"NÃO EXISTE NENHUM LUGAR DE CULTO FORA DO AMOR AO PRÓXIMO"

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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Dica excelente para dois mil e... 10!






DEZ COISAS TÃO SIMPLES QUANTO ESSENCIAIS À VIDA!


1. Nunca descreia do poder do amor, ainda que você demore muito a ver os resultados.


2. Não tema pedir em oração, pois o Pai tem prazer em nos ouvir pedindo em fé confiante; mas lembre que Deus não está preso à oração, posto que somente nos atenda naquilo que Ele, como Pai, não julgue que nos fará mal.

3. Leia as Escrituras, especialmente a parte chamada de Novo Testamento; pois toda pessoa que, tendo tal chance, não a use, demonstra que não deseja mesmo conhecer a Deus; posto que seja pela leitura da Palavra que melhor se possa discernir a vontade de Deus.

4. Exercite-se na dadivosidade e na generosidade, pois por tais exercícios seu coração se manterá sóbrio em relação a dinheiro e poder.

5. Nunca fuja de uma necessidade humana que você possa ajudar a resolver... Seria como fugir de Jesus.

6. Fuja do pensamento malicioso. Seja sábio e sóbrio, mas não olhe com malicia, posto que o olhar malicioso corrompa todo o seu ser.

7. Cuidado com todas as raízes perversas... Sim, cuide de seu coração para que nele não cresçam as raízes da inveja, da amargura, da arrogância ou da auto-vitimização; pois essas são as piores raízes a serem deixadas vivas no chão do ser.

8. Nunca se sinta importante, pois tiraria toda a sua naturalidade de ser e viver... além de que tal sentir é a ladeira para o abismo.

9. Nunca fuja de nenhuma verdade sobre você ou sobre quem você ame; pois, por tal evasão perde-se o discernimento e mergulha-se o ser no escafandro do auto-engano no fundo de um mar de rochas... Além disso, quem determina um auto-engano no pouco, esse será enganado no muito.

10. Ame a Deus e ao próximo; e não existirá lugar para ídolos em seu coração.







segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Frase do dia








"Os homens para serem verdadeiramente salvos,

precisam ser salvos pela verdade"

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Jesus Cristo






Em minha primeira imagem, percebi, a personalidade de Jesus combinava com a do Sr. Spock de Jornada nas estrelas: permanecia calmo, sereno e controlado enquanto caminhava como um robô entre os seres humanos nervosos na nave espacial Terra.

Não foi o que encontrei descrito nos evangelhos e nos melhores filmes.

Outras pessoas influíram em Jesus profundamente: a obstinação o frustrava, a justiça própria o enfurecia, a fé simples o entusiasmava.

Na verdade, ele parecia mais emotivo e espontâneo do que as pessoas comuns, não menos. Mais passional, não menos.


Quanto mais eu estudava Jesus, mais difícil se tornava classificá-lo.

Ele falou pouco sobre a ocupação romana, o assunto principal das conversas de seus conterrâneos, mas pegou um chicote para expulsar do templo judeu os pequenos aproveitadores.

Insistia na obediência à lei de Moisés, enquanto adquiria a reputação de transgressor da lei.

Poderia ser tomado de simpatia por um estrangeiro, mas afastou o melhor amigo com a dura repreensão: “Para trás de mim, Satanás!”.

Tinha opiniões inflexíveis sobre os homens ricos e as mulheres de vida fácil, mas ambos os tipos desfrutavam de sua companhia.

Um dia os milagres pareciam fluir de Jesus; no dia seguinte seu poder ficava bloqueado pela falta de fé das pessoas.

Um dia falava em pormenores sobre a segunda vinda; no outro, não sabia o dia nem a hora.

Fugiu de ser preso uma vez e marchou inexoravelmente rumo à prisão em outra.

Falou eloqüentemente sobre a pacificação, e depois disse a seus discípulos que procurassem espadas.

Suas reivindicações extravagantes colocaram-no no centro da controvérsia, mas, quando fazia alguma coisa realmente miraculosa, procurava ocultá-lo.

Como disse Walter Wink, se Jesus nunca tivesse vivido, não poderíamos tê-lo inventado.

Duas palavras ninguém pensaria em aplicar ao Jesus dos evangelhos: enfadonho e previsível.

Então, por que a igreja domou esse caráter — “aparou”, nas palavras de Dorothy Sayers, “com muita eficiência as garras do Leão de Judá, declarando-o um bichinho de estimação adequadamente domesticado para pálidos vigários e velhas senhoras piedosas”?

Barbara Tuchman, a historiadora que recebeu o prêmio Pulitzer, insiste em uma regra para escrever história: nada de “pequenas previsões”. Quando ela estava escrevendo sobre a Batalha de Bulge, na Segunda Guerra Mundial, por exemplo, resistiu à tentação de incluir um aparte: “Naturalmente todos sabemos como isso acabou”. Na verdade, as tropas aliadas envolvidas na Batalha, de Bulge não sabiam como a batalha terminaria. Pela aparência das coisas, poderiam bem ser escorraçadas de volta para as praias da Normandia, de onde tinham vindo.

Um historiador que deseja reter qualquer semelhança da tensão e do drama nos acontecimentos conforme eles se desenrolam não se atreve a fazer previsões de outro ponto de vista que tudo vê. Se o fizer, toda a tensão se desfará. Antes, um bom historiador recria para o leitor as condições da história que está sendo descrita, dando a impressão de que “você esteve lá”.

Esse é, concluí, o problema da maioria de nossas obras e idéias sobre Jesus.

Lemos os evangelhos pelas lentes de pequenas previsões de concílios eclesiásticos como o de Nicéia e o de Calcedônia, mediante as tentativas estudadas da igreja de lhe dar sentido.

Jesus foi um ser humano, judeu da Galiléia com nome e família, pessoa de certo modo exatamente igual a todos.

Mas, de outro modo, era um pouco diferente do que qualquer um que já tenha vivido na terra antes.

A igreja levou cinco séculos de debates ativos para concordar sobre algum tipo de equilíbrio epistemológico entre “como todo mundo” e “alguma coisa diferente”.

Como disse Pascal:

“A Igreja tem tido tanta dificuldade em mostrar que Jesus Cristo foi homem, contra aqueles que o negaram, como em mostrar que ele foi Deus; e as probabilidades são igualmente grandes”.



(Fragmentos de "O Jesus que eu nunca conheci" P.Y.)

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Ninguém O viu sorrir?!

É um homem alto, de boa aparência e aspecto amistoso e venerável; a cor do cabelo não tem comparação, de cachos graciosos [...] repartidos no alto da cabeça, caindo para frente em cascata, à moda dos nazireus; tem a testa alta, grande e impressionante; as faces não têm mancha nem ruga, belas e coradas; o nariz e a boca são talhados com primorosa simetria; a barba, de cor igual a do cabelo, abaixo do queixo e repartida no meio como um garfo; os olhos, de um azul luminoso, claros e serenos...







