaído sobre James I foi o cumprimento de uma profecia que William Tyndale (o primeiro tradutor das Escrituras, das línguas originais para o inglês), fez momentos antes de sua execução por estrangulamento e queima em fogueira no centro de Londres pelo carrasco do império: "Meu Deus! Abra os olhos do rei da Inglaterra!" King James, ouvindo a opinião da maioria dos líderes eclesiásticos do reino inglês, teólogos que criticavam a tradução da Bíblia de Genebra, por seus excessos calvinistas, formou e coordenou pessoalmente um comitê com cerca de 50 eruditos de Oxford, a fim de realizar uma revisão minuciosa nesta tradução do notável teólogo francês, com base nos melhores manuscritos dos textos Receptus e Massorético disponíveis na época. Em 1611, sob a expressa "autorização do rei" (Authorized Version) era publicada a Bíblia King James, que se tornaria a mais lida e apreciada tradução das Escrituras em toda a Europa e nos Estados Unidos até nossos dias. Desde o ano 2000, a Sociedade Bíblica Ibero-Americana e a Abba Press do Brasil assumiram a responsabilidade pela tradução da Bíblia King James para a língua portuguesa.

Um comitê formado por cristãos de diversas denominações, especialistas em várias áreas do conhecimento teológico, lingüístico e literário, e residentes em vários países do mundo, teve acesso às mais recentes descobertas arqueológicas, como os chamados Rolos do Mar Morto (a maior descoberta arqueológica do séc. XX), os melhores e mais antigos manuscritos que formam a Bíblia Hebraica Stuttgartensia, e estudos crítico-textuais, como os valorosos trabalhos de Nestle-Aland, autores das muitas edições do conhecido Novum Testamentum Graece além dos manuscritos do respeitável Textus Receptus e demais obras textuais relevantes nas línguas originais (hebraico, aramaico e grego). Da King James em inglês de 1611, o comitê de tradução para a língua portuguesa procurou apropriar-se do estilo: majestoso, clássico e reverente; sem contudo, prejudicar a comunicação clara e compreensível ao leitor lusófono que vive hoje em todos os países deste nosso mundo globalizado. Jesus Cristo é o Caminho (Evangelho Segundo João, capítulo 14, versículo 6), e a Bíblia o seu Livro.

A obra que trata sobre sua história e missão na terra e no porvir; a história do amor de Deus por sua Criação e por seu filho: o homem, a humanidade.

Desconhecer a Bíblia é viver um eterno e absoluto non sense.

Acabo de reler "O Anticristo" de Friedrich Nietzsche, nascido em uma família luterana muito religiosa e conservadora, com uma vasta linhagem de pastores protestantes; o próprio pai, Karl Ludwig, responsável pela paróquia de Röcken. Seu maior sonho era o de ser um pastor como seu pai, por isso dedicou-se intensamente ao estudo da teologia, mas deixou de abrir seu coração para a ministração sobrenatural que a Palavra de Deus exerce em nossa alma mediante o Espírito Santo, preferindo aprofundar-se na filologia a crer na simplicidade do amor, justiça e soberania de Deus.

Portanto, agora que você encontrou a Água da Vida (Jo 4.10-14), permita que sua alma beba a vontade e seja saciada pelo Espírito de Deus.

Há muitas coisas que eu e você vamos nos arrepender ao longo da vida; mas jamais nos arrependeremos de todas as vezes que lemos e nos alimentamos da Palavra de Deus.

Experimente e comprove! Boa leitura!

Oswaldo Paião
(Diretor editorial - SBIA - Sociedade Bíblica Ibero-Americana)

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