Reconheço esse Jesus nas pinturas a óleo penduradas nas paredes de concreto da igreja de minha infância. Contudo, quem o forjou traiu-se na próxima frase: “Ninguém o viu sorrir”. Será que ele leu os mesmos evangelhos que eu leio, documentos que não dizem nenhuma palavra acerca da aparência física de Jesus, mas o descrevem realizando o seu primeiro milagre em um casamento, dando apelidos divertidos a seus discípulos e não sei como adquirindo a reputação de “comilão e bebedor de vinho”? Quando pessoas piedosas criticaram seus discípulos, Jesus respondeu: “Podem os convidados para o casamento jejuar enquanto está com eles o noivo?”. De todas as imagens que poderia ter escolhido para si, Jesus optou pela do noivo, cuja alegria contamina a todos os convidados do casamento.


Uma vez mostrei a uma classe algumas dezenas de slides artísticos com o retrato de Jesus numa variedade de formas — africanas, coreanas, chinesas — e depois pedi à classe que descrevesse qual achavam ser a aparência de Jesus. Quase todos acreditavam que fosse alto (improvável para um judeu do século I), muitos disseram simpático e ninguém disse com excesso de peso. Mostrei um filme da BBC sobre a vida de Cristo que apresentava um ator rechonchudo no papel-título, e alguns da classe acharam aquilo ofensivo. Preferimos um Jesus alto, simpático e, acima de tudo, esguio.


Uma tradição que data do século II acreditava que Jesus fosse corcunda. Na Idade Média, era difundida a crença entre os cristãos de que Jesus sofrera de lepra. Muitos cristãos atualmente achariam tais idéias repulsivas e talvez heréticas. Ele não foi um espécime perfeito da humanidade? Mas em toda a Bíblia encontro apenas uma descrição física de Jesus, onde a aparência exterior dele é caracterizada como destituída de qualquer beleza, uma profecia escrita centenas de anos antes do nascimento de Cristo. Eis o retrato de Isaías, no meio de uma passagem que o Novo Testamento aplica à vida de Jesus:


Exatamente como muitos pasmaram à vista dele — o seu parecer estava tão desfigurado, mais do que o de outro qualquer, e a sua aparência mais do que a dos outros filhos dos homens [...] Não tinha parecer nem formosura; e, olhando nós para ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos. Era desprezado, e o mais indigno entre os homens, homem de dores, e experimentado no sofrimento. Como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.



Por causa do silêncio dos evangelhos, não podemos responder com certeza à pergunta sobre qual era a aparência de Jesus. Creio que isso é muito bom. Nossas representações glamourizadas de Jesus falam mais a nosso respeito do que a respeito dele. Ele não tinha nenhum brilho sobrenatural ao redor de si: João Batista admitiu que nunca o teria reconhecido não fosse uma revelação especial. De acordo com Isaías, não podemos apon¬tar para a sua beleza ou majestade ou qualquer outra coisa em sua aparência que explique seu poder de atração. O segredo se encontra em outro lugar.


(...)


Em contrapartida, os evangelhos apresentam um homem com tal carisma, que o povo ficava sentado por três dias sem intervalo, sem comer, apenas para ouvir suas palavras instigantes. Ele parece emocionado, impulsivamente “movido pela compaixão” ou “cheio de piedade”. Os evangelhos revelam uma cadeia das reações emotivas de Jesus: súbita simpatia por uma pessoa leprosa, exuberância devido ao sucesso de seus discípulos, um rasgo de raiva diante dos legalistas frios, tristeza por causa de uma cidade não receptiva e depois aqueles gritos horríveis de angústia no Getsêmani e na cruz. Tinha uma paciência quase inexaurível com os indivíduos, mas não tinha paciência nenhuma com as instituições e com a injustiça.


(Extraído de “O Jesus que eu nunca conheci” – Philip Yancey).

Prisão religiosa






Meu comentário feito hoje no blog do Marcos

Você diz com muita propriedade e experiência pessoal que excomunhão é a maior arma e eu acrescento que também é a maior pretensão/TOLICE humana.


Excomunhão- termo usado na ICAR, mas que acontece em todas as esferas nas quais o bicho-homem tem o "poder" de comandar.

Tudo que você conseguiu simplificar em poucas palavras com tamanha maestria é a mais pura verdade, pois eu também passei pelas mesmíssimas experiências que você, com a diferença que eu não fui, digamos, assídua. Até porque tive vida cigana por conta de trabalho de marido, daí à medida que mudava de cidade via cada vez mais disso aí que você narra e que só “confirmava” minha distância cada vez maior.

E a ironia é que a pessoa é colocada para FORA e é justamente lá fora que ela é simplesmente lapidada pelo DONO de todos os lugares!

Lá fora sua visão é outra.

Não tem apegos. Não tem idolatria pela Mãe-igreja. Não tem reverência ao deus-líder.

Certa feita li um texto de um pregador muito lúcido onde ele dizia que a “Nossa Senhora” de certas denominações não-católicas ditas cristãs é a própria denominação.

É uma espécie de substituição e transferência para não perder o costume pagão, a superstição, a velha tradição que teima em substituir o Deus verdadeiro que não vemos por outros deuses - e deusas - que podemos ver e pegar.

E chega um momento em que você explode e diz “comigo não, violão”!

E sai – de uma forma ou de outra rsss - daquela prisão religiosa!

É quando O Todo-Poderoso surge imponente na nossa frente, na nossa vida e no nosso ser de maneira inconfundível e então compreendemos finalmente a quem devemos adorar em espírito e em verdade!

Num CICIO SUAVE que vai nos invadindo e FIXANDO-SE progressivamente no nosso coração sem que haja o espalhafato de fogos de artifício e anjos com trombetas descendo dos céus.

Esse terrorismo espiritual e psicológico tão bem colocado no seu texto e que é realizado diretamente na alma, no coração, na mente do ser humano é algo terrível que leva a consequências desastrosas que não têm ABSOLUTAMENTE NADA A VER com a proposta da Nova, Eterna e Perfeita Aliança que O AUTOR das nossas vidas faz em deixá-LO carregar o nosso fardo por ser o SEU jugo (o Dele!) LEVE e SUAVE.

LEVE E SUAVE: Palavras de Jesus.

Existe contraponto mais flagrante do que esse?!

No mínimo, pessoas dotadas de capacidade de refletir, pensar, e acho que todas rsss... vão perceber em alguma altura da vida que algo muito estranho está rolando...

NAQUELE que não habita mais em casas feitas por mãos humanas e sim nos corações de quem se permitiu tirar todo o lixo para só ELE ocupar!

R.

domingo, 20 de dezembro de 2009

A Mão de Deus

Aos desavisados acerca da "mão de Deus":

Deus age onde, quando e como Lhe apraz! 

Ele fala ATÉ dentro da igreja :)





“Porque te lembrarás que foste servo na terra do Egito e que o SENHOR, Teu Deus, te tirou dali com MÃO PODEROSA e braço estendido.”

(Dt 5.15a)



“... que seja comigo A TUA MÃO e me preserves do mal, de modo que não me sobrevenha aflição! E Deus lhe concedeu o que Lhe tinha pedido”

(1Cr 4.10)



“Assim, me animei, segundo A BOA MÃO DO SENHOR, meu Deus, sobre mim ...”

(Esdras 7.28b)



NAS TUAS MÃOS, estão os meus dias;

livra-me das mãos dos meus inimigos e dos meus perseguidores.”

(Sl 31.15)



“Quem na concha de SUA MÃO mediu as águas e tomou a medida dos céus a palmos?

(Isaías 40.12)



“Então o Espírito me levantou e me levou;

eu fui amargurado na excitação do meu espírito;

mas A MÃO DO SENHOR se fez muito forte sobre mim.”

(Ez 3.14)



A MÃO DO SENHOR veio sobre mim, e Ele me disse:

levanta-te e sai para o vale, onde falarei contigo.”

(Ez 3.22)



“Tão certo como eu vivo, diz o SENHOR DEUS, com MÃO PODEROSA,

com braço estendido e derramado furor, hei de reinar sobre vós.”

(Ez 20.33)



Veio sobre mim A MÃO DO SENHOR...”

(Ez 37.1)



A MAO DO SENHOR estava com eles,

e muitos, crendo, se converteram ao SENHOR.

(Atos 11.21)



“Pois, agora, eis aí está sobre ti A MÃO DO SENHOR

e ficarás cego, não vendo o sol por algum tempo.” (Conversão de Saulo)

(Atos 13.11a)



Quanto a Israel, porém diz:

Todo o dia ESTENDI AS MÃOS a um povo rebelde e contradizente.”

(Rm 10.21 . Ver tb Is 65:1.2)

(Negritos, caps e sublinhados meus)


Deus age onde, quando e como Lhe apraz! Ele fala ATÉ dentro da igreja :)


O Vento sopra onde quer...




R.


quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

No caminho de Emaús







“Nesse mesmo dia, iam dois deles para uma aldeia chamada Emaús, que distava de Jerusalém sessenta estádios; e iam comentando entre si tudo aquilo que havia sucedido.

Enquanto assim comentavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou, e ia com eles; mas os olhos deles estavam como que fechados, de sorte que não o reconheceram.

Então ele lhes perguntou: Que palavras são essas que, caminhando, trocais entre vós?

Eles então pararam tristes. E um deles, chamado Cleopas, respondeu-lhe: És tu o único peregrino em Jerusalém que não soube das coisas que nela têm sucedido nestes dias?

Ao que ele lhes perguntou: Quais?

Disseram-lhe: As que dizem respeito a Jesus, o nazareno, que foi profeta, poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo, e como os principais sacerdotes e as nossas autoridades e entregaram para ser condenado à morte, e o crucificaram. Ora, nós esperávamos que fosse ele quem havia de remir Israel; e, além de tudo isso, é já hoje o terceiro dia desde que essas coisas aconteceram. Verdade é, também, que algumas mulheres do nosso meio nos encheram de espanto; pois foram de madrugada ao sepulcro e, não achando o corpo dele voltaram, declarando que tinham tido uma visão de anjos que diziam estar ele vivo. Além disso, alguns dos que estavam conosco foram ao sepulcro, e acharam ser assim como as mulheres haviam dito; a ele, porém, não o viram.

Então ele lhes disse: Ó néscios, e tardos de coração para crerdes tudo o que os profetas disseram!

Porventura não importa que o Cristo padecesse essas coisas e entrasse na sua glória?

E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicou-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras. Quando se aproximaram da aldeia para onde iam, ele fez como quem ia para mais longe.

Eles, porém, o constrangeram, dizendo: Fica conosco; porque é tarde, e já declinou o dia.

E entrou para ficar com eles. Estando com eles à mesa, tomou o pão e o abençoou; e, partindo-o, lho dava.

Abriram-se-lhes então os olhos, e o reconheceram; nisto ele desapareceu de diante deles.

E disseram um para o outro: Porventura não se nos abrasava o coração, quando pelo caminho nos falava, e quando nos abria as Escrituras?” 

Lucas 24:13-32




Este trecho do Evangelho de Lucas simplesmente me encanta. Nele vejo como nosso Senhor é paciente e bondoso conosco, mesmo quando estamos atravessando momentos de dúvidas e dores profundas.

Os dois discípulos no caminho de Emaús estavam profundamente frustrados com a morte de Jesus, a quem todos consideravam o libertador de Israel. Sua morte fez com que desmoronasse toda esperança dos discípulos que haviam acompanhado Jesus durante seus três anos de ministério terreno.
Tristes, preocupados, frustrados, enlutados e irados, muitas vezes estamos caminhando o velho caminho de volta, onde certamente todos os nossos que não creram em Jesus irão menosprezar nossa fé e nos ridicularizar. Trilhar o caminho de volta significa que confiamos em um evangelho de falsas promessas para os de fora, e a vergonha em voltar atrás é quase maior que a decepção com nosso Messias.

No caminho de volta, Jesus apareceu aos dois discípulos mas, devido à grande dor e frustração que eles estavam vivendo, não foram capazes de reconhecer o Senhor. Isso acontece freqüentemente com TODOS nós. Nos nossos momentos de dor ficamos cegos, surdos e tardios em compreender. Mesmo assim, lá está o Senhor, ao nosso lado, falando conosco, enquanto tratamos Ele com aspereza e grosseria.

Veja como os discípulos responderam ao Senhor quando Ele perguntou sobre o que vinham conversando entre eles: “És tu o único peregrino em Jerusalém que não soube das coisas que nela têm sucedido nestes dias? “ foi a resposta dada à Cristo. E quantas vezes falamos assim com nosso amado Mestre, mesmo que sem palavras mas, principalmente, com atitudes? Ele deveria saber tudo o que estava acontecendo! Ele deveria se fazer presente em nosso meio! Mas lá está Jesus, tratando nossas feridas com paciência e compreensão, sabendo que a dor da perda estava consumindo o coração de seus discípulos e por esta razão não poderiam ser levados a ferro e fogo.

Após terem desabafado, Jesus começa a expor a eles tudo o que sobre Ele estava escrito, de forma que entendessem que o que aconteceu era necessário para que se cumprissem as profecias. Este é um momento que pessoalmente lamento profundamente em não ter estado presente. A AULA de Teologia dos meus sonhos, tendo o próprio Jesus como Mestre, expondo de Moisés aos profetas tudo o que sobre o Messias estava escrito. Pedirei um replay quando estiver no céu.

Após trilharem juntos algum tempo, o Senhor fez com que achassem que Ele passaria direto, mas a esta altura os dois discípulos estavam tão encantados com a sabedoria daquele homem que pediram que Ele ficasse aquela noite com eles.

Entraram e sentaram-se à mesa.

Jesus tomou o pão e o partiu, assim como fez na última ceia.

Neste momento, seus olhos se abriram e reconheceram que era Jesus que estava com eles por todo aquele trajeto.

A fé voltou a pulsar em seus peitos. A alegria e a certeza encheram seus vazios e questionamentos. Seus peitos ardiam enquanto ouviam Jesus expondo as Escrituras. Reconheceram que aquela era a Voz que por três anos ouviram, e que dali para frente ouviriam sempre, através do Espírito Santo. Aquela voz que nós, ovelhas, ouvimos e seguimos. A voz do Bom Pastor, que nos guia por veredas tranqüilas e pastos verdejantes. Discernimos a Voz do Senhor das outras vozes, e caminhamos com fé e segurança.

O Senhor vive! Ele estará conosco por todo o trajeto.
 
Não será necessário terminar a jornada de volta, pois o Senhor nos encontrará no caminho, suportará nossas duvidas e grosserias e nos trará de volta ao Caminho de ida.
 
Não trilharemos o caminho da derrota, não voltaremos atrás, pois Ele está conosco.
 
 
Essa eu colei lá do blog Pastor João e a Igreja Invisível - :)
Grifos meus - RF - para não perder o costume he he he

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

NATAL É O MISTÉRIO DA RECONCILIAÇÃO




Quando você pensa em Natal que imagens vêm à sua mente?

Papai Noel, rena, trenó, árvore, neve, lâmpadas multicoloridas?

Claro que não!

Você é um cristão consciente e no final de ano você pensa no presépio, na estrela de Belém, nos magos, nos pastores que estavam no campo e foram convidados para conhecerem o “recém nascido rei dos judeus”.

Mas será que Natal é isso mesmo?

Creio que as imagens tradicionais não fazem justiça à grandiosa mensagem do Natal. Tudo quanto nos dizem os Evangelhos é verdadeiro e constroem o cenário em que se deu o mistério da encarnação.

Mas o que vem a ser isso?

A encarnação é a essência do Natal.

É o inexplicável fato de que Deus amou tão intensamente a Sua criação que para resgatá-la fez-se homem e veio habitar conosco, tomou sobre si nossas dores, limitações, angústias. Tudo quanto é típico da humanidade tornou-se parte de Sua natureza.

A grande maioria das religiões orientais fala de um caminho para que o homem se aproxime de Deus, elevando a coroa da criação aos píncaros dos montes eternos, quem sabe através das orações, meditações, atos de misericórdia ou contemplação.

Mas o Novo Testamento nos trouxe uma direção diferente!

Deus é quem desce à condição humana para mostrar-lhe como é possível existir na presença do Senhor e em comunhão com o semelhante sendo homem.

Tudo quanto Jesus disse e fez em seu ministério terreno foi para nos revelar como pode ser sublime viver em comunidade. Deus é a comunidade e habita na comunidade dos santos que invocam o Seu Nome.

Jesus veio ao mundo para anunciar a sublime verdade de que o Pai não preserva para sempre a Sua ira, que o amor pode mais do que o ódio, que o pecado não é maior que a Graça e que o Criador e criatura podem ser um só.

Gosto de pensar como um dia me sugeriu o pregador presbiteriano Tim Keller, que Jesus contou a parábola do Filho Pródigo, na qual há um irmão mais velho que fica irritado com o seu pai por este receber de volta com festa o filho mais moço que havia saído de casa e desperdiçado levianamente todos os seus bens, para nos fazer saber que Ele, Cristo, é um outro tipo de “irmão mais velho”. Aquele que vai à procura de seu irmão, que o busca nos guetos e vielas até encontrá-lo e quando o encontra, o abraça, cuida dele e lhe diz: “Vamos voltar pra casa, Papai não está com raiva de você, ele vai lhe perdoar e receber.”

Assim fazendo, a parábola se transforma em um contraste entre o próprio Jesus e os religiosos de seus dias que eram os ouvintes originais da história.

A mensagem do Natal é o anseio divino pela reconciliação do homem consigo.

Toda a revelação do Evangelho é uma “outra parábola do Filho Pródigo”, na qual o reencontro acontece em face de uma busca em que o Pai não fica na expectativa do regresso do filho mas toma a iniciativa de enviar Seu Primogênito para empreender a maior busca que a História já conheceu para resgatar, não um, mas todos os filhos que se desgarraram do Pai e que vivem distantes de Sua casa.

O desejo eterno de Deus é o abraço e a festa, que um dia o Reverendo Alexandre Ximenes chamou de “o baile dos arrependidos”, em que qualquer um pode entrar, desde que tenha consciência de que não merece nada do que ali está acontecendo e que tudo é por Graça e Amor do Pai.

Quero pedir ao Senhor que você tenha de fato um Feliz Natal.

Mas o que seria mesmo isso, um Feliz Natal?

Melhor que ter um dia feliz é descobrir nesse dia o caminho para ser feliz e este caminho é crer no Natal. Crer nele como a revelação de que Deus se interessa por nós, que as nossas vidas e dramas não passam desapercebidos do Pai, antes foi justamente para que nós fôssemos felizes em que Ele suportou o supremo sacrifício, fez vir o "Seu filho unigênito para que todo aquele que nEle crer, não pereça, mas tenha a vida eterna”.

Jesus continua à nossa procura para entregar o mais belo e antigo dos cartões de Natal.

Nele está escrito:

“Filho, eu sempre te amei, nada do que você tenha feito, dito ou pensado pode mudar isso, quero que vivamos sempre em perfeita harmonia e comunhão. Você pode contar sempre comigo. Assinado: Painho".

Deus te faça feliz,

Martorelli Dantas.

(Texto extraído do boletim de domingo da IECB, de 24 de dezembro de 2006 - grifos meus RF)

"E o Verbo se fez carne e habitou entre nós,
cheio de Graça e Verdade"
(João 1.14a)



segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Experiência de concurseiro






Caros Amigos,
Aproveito este espaço para compartilhar um pouco da minha experiência de vida e de concurseiro. Espero que minha história sirva de incentivo a todos que batalham pela aprovação em concursos públicos.



1) O início

Nasci em 1968, na zona rural do pequeno município de Cruzeta, localizado no Sertão do Rio Grande do Norte. Sou o mais novo de uma família de 12 irmãos. Quatro dos meus irmãos foram vítimas de mortalidade infantil, fato muito comum no sertão nordestino.
Meus pais (já falecidos) eram trabalhadores rurais. Eles não tiveram oportunidade de frequentar os bancos escolares, pois na época e no local onde moravam não havia escolas. Aprenderam a ler e escrever em casa. Pode-se dizer que eles eram, simplesmente, alfabetizados.
Apesar de o meu pai não ter frequentado à escola, era um grande incentivador da educação dos filhos. Apesar das dificuldades financeiras, conseguiu formar no ensino superior 4 dos seus filhos. Considero isso uma grande conquista para um trabalhador rural do Nordeste brasileiro.
Morei na zona rural até os 7 anos de idade. Dos 7 aos 14 anos, cursei o ensino fundamental na escola estadual de Cruzeta.

2) Meu primeiro concurso

Aos 14 anos de idade, fui aprovado no meu primeiro concurso, que foi uma espécie de vestibular para uma vaga no Colégio Agrícola de Jundiaí (localizado na zona rural do município de Macaíba/RN, próximo a Natal/RN). Essa foi uma excelente oportunidade para que eu pudesse cursar o ensino médio numa escola de melhor qualidade, dando condições de aprovação no vestibular. Este colégio é público, gratuito e funciona em regime de internato. Eu ia visitar meus pais somente nas férias escolares. Considero que este foi o mais importante de todos os concursos nos quais fui aprovado, pois possibilitou a realização de novos sonhos.

3) Vida acadêmica

Aos 17 anos de idade, fui aprovado no vestibular da UFRN, no curso de Geologia. Nesta oportunidade, saí do internato no Colégio Agrícola de Jundiaí, e fui morar na Residência Universitária de Natal/RN. No curso de Geologia, só fiquei um semestre. No meio do ano de 1986 fui aprovado no vestibular da UFRN para o curso de engenharia elétrica (naquele tempo, tinha vestibular no meio do ano). Em razão de incompatibilidade de horários com o meu trabalho, tive que mudar mais uma vez de curso. Em 1996, concluí, na UFRN, o meu primeiro curso superior: Ciências Contábeis.

Em 1997, em razão da aprovação no concurso para Auditor Fiscal da Previdência Social, mudei-me para Recife/PE, onde cursei Direito na UFPE. Posteriormente, fiz pós-graduação em Direito Tributário.

Desde 2002, leciono Direito Previdenciário em cursos de pós-graduação e preparatórios para concursos públicos. Sou autor de 4 livros desta disciplina, publicados pela Editora Ferreira.

4) Concursos em que fui aprovado

(1) Técnico D da Secretaria de Saúde do RN – 1988 – ocupei este cargo durante 1 ano.

(2) Escriturário do Banco do Estado do RN (Bandern) – 1989 – trabalhei neste banco durante 10 meses.

(3) Escriturário da Caixa Econômica Federal – 1989 – trabalhei na CEF durante 8 anos.

(4) Escriturário do Banco do Brasil – 1995 – não assumi este emprego.

(5) Auditor Fiscal do Estado do RN – 1997 – não assumi este cargo.

(6) Auditor Fiscal da Previdência Social (AFPS) – 1997 – assumi este cargo. Em 2007, o cargo de AFPS foi transformado em Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil, cargo que hoje ocupo (Lei nº 11.457/07, art. 10, I).

5) Uma palavra de incentivo

“Não perca as oportunidades que a vida lhe proporciona”. Com base na minha experiência, são essas as palavras de incentivo que eu deixo para você. No meu caso, a grande oportunidade foi ter cursado o ensino médio no Colégio Agrícola de Jundiaí (pode parecer algo insignificante, mas, no meu caso, fez toda a diferença). Se eu permanecesse estudando em Cruzeta, tudo seria bem mais difícil (porém, não impossível).

Assim, meu caro amigo, mesmo que você tenha nascido numa família pobre como eu, você também pode alcançar os seus sonhos. Não precisa iniciar já no topo. Você pode começar por um concurso de nível médio, mesmo para ganhar um pequeno salário. Isso já vai lhe dar condições financeiras para ter uma boa preparação para um concurso de nível superior. Aproveite todas as oportunidades que aparecerem; alegre-se ao escalar novas montanhas; jamais descanse da sua busca pelo conhecimento; deseje ser hoje um pouco mais do que foi ontem e um pouco menos do que será amanhã. Passo a passo, você conseguirá realizar o seu sonho.


Que Deus continue nos abençoando!


Abraços,

Do amigo







domingo, 13 de dezembro de 2009

Antes que eles cresçam

Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos.
É que as crianças crescem. Independentes de nós, como árvores, tagarelas e pássaros estabanados, elas crescem sem pedir licença. Crescem como a inflação, independente do governo e da vontade popular. Entre os estupros dos preços, os disparos dos discursos e o assalto das estações, elas crescem com uma estridência alegre e, às vezes, com alardeada arrogância.

Mas não crescem todos os dias, de igual maneira; crescem, de repente.

Um dia se assentam perto de você no terraço e dizem uma frase de tal maturidade que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criatura.

Onde e como andou crescendo aquela danadinha que você não percebeu? Cadê aquele cheirinho de leite sobre a pele? Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços, amiguinhos e o primeiro uniforme do maternal?
Ela está crescendo num ritual de obediência orgânica e desobediência civil. E você está agora ali, na porta da discoteca, esperando que ela não apenas cresça, mas apareça. Ali estão muitos pais, ao volante, esperando que saiam esfuziantes sobre patins, cabelos soltos sobre as ancas. Essas são as nossas filhas, em pleno cio, lindas potrancas.
Entre hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas, lá estão elas, com o uniforme de sua geração: incômodas mochilas da moda nos ombros ou, então com a suéter amarrada na cintura. Está quente, a gente diz que vão estragar a suéter, mas não tem jeito, é o emblema da geração.
Pois ali estamos, depois do primeiro e do segundo casamento, com essa barba de jovem executivo ou intelectual em ascensão, as mães, às vezes, já com a primeira plástica e o casamento recomposto. Essas são as filhas que conseguimos gerar e amar, apesar dos golpes dos ventos, das colheitas, das notícias e da ditadura das horas. E elas crescem meio amestradas, vendo como redigimos nossas teses e nos doutoramos nos nossos erros.
Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos.

Longe já vai o momento em que o primeiro mênstruo foi recebido como um impacto de rosas vermelhas. Não mais as colheremos nas portas das discotecas e festas, quando surgiam entre gírias e canções. Passou o tempo do balé, da cultura francesa e inglesa. Saíram do banco de trás e passaram para o volante de suas próprias vidas. Só nos resta dizer “bonne route, bonne route”, como naquela canção francesa narrando a emoção do pai quando a filha oferece o primeiro jantar no apartamento dela.

Deveríamos ter ido mais vezes à cama delas ao anoitecer para ouvir sua alma respirando conversas e confidências entre os lençóis da infância, e os adolescentes cobertores daquele quarto cheio de colagens, posteres e agendas coloridas de pilô. Não, não as levamos suficientemente ao maldito “drive-in”, ao Tablado para ver “Pluft”, não lhes demos suficientes hambúrgueres e cocas, não lhes compramos todos os sorvetes e roupas merecidas.

Elas cresceram sem que esgotássemos nelas todo o nosso afeto.

No princípio subiam a serra ou iam à casa de praia entre embrulhos, comidas, engarrafamentos, natais, páscoas, piscinas e amiguinhas. Sim, havia as brigas dentro do carro, a disputa pela janela, os pedidos de sorvetes e sanduíches infantis. Depois chegou a idade em que subir para a casa de campo com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível deixar a turma aqui na praia e os primeiros namorados. Esse exílio dos pais, esse divórcio dos filhos, vai durar sete anos bíblicos. Agora é hora de os pais na montanha terem a solidão que queriam, mas, de repente, exalarem contagiosa saudade daquelas pestes.

O jeito é esperar. Qualquer hora podem nos dar netos. O neto é a hora do carinho ocioso e estocado, não exercido nos próprios filhos e que não pode morrer conosco. Por isso, os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável afeição. Os netos são a última oportunidade de reeditar o nosso afeto.

Por isso, é necessário fazer alguma coisa a mais, antes que elas cresçam.



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Resolvi transcrever o texto do Affonso Romano por causa do anterior a esse aqui postado, "Eu sei, mas não devia", de autoria de sua mulher. 

Foi então que eu me lembrei de ter lido o mesmo numa revista da CASSI na época em que eu havia ido a Fortaleza participar  do nascimento da xará dela, minha netinha Marina.

E lá se vão cinco anos do seu nascimento! 

Na ocasião, o texto em particular me prendeu a atenção e me tocou de uma maneira como se fosse um filme passando na minha frente, porque enquanto o lia, voltei ao tempo que culminou naquele quadro em que eu me via ali testemunhando o fato do meu filho tornar-se pai tão jovem! O tempo em que eu havia me apartado dele e do outro mais novo quando os mesmos tinham, respectivamente, 16 e 17 anos de idade, em um contexto familiar extremamente delicado com o lar desmoronado e ainda me violentando naquilo tudo que eu era e me fizera  com eles ainda no ventre, uma mãe guerreira, uma leoa que não se aparta do filho venha o que vier.

E hoje já se foram dez anos desde quando eles foram passar uma temporada com o pai que nem mais lá está, retornando e fixando residência aqui mesmo em Recife.

É uma longa história que está inclusive registrada nos meus arquivos pessoais para publicar um dia. A idéia inicial era de passarem uns meses, para que eu - amparada pelo Léo, de 19 - acompanhasse intensa e intensivamente o meu filho mais velho, na época com 20 anos, de uma recuperação a um assalto onde ele foi atingido por três tiros, sendo um nas costas (o projétil fez um caminho atingindo apenas a musculatura indo alojar-se na altura da omoplata) e os outros dois, um em cada braço. No esquerdo, com a perda de 20 centímetros de substância óssea foi colocada uma placa toda parafusada, com recuperação total depois de mais de um ano. A bronca foi logo a do braço direito pois o projétil alojou-se na parte superior do radio e retirá-lo de lá iria causar novos destroços. Aliás, isso era o de menos,  a questão era tratar dos destroços feitos no trajeto.

Enfim, foi um longo tratamento no qual ele quase veio a perder o braço. Depois de muito tempo no hospital, entre cirurgias, enxertos e plásticas e depois ainda de longo tempo com home care (com enfermeira 24 hs incluindo visitas de especialistas tais como traumatologista, neurologista e fisioterapeuta) e mais tempo depois marchando para os consultórios.

Mas isso é só um resumo do resumo pois a ópera é bem mais longa.

O certo é que eu fiquei alguns meses sem ver meus filhotes mais novos e quando chego em Fortaleza para ficar com eles e por lá passear no final do ano (Eles tinham ido no meio do ano e o incidente foi no dia 20 de março) qual não foi meu espanto ao encontrá-los crescidos, cheios de atitude, levando-me a lugares divertidos, points, os melhores restaurantes, escolhendo pratos e detalhes como adultos, pagando conta, cheios de gestos protetores e cuidados especiais! O Ricardo- que aniversaria em 19/12, a essa altura já com seus 18 anos e dirigindo legalmente rss. Aquilo tudo me encantava muito e agindo da forma mais natural possível, mas tão emocionada e tão supresa embora sem jamais me deixar nostálgica em nenhum momento, pelo contrário, me inundando de uma alegria ímpar por aquele presente maravilhoso!

Eu dizia pra mim mesma, caramba, meus filhos já não são mais crianças! Que momento de transição foi esse que me passou assim batido, que eu não percebi? É muito rápido! como diz o Affonso. Eles cresceram sem me pedir licença. Tipo, deixa, eu posso? Não! Simplesmente eles viraram homens antes do tempo, saíram do forno antes da hora, as circunstâncias os forçaram a isso!

E o mais incrível de tudo, é que foi em ambiente de desconstrução total de todos os sonhos que eles haviam sonhado quando seus pés estavam firmes em um porto seguro chamado lar...

Sabe... Daqueles sonhos que se sonha em segurança no seio da família unida e reunida.

E ali, naquelas mentes (quase) formadas/forjadas, a Graça de Deus se fez presente e eu nem havia me dado conta. Então voltei pra casa saudosa mas exultante por ver meus filhos virando homens de verdade, apesar de todas as circunstâncias; seu caráter sendo lapidado EM MEIO ao furacão existencial mais cruel que se possa imaginar, posto que surgiu o inesperado bem no centro de coraçõezinhos despreparados.

Então, de alguns meses que foram passar estenderam-se por alguns anos e lá o Ricardo criou raízes casando-se e tendo dois filhos.
E eu, enquanto esperava o nascimento da minha primeira neta,  lia justo esse texto acima.
E era exatamente assim que eu me sentia.
A diferença é que me parece que o autor teve filhas; já eu, filhos. Até em relação às plásticas ele acertou. Eu já havia feito duas rss

Nossa cumplicidade era tanta que parecíamos mais cinco órfãos do destino que experimentavam as mesmas amarguras e as mesmas emoções; sim, pois ironicamente, apesar de um nítido espaço cronológico eu também estava perdendo a minha inocência e crescendo, amadurecendo, junto com eles.

Quantas vezes fui buscá-los às quatro da manhã nos shows, nas festas, nas discotecas. E eles eram adolescentes mas não se envergonhavam, pelo contrário, eles curtiam aquela parceria de quase irmã um pouco mais velha. Claro que havia os momentos de discussão, de choro, de acusações, mas por outro lado eles se orgulhavam da mãe de atitude e que dizia tudo na lata doesse em quem doesse.

Cansei de ouvir os amigos deles dizerem ah se minha mãe fosse assim. Sim, porque tem gente que acha que ter autoridade é ser autoritária sem saber que é muito mais difícil educar sendo permissiva. Rótulo que me deram durante essa fase de transição, mas que nunca me tirou do foco o cuidar do caráter deles colocando-me como espelho, ainda que destroçado.

É aí que entra a atuação desse Deus maravilhoso!

Pois em meio ao turbilhão Ele pega cada caquinho desse espelho esteticamente rejeitado por alguns e mostra pra nossos filhos a nossa essência... e a projeta neles (e nos netos) em nova roupagem e bem mais aperfeiçoada!




da esq. p/ dir.: Jr, Léo, Rico e Beto.





E como diria o autor acima:

"O neto é a hora do carinho ocioso e estocado,
não exercido nos próprios filhos
e que não pode morrer conosco.
Por isso, os avós são tão desmesurados
e distribuem tão incontrolável afeição.
Os netos são a última oportunidade de reeditar o nosso afeto".





Ricardinho e Marina



"O coração do homem traça o seu caminho,
mas o SENHOR lhe dirige os passos."
(Pv 16.9)







sábado, 12 de dezembro de 2009

Eu sei, mas não devia




Eu sei que a gente se acostuma.

Mas não devia.






A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.


Esse texto veio parar aqui por meio de uma pregação do Ricardo Gondim que eu ouvi hoje no blog do João com base no texto de Lucas 22: 54.62 (EU RECOMENDO!)

Como diz o pastor: a palavra de ordem do cristianismo é PERSEVERANÇA.
E dizer: SENHOR, EU SOU TEU!

"... todavia, o meu justo viverá pela fé; e: se retroceder, nele não se compraz a minha alma"
(Hb 10.38)






Escatologia e Sociopatia Cristã


Psicopatia é um termo que designa disfunções psíquicas em geral, especialmente relacionadas à neurose, psicose e paranóia, ainda que na Psicanálise o termo faça referência mais especifica às perversões do comportamento sexual e afetivo.



Daí tais indivíduos serem também chamados de sociopatas.

Paulo diz a Timóteo na segunda carta que a ele escreveu que nos “últimos dias” os homens seriam sociopatas, cada vez em maior escala de sociopatia...

Ora, o que Paulo chama de o homem do fim é um ser em estado de sociopatia, pois, diz ele: serão egoístas, arrogantes, avarentos, enfatuados, irreverentes, implacáveis, desafeiçoados, sem afeição natural, sem domínio de si mesmos, antes amigos dos prazeres e dos caprichos pessoais do que amigos de Deus e do próximo; e isto tudo enquanto se manteriam com cara de piedade e religiosos, embora negassem Deus e Seu poder [...] pelo modo como se comportariam — ou seja: possuídos de sórdida ganância, fazendo comércio da fé e da boa e simples vontade dos homens, enquanto seriam extremamente sedutores, ao ponto de fazerem cativas deles mulheres carentes, e, portanto, vivendo sob o domínio das paixões da alma em descontrole e pânico de não haver amor na vida...

Ora, isto tudo Paulo diz que aconteceria dentro do grupo chamado igreja; sendo, portanto, uma advertência aos cristãos, aos discípulos; posto que Paulo tivesse certeza [dada a ele pelo Espírito Santo] que nos “últimos dias” as coisas seriam assim entre “os irmanos”...

A mim parece que faltam vários sinais a se cumprirem no mundo antes da volta do Senhor! Todavia, se há um sinal que já não necessita de maiores cumprimentos é esse que revela o estado sociopata dos cristãos e do que eles convencionaram continuar a chamar “igreja” [...] — quando a recomendação de Paulo é simples: “Foge também destes!”...

Nesse sentido o Cristianismo já é o sinal do fim mais estabelecido que vejo diante de mim; pois, o que Paulo cria que haveria ainda de acontecer [...] entre nós se tornou fato simples do cotidiano...

A iniqüidade se multiplicou tanto que o amor já se esfriou em quase todos!...

Então surgiu o tempo da sociopatia fraterna; ou melhor: fratricídio...

Sim, surgiu o nosso tempo...

Ora, nesse tempo a Carta seria outra, a fim de agradar aos paladares dos cristãos e seus líderes atuais...


Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!

Nele, que nunca nos deixou sem aviso,

CF

(Texto recebido ontem por e-mail.Grifos meus RF)




sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Palavrão não tão vão


Por esses dias eu andei lendo uns blogs  nesse mundão virtual afora e encontrei alguns críticos ferrenhos acerca de expressões consideradas vulgares onde os mesmos detonavam quem as usavam em seus textos, inclusive com rigorosos julgamentos, ao lançarem mão de versículos soltos da Bíblia para fundamentar sua rigidez.

Pra completar, ontem o presidente da nação - amado, idolatrado salve, salve por alguns, e detestado por outros – surpreendeu mais uma vez aqueles que nunca se acostumam com sua autenticidade escandalosa e linguajar peculiar.

Ora, minha gente, pega leve! (Como diz o jargão aqui em casa: deixa o cara.)

Que me perdoem os inflexíveis e mais radicais, mas o que eu vejo dentro daquele contexto é uma simples metáfora, um sentido figurado. Nada mais.

Pra que tanto oba-oba e tanto comentário/rigor ascético?

Pessoalmente, eu acho a supervalorização disso tudo uma grande bobagem.

Ou seria uma forma bem pessoal de extravasar raiva, inveja, recalque, despeito, desrespeito, inconformismo e até certo preconceito velado com a pessoa do presidente enquanto gente? (Ou seria dele gente enquanto presidente?! Vai saber o tipo de intransigente...)

Seja como for, bora ser honesto, rever nossos conceitos e, no mínimo, admitir que isso é pior do que qualquer palavrão.

Bom, mas eu não me constituí advogada de nenhum presidente He He He.

A questão aqui é o palavrão.

E o interessante é que dias atrás eu comentava com uma amiga sobre um termo mais “pesado” que coloquei em um dos meus textos e aí lembrei-me de algo que aconteceu em um show do Caetano Veloso, quando, lá pras tantas, ele se referiu a alguém como fodido.

(E que me perdoem os falso-moralistas pela aplicação de termo tão vulgar, porém para não chocar ninguém, euzinha já risquei rsss)

Então, no dia seguinte, não deu outra: um jornalista/moralista de plantão – desses que não se tocam que o músico em questão está andando pra esse tipo de comentário – perdeu seu tempo em escrever uma matéria meio patética sobre aquilo não ser atitude de um artista do naipe dele e bla bla bla.

E na mesma noite, em pleno show - como era de se esperar - o comentário/informativo do artista foi motivo de risada e não poderia ter sido menos recheado de fina ironia pelo fato de um jornalista não saber o significado daquela expressão considerada chula. Então, já que ele se escandalizava tanto, Caetano decidiu que ia chamá-lo de coitado, o que finalmente daria no mesmo, uma vez que coitado vem de coito. E coito, o que é?

Ora, a diferença é que COITADO é uma expressão tão comum e usual nos dias atuais, quanto foi palavra de baixo calão em séculos idos.

Igualzinha à outra expressão hoje em dia!

Os pseudo-moralistas são tão presos e limitados que não percebem que a questão não é o palavrão em si, a construção fonética, mas a energia (SENTIDO) colocada naquilo que se está falando.

Daí eu me lembrei que acontece isso comigo com bastante frequência em proporção inversa à mínima frequência com que me saem da boca tais expressões. Quero dizer, as pessoas pegam no meu pé e/ou falam a meia voz e por trás dos bastidores coisas do tipo e ela agora não é crente?  E eu pergunto: quem foi que me classificou e sob pena de quê?!

Para completar, pra que eu postei aquele texto meio ácido que pedia vocábulo idem?! Só tinha que dar no que deu!

Eu, que sempre fui de dar nomes aos bois, quando por exemplo dou uma senhora topada sem cabimento rss que me irrite pra valer - e se eu estiver na TPM -  não vou expressar um singelo poxa! Isso na intimidade, claro, pois em ambiente estranho ou formal, aciona-se automaticamente um dispositivo de nome conveniência, ou educação, ou refinamento, ou classe, ou linha (?) e por aí vai... podendo ainda ser apelidado de moderação, autocontrole, enfim! Bem, pelo menos esses dois últimos me soam menos mascarados e mais autênticos.

Ora, antigamente, na intimidade eu (quase) sempre fui de dizer palavrão e nunca ninguém se incomodou com isso, acho até que era porque eu sempre usava tais mecanismos de linguagem muito mais em momentos de descontração. A verdade é que, curiosamente, quando eu estava mal-humorada - ou enfurecida mesmo - não os pronunciava. E não por moralismo, longe de mim, pois sempre tive pavor de moralismo como regra. Era mais pelo fato de ser meio debochada e achar que eles se aplicam melhor nesse estado de humor sendo então presença (quase) constante em meu linguajar, não vou mentir, quem me conhece sabe que era assim... 

Por outro lado – e esse é o lado mais interessante - mesmo com as adversidades que surgiram a certa altura da vida, eu não costumava me dispor dos mesmos de forma ácida/azeda/picante para desabafar minhas agruras. Pelo contrário, em tais circunstâncias, eu escolhia ser mais, mais, digamos mais clássica e filosófica rsss (Não que não dê pra filosofar com a ajuda deles. O presidente apedrejado que o diga).

Enfim, euzinha era a mais pacífica das criaturas, pode crer! Ô que meigo!

Mas confesso que com o passar do tempo e com as inversões de valores instaladas, eu fui ficando mais irreverente com forte pitada de cinismo devido às intempéries da vida e não deu outra: o palavrão que já me rondava desde a adolescência, ficou meio como uma marca arisca no meu vocabulário tão versátil, onde durante longo e tenebroso verão, mandar plantar coquinho passou a ser um afago.

E ainda confesso, que mesmo hoje em dia com a inevitável desacelerada devido a mudanças verdadeiras e desvalorizando/esquecendo esse tipo de linguagem, não me escandalizo nem um pouco e principalmente discordo que palavrão seja sempre expressão chula (ou que expressão chula seja necessariamente um palavrão) pois afinal depende do contexto e até do tom de voz e expressão facial.

Ou seja:

É claro que nos dias de hoje por viver uma realidade nunca experimentada na minha vida antes, já não dou valor ao palavrão, mas também não me escandalizo com quem o usa e principalmente quem o faz de maneira inteligente e bem humorada.

Ora, o moralista de plantão há de convir que nem sempre o palavrão carrega assim um sentido chulo e nunca é demais usar de inteligência e considerar o seu sentido metafórico, vá lá!


Bem!

Beeeeem longe de mim a idéia de fazer apologia ao uso indiscriminado dessa ferramenta de comunicação rss porém, como já enfatizei acima, há palavras que soam muito mais como palavrão do que as listadas como tais.

Basta se atentar para seu contexto e sua carga.

Enfim!

Palavra, palavrão, palavreado...

Tudo tem um sentido e vem com uma determinada carga emocional que denota seu grau e sua gravidade.

Por exemplo - e com toda sinceridade - não concordo quando alguém quer expressar alguma indignação e sai com a emenda do soneto, tipo “soneto o caramba!”
Ora, diz “o caramba” sugerindo outro vocábulo.
Pelo menos é o outro que nos vem à mente, bora combinar, né?
Quem quiser pode se escandalizar, mas eu penso assim: ou diz direito ou não diz.

Um dia brinquei com uma pessoa muito íntima e muito amada, bem mais velha que eu, dizendo-lhe que, embora considerando a irreverência, de nada adiantava ela dizer “pula” e mandar cortar o “t” ao se referir a uma puta. Ora  - disse-lhe eu - puta é puta, não tem como dourar a pílula! A princípio ela se surpreendeu, porém, como mulher inteligente que é, se ligou e até ficou meio encabulada/reflexiva porque captou naquela minha colocação uma tremenda sinceridade e coerência.

É isso que certas pessoas não entendem, pois a questão não é o termo em si, e sim o que se quer transmitir e de que maneira.

O termo puta é chulo? Vulgar? Torpe?

Ora, depende do ambiente e do contexto.

E principalmente da sua veracidade!
A minha maneira bem particular de ver/viver/vivenciar tudo isso é que o mais importante é sair do moralismo puro e limitado e saber que palavra torpe é aquela palavra que entorpece.

E que só entorpece a própria pessoa que a usa.

Portanto quem a usa emocionalmente, está ofendendo é a si mesma e não quem a ouve, pois – parafraseando um pregador - à medida que a pessoa se deixa levar pelo sentido real da palavra torpe, agregando-lhe uma carga emocional, ela vai se enfraquecendo, debilitando-se emocionalmente, vai ficando desanimada. Vai se entorpecendo.

Resumindo: a medida e frequência emocional com que ela a usa, determina seu próprio entorpecimento.
Não tem absolutamente NADA a ver com o ambiente social.

E, como diria o presidente, os que mais se escandalizam e criticam são os que mais falam.

Mesmo quando apenas dizem: pobre na m&$#@ o caramba!!!

RF.